Depois das chuvas devastadoras que atingiram o Litoral Norte de São Paulo no mês de fevereiro, deixando um triste saldo de 65 mortos e milhares de desabrigados, comunidades locais e o governo do estado de São Paulo querem incentivar a retomada do turismo, principal atividade econômica da região. A campanha “Litoral Norte. Com a sua visita, Litoral Forte” visa recuperar o movimento em hotéis, pousadas e restaurantes das cidades de Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
O nosso apoio ao Litoral Norte passa tb pela recuperação do turismo, com foco em hotéis, pousadas, restaurantes e demais serviços que movimentam esse setor da economia do Estado de SP. Estamos trabalhando para que o Litoral Norte, com a sua visita volte a ser o Litoral Forte. pic.twitter.com/s8sfADZmDe
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) April 4, 2023
São Sebastião foi o município mais afetado, com 64 mortos e mais de mil desabrigados que foram alojados em hotéis e pousadas durante 30 dias. Atualmente, essas hospedagens já estão liberadas e os poucos moradores que ainda não puderam voltar às suas casas estão realocados em uma moradia popular em Bertioga.
A maioria das vítimas da tragédia estava na Barra do Sahy, bairro de São Sebastião que sofre para retomar o turismo. Cleiton Tavares, dono da pousada Parcel das Ilhas, relembra a catástrofe: “Durante o feriado do carnaval a pousada estava com a capacidade máxima de 38 hóspedes. No sábado, quando as fortes chuvas começaram, a água atingiu 60 centímetros de altura. Colocamos os hóspedes que estavam nos quartos do térreo na nossa despensa no andar superior, onde a água não tinha chegado. Nós perdemos quatro máquinas de lavar, geladeira, computador, televisão, portas dos banheiros e muitas roupas de cama, que foram o maior prejuízo.”
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Até o dia 1° de abril, a Parcel das Ilhas serviu de hospedagem solidária, abrigando funcionários da pousada, bombeiros, enfermeiros e outras famílias desalojadas. Agora, a pousada e o bairro estão prontos para receber turistas, mas a procura é quase inexistente. “Tivemos zero hóspedes para a Páscoa, sendo que na mesma época do ano passado a ocupação foi de 100%. Diminuímos 30% do valor da tarifa e tiramos a exigência de uma quantidade mínima de diárias, mas ainda assim não tivemos procura”, relata Cleiton.
A Pousada Aroeira, também no Sahy, não sofreu qualquer dano na enxurrada de fevereiro, mas permaneceu fechada até o último 2 de abril e abrigou muitas das pessoas que perderam suas casas. Segundo Naiara Mendes, a procura ainda está muito baixa e incentiva: “a praia do Sahy está limpa, segura, não deixe de vir”.
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A associação Renova Camburi, formada por moradores e comerciantes da Praia de Camburi, também em São Sebastião, vem incentivando visitas ao Litoral Norte e destaca a importância de fortalecer o comércio local. “Vai descer no final de semana? Faça compras aqui. Compras pessoais, supermercado, manutenção da sua casa ou para o seu escritório. Faça a economia girar por aqui. Quanto maior o desemprego, mais pessoas passarão necessidade e aumenta a dificuldade em recompor o que foi perdido. Isso aumenta a violência e a pobreza da região”, diz um comunicado da campanha.
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Em Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba os estragos foram muito menores quando comparados à São Sebastião, e as cidades também estão em campanha para que o turismo volte aos patamares de antes.
Banho de mar
As chuvas levaram dejetos e troncos para o mar, então, antes de mergulhar, consulte a qualidade da água pelo site da Cetesb ou fique de olho nas bandeiras de cor verde (água apropriada para banho) e vermelha (inapropriada) afixadas na areia de cada praia. Além disso, é importante ter cuidado com pedaços de madeira que podem eventualmente surgir e atingir banhistas ou embarcações.
Estradas
As três principais vias de acesso ao Litoral Norte são a rodovia dos tamoios, a Rio-Santos e a Mogi-Bertioga. Com muito trechos danificados, a Mogi-Bertioga foi a que teve mais danos, mas em 17 dias de trabalho intenso de recuperação fizeram com que a estrada fosse devolvida ao tráfego. A VT pegou a Tamoios e a Rio-Santos na última semana de março e alguns trechos onde o risco de deslizamento é maior ainda funcionavam no esquema “pare e siga”, que é quando o tráfego segue por uma única pista alternadamente.
Fonte: viagemeturismo