Por mais que o dólar ainda esteja em um patamar alto (no dia da publicação desta matéria, US$ 1 equivalia a R$ 4,95), ainda compensa fazer compras em Orlando.
A incidência mais baixa de impostos e as promoções tentadoras nos outlets e shoppings, além da dobradinha com os parques temáticos, continua atraindo muitos brasileiros para a cidade todos os anos.
Mesmo assim, é preciso saber separar o joio do trigo quando se trata de economizar. Alguns produtos têm valores similares aos do Brasil, enquanto outros possuem uma diferença drástica (spoiler: principalmente os eletrônicos). Também vale a pena ficar de olho nos produtos e marcas que só encontramos nos Estados Unidos.
A seguir, conto o que estava valendo a pena comprar em Orlando quando estive por lá em janeiro de 2024:
Supermercados
Nas redes de supermercados Target e Walmart, vende-se muito mais do que apenas comidas e bebidas. Há gôndolas e mais gôndolas de cosméticos, objetos de decoração e papelaria, além de uma seção inteira de roupas e calçados separada entre masculino, feminino e infantil.
A graça está nos produtos que não existem no Brasil. As prateleiras dos chocolates exibem uma variedade de deixar qualquer um maluco: vale a pena comprar os pacotões com miniaturas de rótulos sortidos, que podem ser uma lembrancinha bacana e custam entre US$ 8 e US$ 14.
É também nos supermercados que você encontra cosméticos com o melhor custo-benefício. Marcas como Maybelline, L’Oreal e Elf têm produtos a bons preços quando comparado aos valores praticados no Brasil. Meu achado foi o delineador Tattoo Studio, da Maybelline, que saiu por US$ 8,99 (aproximadamente R$ 45). No Brasil, ele custa em torno de R$ 70.
Aproveite que está no supermercado para comprar salgadinhos, frutas e outros beliscos para levar para os parques, já que a alimentação por lá costuma ser cara.
Outlets
Os dois principais outlets de Orlando são o Vineland Premium Outlets e o International Drive Premium Outlets, que ficam a aproximadamente vinte minutos de carro um do outro. Os dois centros comerciais são bastante similares entre si, com várias lojas que se repetem, como Gap, Polo Ralph Lauren e The North Face.
A principal diferença é que o International Drive é um pouco maior que o Vineland e tem algumas lojas a mais. Só o International Drive, por exemplo, possui uma Victoria’s Secrets, onde encontrei outras opções legais de lembrancinhas. Há uma infinidade de cremes, loções e perfumes vendidos por bons preços quando comprados em quantidade. Cinco hidratantes para o corpo saíram por US$ 40 (o que equivale a aproximadamente R$ 200). No Brasil, cada unidade não sai por menos de R$ 90.
Antes de partir para as compras, uma dica importante é baixar o aplicativo SIMON: Malls Mills & Outlets (disponível para iOS e Android), que vale para os dois outlets. Através dele você pode se cadastrar gratuitamente no VIP Club para ter acesso a alguns cupons de descontos exclusivos, além de ver o mapa das lojas – uma mão na roda quando você quer ser mais objetivo nas compras, ao invés de andar sem rumo admirando as vitrines.
Mesmo se tratando de outlets, nem tudo vale a pena. É preciso ter um pouco de paciência para garimpar as lojas e produtos com as melhores promoções. O ideal é dedicar pelo menos meio dia para cada um deles. Se optar por apenas um, fique de olho no aplicativo ou site dos outlets: as lojas publicam as promoções que estão rolando e até quando cada uma delas dura. Assim, já dá para ter uma ideia de qual outlet está valendo mais a pena.
Eu passei pelos dois outlets, mas as promoções no Vineland estavam significativamente melhores no dia da minha visita. Na Kate Spade, por exemplo, consegui comprar uma bolsa com 90% (sim, 90%!) de desconto. Já na The Cosmetics Store, gastei US$ 8 (cerca de US$ 40) em um creme da Clinique que no Brasil sairia em torno de R$ 125.
Lojas de eletrônicos
Não adianta: mesmo com o dólar alto, continua compensando comprar eletrônicos (especialmente os da Apple) nos Estados Unidos. Um iPhone 15, por exemplo, sai por US$ 799 (o equivalente a cerca de R$ 4.200). Já nas lojas oficiais da Apple no Brasil, o mesmo modelo custa R$ 7.100.
