O 31 de dezembro é um dia de celebração da virada de ano em todos os continentes do mundo. Até países que não seguem o calendário cristão acabaram tendo que se adaptar à forma ocidental de contar os meses e anos, seja por um passado colonial, por razões comerciais ou simplesmente para facilitar o intercâmbio com lugares como os Estados Unidos e a Europa.
Mas diferentes lugares do mundo preferem comemorar seus inícios de ciclo em outras datas, conforme suas tradições religiosas e culturais. Confira quando deve ocorrer o “Réveillon” em partes do mundo que não se atêm ao calendário gregoriano usado no Brasil.
Outros Anos-Novos famosos pelo mundo
Considerando o número de pessoas impactadas pela data, certamente a “maior” virada de ano celebrada em outro país é a da China. O gigante asiático segue um regime lunissolar e, na grande maioria das vezes, faz sua celebração na lua nova mais próxima do início da primavera. É uma data que muda anualmente e, pelo nosso calendário, pode cair em qualquer dia entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro.
Em 2024, o Ano-Novo Chinês aconteceu em 10 de fevereiro. Em 2025, a celebração será em 29 de janeiro. Outros países na esfera de influência da China têm comemorações que seguem a mesma lógica – é o caso do Ano-Novo Coreano, conhecido como Seollal, que ocorre na mesma data do país vizinho.
O Irã é outro país com celebração em data própria. Antigamente conhecido pelo mundo ocidental como Ano-Novo Persa, a comemoração chamada de Nowruz (uma palavra que significa literalmente “novo dia”) acontece no equinócio de primavera do Hemisfério Norte – pelo nosso calendário, pode cair em qualquer dia na janela entre 19 e 22 de março.
Tanto em Israel quanto na diáspora ao redor do mundo, judeus começam a comemorar a entrada do ano no Rosh Hashaná, uma data móvel que geralmente coincide com a transição do verão para o outono no Hemisfério Norte. É a abertura de dez dias de celebrações que culminam com o Yom Kippur, o “Dia da Expiação”, principal data sagrada do judaísmo. O Rosh Hashaná dura dois dias: em 2025, acontece entre 22 e 24 de setembro, enquanto o Yom Kippur ocorre entre 1º e 2 de outubro.
Em diferentes países de maioria muçulmana, o Ano-Novo Islâmico é celebrado segundo um calendário lunar que tem de 11 a 12 dias a menos que o nosso calendário gregoriano. Isso significa que, nesses lugares, a cada ano a “virada” acontece um pouco mais cedo na contagem ocidental: seguindo as projeções da comemoração na Arábia Saudita, a virada deve ocorrer no que para nós é entre 25 e 26 de junho (neste ano, foi em 8 de julho; já em 2026, será por volta em 16 de junho). Pode haver pequenas variações conforme o país.
América do Sul também tem celebrações à parte
Nem é preciso ir tão longe no mapa para encontrar comemorações no que seria visto como “fora de época” para quem está acostumado ao 31 de dezembro. Povos originários do nosso continente também têm seu próprio momento para comemorar o início de um novo ciclo. Em países dos Andes, onde grupos indígenas conseguiram atingir uma representação importante nos governos nas últimas décadas, há até um reconhecimento oficial da data.
O grande momento do “Ano-Novo Andino”, que tem raízes no povo aimará, coincide com o solstício de inverno: a cada 21 de junho, várias cidades da Bolívia, do Peru e até do Chile recebem comemorações alusivas a esse momento. Entre os bolivianos, o nome mais usado para a data é Willka Kuti; no Peru, é comum encontrar referências ao mesmo festejo como Inti Raymi, ou “festa do sol”.
É possível participar dessas festas em locais com grande herança cultural indígena, como Puno ou Cusco, no Peru, mas a principal comemoração dos Andes ocorre na Bolívia, no Sítio Aarqueológico de Tiwanaku, antiga capital dos povos que iniciaram esse festejo. A cidade fica a cerca de 70 km de La Paz.
Fonte: viagemeturismo