Até o dia 7 de abril de 2025, o Museu de Arte do Rio (MAR) abrigará uma exposição com 65 caretas que compõem a tradicional festa do Bumba Meu Boi, no Maranhão. As obras, produzidas originalmente para os festejos da região, são todas de autoria do artista Zimar, que dá nome à exposição itinerante organizada pelo Centro Cultural Vale Maranhão e sediada no Rio de Janeiro.
As chamadas caretas são máscaras usadas pelos cazumbas, durante as festas. Os cazumbas, uma das figuras mais emblemáticas do Bumba Meu Boi do Maranhão, são personagens brincalhões, irreverentes e assustadores, que com as caretas abrem as apresentações dos grupos tradicionais da região da baixada maranhense e auxiliam — ou atrapalham — na brincadeira, pregando peças no público enquanto gingam ao som do balançar de um chocalho.
A figura do cazumba chama atenção pelos inúmeros detalhes que compõem o seu figurino: a túnica ou bata bordada com paetês e miçangas, ou feitas de chita; o cofo que confere o divertido rebolado e é utilizado para guardar objetos; e a careta, com sua base de chapéu, com cabeleira e queixo costurados, que assusta e encanta, e traz consigo a assinatura de quem a produz. Zimar é um destes artistas, que imprime nas caretas um estilo próprio.
Batizado Eusimar Meireles Gomes, o artista é natural do município de Matinha (MA) e iniciou a confecção de caretas de cazumba após se machucar com uma máscara que havia comprado. Decidiu, então, adaptar as máscaras para o formato de seu rosto, proporcionando mais conforto.
“Podemos dividir o trabalho de Zimar em três fases: uma primeira onde trabalhou queixos e caretas bem elaboradas em madeira paparaúba; a segunda também em madeira, mas com feições mais reduzidas; e a terceira em que reaparece utilizando diversos materiais. Ele faz parte de um conjunto de bons fazedores de caretas, que aplicam a marca pessoal como uma assinatura de suas obras, seja pelo reaproveitamento de aparatos corriqueiros ou na expressão das máscaras confeccionadas”, explica Jandir Gonçalves, pesquisador da cultura popular maranhense e que assina a curadoria da exposição juntamente com Reinilda Oliveira e Sergileide Lima.
Suas obras compõem a nova exposição itinerante do Centro Cultural Vale Maranhão, ZIMAR, que está aberta ao público no Museu de Arte do Rio. Ao todo, são 65 caretas de cazumba produzidas com os mais diversos materiais. Capacete, cano de PVC, pára-lamas de moto, panelas de alumínio, peças de ventilador, escovas de dentes e pneus de bicicletas são alguns dos artefatos usados pelo artesão na criação das peças, que já fazem parte da fantasia de cazumba de vários grupos de Bumba Meu Boi da região da baixada maranhense.
A exposição conta ainda com um documentário curta-metragem homônimo e inédito, dirigido pelo cineasta Beto Matuck, especialmente para a mostra. O filme mostra Zimar criando as caretas, enquanto conta sobre sua história, inspirações e aborda outras questões.
O Rio de Janeiro é a terceira cidade visitada pela exposição itinerante, que estreou em São Luís, no Centro Cultural Vale Maranhão, e já passou pelo Museu Nacional da República, em Brasília.
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Serviço
Onde? A exposição ficará em cartaz no Museu de Arte do Rio, localizado na Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro.
Quando? Até o dia 7 de abril de 2025, de terça-feira a domingo, das 11h às 18h. Última entrada às 17h.
Quanto? A exposição Zumar é gratuita. Os ingressos para as demais exposições, porém, custam R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia e podem ser adquiridos aqui. Às terças-feiras, a entrada é gratuita. Alguns grupos, especificados no site do museu, têm direito à gratuidade sempre.
Fonte: viagemeturismo