Os dois principais shoppings de Orlando, o Mall at Millenia e o Florida Mall, possuem lojas oficiais da Apple. Mas costuma haver filas para entrar em ambas as unidades.
Caso queira um atendimento mais rápido e personalizado, uma opção é fazer as compras de eletrônicos na Best Buy – que vende toda sorte de equipamentos, desde carregadores e acessórios para celular até televisões gigantescas. Por pura curiosidade, passei um tempão admirando os eletrodomésticos, como liquidificadores, mixers e aspiradores de pó de última geração.
Os preços da Best Buy são similares aos praticados nas lojas oficiais da Apple. Quando estive por lá, na unidade da rua Orange Blossom (pertinho do Florida Mall), vários atendentes sabiam falar português e passaram bastante tempo conosco para ajudar a fazer a melhor escolha de compra.
Eu não estava com essa empolgação toda, mas meu pai aproveitou para trocar o computador: o Macbook Air custou apenas US$ 749,99 (algo em torno de R$ 3.700). No Brasil, você paga pelo menos R$ 6.000 no mesmo modelo. E bônus: a loja estava bem vazia!
Lojas da Disney
Lojas com produtos oficiais da Disney estão por todos os lados em Orlando. As que ficam dentro dos parques são as mais caras, mas também as que possuem a maior oferta e variedade.
No complexo de lojas e restaurantes Disney Springs, a World of Disney é gigantesca e, mesmo assim, me decepcionou: queria comprar um ímã de geladeira e, por incrível que pareça, a loja não tinha nenhum. A unidade é mais pensada para as crianças, com brinquedos, fantasias e tiaras de orelhas (que, aliás, não saem por menos de US$ 25).
Outra opção é a Disney’s Character Warehouse, no International Drive Premium Outlets. Por se tratar de uma loja de outlet, os preços costumam ser menores que os das lojas dentro do complexo e alguns produtos são de coleções antigas. O problema é que há uma fila enorme para entrar na loja: não tive coragem de encarar, mas todos os clientes saíam com sacolas cheias de lá.
Vale dizer que pelúcias, brinquedos, fantasias, camisetas e inclusive ímãs de geladeira com os personagens podem ser encontrados aos montes em supermercados como Walmart e Target. Ainda que a maioria desses produtos não seja oficialmente da Disney, eles são licenciados e possuem boa qualidade – além de saírem muito mais em conta.
Dica bônus: Período tax-free na Flórida
Em determinados períodos do ano, alguns estados dos Estados Unidos determinam um período livre de impostos para categorias específicas de produtos. Geralmente, isso acontece durante a época do ano que antecede a volta às aulas, que no Hemisfério Norte corresponde aos meses de agosto e setembro.
Pela primeira vez, a Flórida determinou um segundo período livre de impostos entre os dias 1º e 14 de janeiro de 2024 – uma data bastante conveniente para os brasileiros, já que corresponde às férias escolares do Brasil. Os itens contemplados foram:
• Roupas, calçados e determinados acessórios com valor de no máximo US$ 100 por item;
• Determinados materiais escolares com valor de no máximo US$ 50 por item;
• Equipamentos e jogos educativos com valor de no máximo US$ 30 por item;
• Computadores pessoais e determinados acessórios para eletrônicos com valor de no máximo US$ 1.500 por item (quando adquirido para uso pessoal ou doméstico).
Ao contrário do Brasil, nos Estados Unidos o valor que você vê na etiqueta de um produto não é o preço que você vai pagar ao final da compra. Isso porque o imposto, chamado de sales tax, é acrescentado ao passar pelo caixa, o que pode gerar surpresas desagradáveis.
O imposto pago varia de cidade para cidade. No caso de Orlando, o valor é de 6,5% sobre o valor do produto. Isso faz com que as compras por lá valham mais a pena quando comparado a outras cidades nos Estados Unidos como Nova York e Miami, que cobram respectivamente 8,87% e 7%.
Portanto, estar atento aos períodos tax-free na Flórida e programar sua viagem de acordo é uma ótima dica para quem vai com o objetivo de comprar.
Fonte: viagemeturismo