Sam Altman, CEO da OpenAI, está supostamente próximo de garantir US$100 milhões para o Worldcoin, uma criptomoeda única que envolve a leitura da íris das pessoas. Fundado por Altman e Alex Blania em 2019, o Worldcoin possui uma visão ambiciosa: oferecer uma parcela de um novo token digital para cada ser humano na Terra. Mas o que é o Worldcoin e como ele atraiu esse financiamento em meio a um “inverno” criptográfico? Vamos explorar.
O que é o Worldcoin?
O Worldcoin é um projeto criptográfico que visa criar uma rede global de identidade e finanças para todos. Ele utiliza um dispositivo chamado “orb” que faz a leitura da íris das pessoas para comprovar sua singularidade e humanidade, e as recompensa com tokens Worldcoin.
Também possui um aplicativo chamado World App, que permite pagamentos, compras e transferências usando Worldcoin e outros ativos digitais. O Worldcoin planeja ser lançado na primeira metade de 2023 e distribuir um total de 10 bilhões de tokens, sendo que 80% deles serão destinados aos usuários.
Como o Worldcoin funciona?
No início de 2020, Alex Blania começou a trabalhar com os cofundadores do Worldcoin, Sam Altman e Max Novendstern. A pergunta que os impulsionou era simples: “E se houvesse uma maneira de distribuir gratuitamente ações de um novo token digital para cada pessoa no planeta?” Os três fundadores acreditavam que quanto mais pessoas possuíssem a moeda, mais fácil seria enviar e receber pagamentos com ela.
Os fundadores imaginaram o Worldcoin como um sistema global de distribuição para a Renda Básica Universal, que é essencialmente dinheiro regular para todos fornecido pelo governo ou por uma organização para suprir necessidades básicas. Altman até esperava que a moeda pudesse, um dia, ser usada para distribuir lucros enormes gerados por sistemas de IA igualmente entre as pessoas.
No entanto, garantir uma distribuição equitativa das moedas significava que o Worldcoin precisava garantir que cada pessoa se cadastrasse apenas uma vez. Para isso, os fundadores escolheram a leitura biométrica da íris. Eles desenvolveram um dispositivo chamado Orb, que faz a leitura da íris de uma pessoa para comprovar sua singularidade e humanidade, e atribui a ela um “World ID” que pode ser usado como um passaporte digital global.
A leitura é convertida em uma sequência de números conhecida como hash, de tal forma que é impossível recriar a imagem digitalizada mesmo se o hash for comprometido. O Orb envia o hash da íris e um hash da chave pública do usuário para os servidores do Worldcoin. Se a pessoa não tiver se cadastrado anteriormente, os hashes são adicionados ao banco de dados e à blockchain da empresa.
O que está por vir para o Worldcoin?
Um dos maiores desafios a serem superados pelo Worldcoin é a acessibilidade do Orb, ou seja, torná-lo disponível para o maior número possível de pessoas e expandir o banco de dados. Para resolver isso, o Worldcoin planeja oferecer cupons ou acesso a empréstimos específicos, incentivando mais pessoas a se cadastrarem.
Segundo relatos, o Worldcoin está prestes a lançar um SDK, permitindo que desenvolvedores utilizem sua API e incorporem sua tecnologia em seus próprios aplicativos e plataformas, onde desejarem que um usuário execute uma ação apenas uma vez.
Desafios
O Worldcoin também enfrenta muitos desafios e críticas. Algumas pessoas estão preocupadas com a privacidade e segurança de seus dados biométricos, e se eles serão utilizados para outros fins. Outros questionam a viabilidade e escalabilidade do projeto, e se ele pode alcançar bilhões de pessoas que não têm acesso a serviços bancários ou têm acesso limitado.
Além disso, alguns especialistas duvidam do valor e utilidade do token do Worldcoin, e se ele pode competir com outras criptomoedas ou moedas fiduciárias. Ainda resta saber se o Worldcoin conseguirá concretizar sua visão ambiciosa e superar seus possíveis obstáculos.
Recentemente, de acordo com um relatório da TechCrunch, hackers instalaram um malware que rouba senhas nos dispositivos de vários operadores do Worldcoin Orb, concedendo a eles controle total sobre os painéis de controle dos operadores. Isso levanta preocupações sobre a segurança e privacidade da tecnologia de escaneamento de íris.
Como usar a Worldcoin
De acordo com a Worldcoin, a plataforma já ultrapassou um milhão de cadastros e tem entre 100 e 200 Orbs em operação a qualquer momento. Você pode fazer parte dessa rede em crescimento baixando o aplicativo World, que foi lançado em 8 de maio, e seguindo as etapas abaixo.
Passo 1: Baixe o aplicativo World para criar uma conta Worldcoin e uma carteira digital. Ele está disponível tanto para iOS quanto para Android.
Passo 2: Cadastre-se para obter um World ID. É possível usar o aplicativo World sem passar pelo procedimento de escaneamento ocular, mas para receber a sua parcela gratuita de Worldcoin Tokens e outras moedas digitais, é necessário se cadastrar para obter um World ID visitando um Operador Worldcoin.
Passo 3: Receba sua parcela gratuita de Worldcoin e outras moedas digitais com seu World ID.
Observe que, até Maio de 2023, o Worldcoin ainda não está disponível para compra no aplicativo. Os co-fundadores pretendem lançá-lo nas próximas semanas. O processo e o cronograma para os usuários na Índia se registrarem na plataforma por meio de um Operador Worldcoin também não estão claros.
Fonte: Andre Lug
