O Metropolitan Museum of Art é um tesouro de Nova York. Encravado entre a Quinta Avenida e o Central Park, ele reúne mais de cinco mil anos de arte de todo o mundo. Não por acaso, é o museu preferido de muita gente, inclusive eu.
Mas o que nem todos sabem é que ele tem um irmão: The Met Cloisters. Esse outro museu fica no extremo norte da ilha de Manhattan, na região de Washington Heights, um pouco longe para o roteiro, disposição e tempo da maioria dos turistas. Mas a viagem de quase uma hora de metrô, acrescida ainda de alguns minutos de caminhada, compensa.
O Met Cloisters fica no alto de uma colina no belo Fort Tyron Park e para chegar lá percorre-se caminhos arborizados, algumas subidas e vários degraus. Enquanto isso, você pode ir admirando a linda vista dos arredores.
O nome cloisters (mosteiro ou convento, em português) deu origem à lenda urbana – que eu confesso ter acreditado por muito tempo – de que ele ocupa o prédio de uma antiga instituição religiosa. Papo furado.
Os claustros eram locais para refletir e recarregar energias. O Met Cloisters foi construído em 1938 e seu estilo medieval visa propositadamente evocar essa época, já que se trata do único museu dos Estados Unidos dedicado à arte e arquitetura da Europa na Idade Média.
O projeto impressiona e faz você realmente se sentir em um convento ou mosteiro. Sem falar na combinação perfeita de arquitetura medieval europeia + jardins encantadores + belas obras de arte. E vai até encontrar a iluminação ao descobrir que a chamada “Idade das Trevas” foi, na verdade, um período brilhante de inovação e criatividade.
É uma visita para ser feita sem pressa, com tempo para se deleitar com os inúmeros detalhes incorporados ao prédio, como elementos originais de mosteiros, igrejas, castelos e outras estruturas medievais europeias.
São quatro claustros, cada um com suas próprias características e nomes de claustros da França: Saint-Michel-de-Cuxa, Saint-Guilhem-le-Désert, Trie-sur-Baïse e Froville.
Um dos pontos altos, e onde eu sempre faço questão de me demorar um pouco mais, são os jardins. Como os artistas medievais que se inspiraram no mundo natural, os jardineiros do The MET Cloisters cultivam uma coleção viva, cujas plantas, ervas e flores vão mudando com as estações. Um dos jardins proporciona uma vista panorâmica do rio, do parque e da ponte George Washington, que liga Nova York a Nova Jersey.
Há inclusive uma reprodução fiel de uma Chapter House, uma sala aberta com arcos, paredes grossas e bancos de pedras presente na maioria dos mosteiros e conventos europeus. Era onde os monges ou freiras sentavam-se todos os dias para ler e discutir um capítulo da Regra de São Bento, o código oficial de comportamento monástico cristão. Impossível não imaginar essa cena ao entrar ali.
Dentro do museu você vai encontrar ambientes que lembram igrejas, salas com peças religiosas, vitrais coloridos, esculturas sacras e outras preciosidades. São aproximadamente duas mil obras de arte e uma rica seleção de objetos e elementos arquitetônicos do Ocidente medieval, em grande parte datados do século XII ao século XV.
Mas, sem dúvida, as obras de arte mais celebradas do The MET Cloisters são The Unicorn Tapestries (“As Tapeçarias de Unicórnio”), datadas por volta do ano 1500. Os sete painéis luxuosamente tecidos em lã fina e seda, com fios prateados e dourados, retratam cenas associadas à caça de um unicórnio mágico e estão entre as mais belas e complexas obras de arte do final da Idade Média.
A figura das tapeçarias de Unicórnio é tão relevante que se tornou símbolo do museu e estampa diversos produtos à venda na lojinha que fica perto da entrada.
Visitar o The Met Cloisters é como viajar no tempo e faz a gente, por um momento, esquecer que está em uma das metrópoles mais agitadas do mundo. Não é perto, rápido nem fácil chegar lá, mas se você tiver essa energia para investir, vai agradecer por ter ido.
Serviço
O ticket do Metropolitan Museum of Art da 5th Avenue vale para entrada do The Met Cloisters (e vice-versa) desde que seja usado no mesmo dia. Custa US$ 30 para adultos, US$ 22 para idosos e US$ 17 para estudantes.
Para chegar no The Met Cloisters, pegue a linha A do metrô e desça na estação 190th Street. Outra opção é pegar a linha 1 e descer na estação Dyckman Street. Depois, caminhe por cerca de 10 a 15 minutos até a entrada do Fort Tyron Park.
Se não tiver pique para a caminhada, pegue o ônibus M4 na estação de metrô da 190th Street e ele te deixará na porta do museu.
Fonte: viagemeturismo