Primeiro o Tejo, logo ali o mar. Exatos 40 minutos de “comboio” (€ 1,95 cada trecho + € 0,50 do cartão Viva, o passe de transporte recarregável) separam a estação do Cais de Sodré, em Lisboa, da vila encantadora que se debruça sobre o Atlântico, onde os dias são passados sem pressa ao ar livre, seja nos quilômetros sem fim de suas praias de areia fina, seja nas muitas esplanadas que enchem as calçadas de vida.
Dona de um charmoso centro histórico e de um paredão que descortina vistas dramáticas das encostas escarpadas, das dunas e do mar, Cascais é um programaço para quem está em Lisboa – mas não só. A lista do que fazer preenche facilmente dias a fio, sempre na companhia da brisa do mar.
A seguir, um guia com tudo o que interessa para curtir o melhor de Cascais agora e entender porque a vila de 65 mil habitantes é o destino queridinho dos cariocas que se mudam para Portugal em busca de qualidade de vida.
Praias
Meros 3 minutos a pé separam a estação de trem de Cascais da Praia da Conceição, bem no centro da vila (basta procurar pelo Hotel Albatroz, o acesso é logo ao lado), com suas águas calmas e barquinhos no horizonte. Depois do paredão, já mais afastado do centrinho, vem o trio de ouro: as lindas Praia da Cresmina, Praia do Guincho e Praia do Abano, uma na sequência da outra, mais selvagens, badaladas e points de surfe (atenção: pode ventar bastante!). Ficam neste trechinho final dois bares imperdíveis: o Café Duna da Cresmina, imerso nas dunas, que tem uma vista incrível da serra e do mar para acompanhar as saladas, wraps, tostex e crepes; e o Bar do Guincho, todo em madeira e pedra, bem na areia da praia.
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Café e brunch
A Gleba, padaria que se espalhou por Lisboa trazendo o pão de fermentação natural para o dia a dia dos lisboetas (AMÉM!), chegou a Cascais e logo inaugurou uma novidade na rede: uma parceria com um café, oferecendo brunch. No menu tem croissant, pain au chocolat, cookies e sanduíches ótimos para saborear nas mesinhas ao ar livre. Outro sucesso de Lisboa que chegou recentemente com seu ambiente ultra instagramável (não perca o banheiro cor de rosa!) e as melhores panquecas, waffles e tostas da redondeza foi o Nicolau.
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Comidinhas
Primeira sorveteria realmente famosa de Portugal, a Santini é um clássico que nasceu em Cascais – e embora já tenha se espalhado, as lojas do centrinho histórico são paradas obrigatórias. Uma bela novidade é a chegada da Scoop’n Dough, com seus donuts e sorvetes veganos e artesanais. Na Casa da Guia, procure pelo fofíssimo foodtruck amarelinho do Shake & Shaka. No menu, smoothies cremosos, bowls, tostas de avocado, kombucha e todo aquele combo hipster-saudável-instagramável.
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Restaurantes clássicos
Bem no coração do centrinho histórico, o Luzmar é o clássico dos clássicos portugueses. Tem isca (tiras de fígado)? Tem. Bacalhau? Claro. E também bons peixes e frutos do mar, além dos doces de ovos como grand finale. Outros dois nomes para anotar: O Mastro e O Beirão (Largo de Birre), ambos com um gostoso menu de delícias portuguesas.
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Outros restaurantes imperdíveis
O chef estrelado José Avillez começou a expandir seus domínios para Cascais alguns anos atrás com o seu Cantinho do Avillez, que segue um sucesso com sua assinatura de pratos portugueses com um twist (alô, azeitonas explosivas!). Agora foi a vez de chegar à beira-mar com o novíssimo Maré, no Guincho, com um menu dedicado aos peixes e frutos do mar.
O chef Vítor Sobral também garantiu seu lugar ao sol de Cascais com mais uma esquina, também especializada em peixes – a Lota da Esquina fica em plena baía, no antigo edifício da lota (mercado de peixe).
Recentemente, Cascais se transformou numa referência de comida japonesa, e a fama se deve, sobretudo, a dois ótimos restaurantes: o Kappo, mais gourmet e caro, focado em menus degustação; e o Izakaya que, como o nome em japonês indica, tem mais a vibe bar, com música alta e menu que vai de pokes a robatas. O Soya Noodle Bar é especializado em ramens. Na Casa da Guia, o LOVit serve sushi despretensioso com vista do mar.
Além de uma pegada moderninha e badalada de frente para a baía, com lindas vistas, o Hífen tem pratos bem gostosos para dividir, caso da burrata com pistache e bresaola, da tempura de camarão e da abóbora com queijo de cabra e romãs. Anote aí: vem aí, já em setembro, o Guimas, um clássico da Gávea, no Rio (eu não disse que os cariocas amam Cascais?).
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Bares
Se Lisboa tem a sua Rua Cor de Rosa, Cascais tem a Rua Amarela, o seu reduto boêmio fechado para pedestres e pipocado de bares e sabores do mundo. Tem as samosas indianas do Chutnify Cascais, os tacos mexicanos do Malacopa, os mexilhões do belga Moules & Gin… E ainda os biqueirões, burratas, cocottes e bruschettas da Taberna Clandestina e os frutos do mar do Senhor Manuel que, como boa cervejaria portuguesa, tem também ótimos pregos (um bife servido no pão).
Na Casa da Guia, o Palaphita tem mesinhas ao ar livre deliciosas e uma animação brasileira no ar. Ali o pôr do sol pode ser animado por DJs e boa música, para acompanhar o cardápio de delícias da Amazônia (e não apenas). Vale provar os dadinhos de tapioca e os hot dogs diferentões.
Outro bar badalado de alma brasileira é o Na Medida, no centro histórico, uma tap house com uma boa oferta de cervejas do mundo onde você serve a quantidade que quer tomar. Para acompanhar, pide, uma especialidade turca mezzo pizza mezzo esfiha feita na hora. Tem mesinhas ao ar livre. Por fim, se você acha que beber pints enquanto a TV transmite jogo de rugby pode ser um bom programa, há dois pubs irlandeses tradicionais: O’Neill’s e O’Luain’s.
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Passeios
Entre um mergulho e outro, há pelo menos dois museus interessantes em Cascais: a Casa das Histórias Paula Rego, onde os highlights começam pela arquitetura, um projeto de Eduardo Souto de Moura, vencedor do Prêmio Pritzker (e seguem com um acervo de centenas de obras da artista, uma das mais importantes do país); e a Casa de Santa Maria, uma antiga residência particular do começo do século passado que se abre para lindas vistas do mar. Em 2015, foi lançado o projeto Bairro dos Museus, com a intenção de reunir espaços culturais na vila. Vale ficar de olho para acompanhar a agenda de exposições neste link. Cartão-postal de Cascais, a Boca do inferno é um mirante impressionante e imperdível: uma gruta com um arco de pedra onde as ondas arrebentam com força total. É de uma beleza apavorante.
Fonte: viagemeturismo