Oppenheimer, o longa-metragem de Christopher Nolan que levou sete estatuetas do Oscar, acompanha a vida do físico teórico que desenvolveu as armas nucleares lançadas contra o Japão em 9 de agosto de 1945. O filme, que se tornou um dos maiores sucessos de 2023, se concentra nos eventos que se passaram nos Estados Unidos: algumas locações são as mesmas onde episódios reais aconteceram e podem ser visitadas. Porém, cresceu também o interesse pelas duas cidades atingidas pela bomba atômica, Hiroshima e Nagasaki. Testemunho da força e da determinação do povo japonês, ambas se reergueram dos escombros e são hoje destinos importantes que colecionam atrações relacionadas ou não aos tristes acontecimentos da Segunda Guerra Mundial.
Nesta matéria, você confere algumas atrações de Hiroshima. A seguir, estão onze atrações em Nagasaki:
1. Nagasaki Atomic Bomb Museum
Construído em memória às vítimas do ataque nuclear, o museu reúne relatos de sobreviventes e objetos que foram encontrados nos escombros. Entre eles estão um relógio cujos ponteiros parados indicam o momento exato da tragédia e uma torre de água destroçada que costumava ficar dentro de um colégio a 800 metros do centro da explosão.
2. Hypocenter Park
Bem próximo ao museu está o Hypocenter Park, onde uma coluna de pedra preta marca o local exato onde a bomba caiu. O monumento costuma estar coberto por origamis de tsurus (dobraduras de papel no formato de pássaros).
3. Nagasaki Peace Park
Mais uma curta caminhada leva ao Nagasaki Peace Park, onde há quatro monumentos em destaque. O primeiro são as ruínas da Catedral de Urakami, que na época era a maior igreja no leste da Ásia. A segunda é uma escultura em forma humana de dez metros de altura, cuja mão direita aponta para cima lembrando a bomba nuclear enquanto a esquerda permanece estendida simbolizando paz. Os dois últimos são um sino da paz e uma fonte de água com uma placa que registra os danos causados naquele dia.
4. Kofukuji Temple
Primeiro templo da escola Obaku do zen-budismo, o Kofukuji Temple é um marco da influência cultural chinesa em Nagasaki. Finalizada em 1624, a construção costumava ser usada por mercadores chineses que rezavam por boas condições de navegação para que tivessem uma volta segura para casa. A visita é imperdível porque o lugar tem características arquitetônicas chinesas, sendo portanto bem diferente de outros templos no Japão.
5. Basilica of the Twenty-Six Holy Martyrs of Japan
No século 16, missões católicas foram responsáveis pela conversão de quase 300 mil pessoas no Japão. Mas disputas entre grupos missionários e, principalmente, conflitos políticos entre japoneses e europeus levaram à perseguição de católicos no país. Neste contexto, 26 homens cristãos de diferentes nacionalidades (entre portugueses, espanhóis, mexicanos e japoneses) foram presos, torturados e posteriormente condenados à morte por crucificação em 1597 Nagasaki. Mais de 250 anos depois, em 1863, a Basilica of the Twenty-Six Holy Martyrs of Japan, também conhecida como Oura Church, foi construída em homenagem a esse grupo, chamado de “26 Mártires do Japão”. O prédio, que segue o estilo ocidental, é uma das mais antigas igrejas católicas do Japão.
6. Glover Garden
Outro testemunho da influência ocidental em Nagasaki é o Glover Garden, que preserva casas históricas com ares europeus. A principal e mais antiga delas, de 1863, é a Glover Residence, que mistura elementos georgianos e japoneses. O que a torna tão famosa, porém, é o boato de que teria servido de inspiração para a ópera Madame Butterfly, já que o comerciante escocês que morava ali também se casou com uma japonesa (ainda que ela não fosse uma gueixa, como na história da Puccini). Outros dois casarões em estilo ocidental no parque são a Ringer House e a Alt House.
7. Nagasaki Prefectural Art Museum
O museu de arte moderna guarda uma rica coleção de obras japonesas, além de algumas peças de origem espanholas que foram colecionadas por Suma Yakichiro, um enviado especial na Espanha durante a Segunda Guerra Mundial. Próximo ao porto e com uma vista espetacular para o mar, a construção se destaca pela arquitetura contemporânea.
8. Nagasaki Port Terminal
Projetado pelo renomado arquiteto ShinTakamatsu, o terminal do porto de Nagasaki virou um ícone da cidade pela sua estrutura arredondada e futurística.
9. Dejima Wharf
Área revitalizada do porto, o Dejima Wharf é um complexo de lojas, cafés e restaurantes. Bom ponto para assistir ao pôr do sol, possui mesas espalhadas pelo deck de madeira ao ar livre.
10. Mount Inasa
Ainda que o Dejima Wharf faça sucesso, o ponto mais procurado para assistir ao entardecer continua sendo o Mount Inasa, cujo mirante a 333 metros de altura pode ser alcançado por um slope car (espécie de vagão que percorre um monotrilho). Fique até o anoitecer completo para apreciar a vista panorâmica da cidade de Nagasaki se acendendo.
11. Ilhas próximas
Nagasaki também pode servir como ponto de partida para passeios de bate e volta até ilhas próximas, como é o caso de Gunkanjima (Hashima), famosa por suas ruínas industriais, e a Iojima, que guarda praias e fontes termais.
Bônus: O que comer em Nagasaki
Quando chegaram à região de Nagasaki no século 16, os mercadores portugueses traziam consigo uma iguaria espanhola que eles chamavam de “Pão de Castela”. O bolo, que leva açúcar, farinha, ovos e xarope de milho, acabou se tornando um clássico da confeitaria no Japão e principalmente de Nagasaki. A sobremesa, que lembra bastante o pão-de-ló é chamada de castella ou, em japonês, kasutera.
Outro prato típico de Nagasaki é o champon, nesse caso um prato autenticamente japonês que consiste em um macarrão de trigo cozido diretamente na sopa – diferente do ramen, onde o macarrão é cozido separadamente e depois adicionado ao líquido. A sopa do champon é feita com um caldo de frango e porco, repleto de um grande e variado número de ingredientes, incluindo frutos do mar (como camarão e lula), carne de porco, legumes (como repolho, brotos de feijão, cenoura, e cebolinha), e às vezes outros itens como kamaboko (pasta de peixe) e cogumelos.
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Fonte: viagemeturismo