Com mais de 2 mil quilômetros, a Ferrovia Transmongoliana é um dos mais famosos trajetos de trem do mundo. A rota passa por três países, conectando a fronteira norte da Mongólia até a Região Autônoma da Mongólia Interior, na China.
O caminho permite a contemplação das belas paisagens mongólicas, com florestas, estepes e desertos. Embora a linha esteja sujeita a algumas restrições, decorrentes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, ainda é possível aproveitar parte de sua extensão.
A Ferrovia Transmongoliana
Concluída em 1956, após quase duas décadas de construção, a Ferrovia Transmongoliana oferece uma das rotas mais deslumbrantes do continente asiático. Além de atravessar a Mongólia, o trajeto conecta a cidade de Ulan-Ude, na Rússia, e a capital chinesa, Pequim.
As florestas boreais, as estepes centrais e o imenso Deserto de Gobi são alguns dos principais atrativos do trajeto, que ainda passa por uma série de pequenas cidades e unidades agrícolas. Mas, o maior destaque é, sem dúvidas, a possibilidade de passar por três países em uma única viagem.
Por onde passa a Ferrovia Transmongoliana?
Com início em Ulan-Ude, a rota é uma ramificação da ainda mais famosa Ferrovia Transiberiana, que vai de Moscou a Vladivostok, cruzando a Rússia de oeste a leste – o que significa que, em tempos normais e fazendo várias conexões pelo caminho, é possível ir de trem de Moscou a Pequim, passando pela Mongólia. Após o ponto de embarque em Ulan-Ude, o trem passa pela cidade russa Naushki, que faz fronteira com o norte da Mongólia.
Em seguida, se dirige às mongólicas Sukhbaatar, Ulan Bator e Zamiin-Uud. As últimas paradas antes de Pequim, são as cidades chinesas de Erenhot e Datong, situadas na Região Autônoma da Mongólia Interior.
Embora seja possível seguir a viagem sem pausas, a recomendação é aproveitar para conhecer as cidades que compõem o itinerário. Uma parada inescapável é a própria Estação Ferroviária Internacional de Ulan Bator, capital da Mongólia. Na cidade, vale visitar também o Mosteiro Gandan, o Museu Central de Dinossauros da Mongólia e o Museu do Palácio Bogd Khaan.
Como é viajar pela Ferrovia Transmongoliana?
As locomotivas da ferrovia passaram por modernizações nas últimas décadas. Os antigos vagões foram substituídos por modelos norte-americanos.
Esses compartimentos, que se dividem entre primeira classe (duas pessoas por cabine) e segunda classe (quatro pessoas), têm portas trancáveis, mesinhas, tomada, ar-condicionado e aquecedor. Além disso, são fornecidos lençóis, travesseiros e edredons. Na segunda classe, há um único banheiro, enquanto cada dupla de primeira classe divide um banheiro privativo.
Quanto à alimentação, os vagões-restaurante oferecem menus com pratos típicos da culinária regional e opções “internacionais”.
Planeje o seu passeio
Existem vários trens privativos e regulares que fazem esse trajeto. As passagens geralmente podem ser adquiridas nos sites das companhias ferroviárias mongólicas, como a Selena Travel, a Samar Magic Tours e a Golden Eagle Luxury Trains.
No entanto, devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, há algumas restrições. Muitas companhias, incluindo a própria Golden Eagle, não estão realizando viagens na Transmongoliana. A russa RDZ é outra empresa cujo site está até fora do ar no exterior, devido às sanções decorrentes do conflito.
Outro ponto afetado é o próprio trajeto. Para viajantes de países que possuem sanções com a Rússia, pode não ser possível atravessar a parte russa do trajeto. O caminho entre Ulan Bator e as cidades gêmeas de Zamiin-Uud e Erenhot, contudo, continua funcionando regularmente. Pode ser mais garantido adquirir passagem em um trem de linha regular do que em um tour pré-programado. Por ser uma viagem com uma certa complexidade, considere contratar uma operadora brasileira com experiência no destino.
Fonte: viagemeturismo