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Tecnologia

Uncharted: Legado dos Ladrões é mais um bom port da Sony no PC

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É estranho pensar que Uncharted 4 está mais próximo de completar uma década de existência do que do seu lançamento original em 2016. Ao contar o desfecho da história de Nathan Drake, o jogo foi aclamado por crítica e público na época e pavimentou um caminho de sucesso para o Playstation 4 durante toda aquela geração, ganhando, inclusive, uma DLC “standalone” chamada The Lost Legacy no ano seguinte.

De lá para cá as coisas mudaram bastante e a Sony decidiu investir pesado também no mercado dos jogos de PC. Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões marca a estréia da franquia no PC com estes dois capítulos mais recentes da saga e consolida ainda mais a posição de multiplataforma do ecossistema Playstation.

Port Competente

Quando começou com a estratégia de lançar suas principais franquias no PC, a Sony assustou a comunidade com o port problemático de Horizon: Zero Dawn. Muitos se perguntaram se os lançamentos seguintes conseguiriam acompanhar a qualidade vista nos consoles da marca. No entanto, o que se viu foi uma sequência de ótimos ports, com opções de customização extensas, incluindo DLSS, FSR e várias outras tecnologias da AMD e Nvidia que deixam os jogos fluidos e belos no PC.

Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões no PC dá continuação nesta sequência competente e, mesmo que não exiba a mesma exuberância de opções e escalonamento quando comparado com a versão de PS5, ainda assim entrega uma versão digna para os jogadores exigentes da plataforma do mouse e teclado.

Máquinas mais parrudas devem atingir boas taxas de quadro com facilidade mesmo em resoluções altas. Meu teste foi em uma RTX 3070 com um I7 de nona geração e o resultado foi passar tranquilamente dos 60 quadros por segundo em 1440p, com as configurações gráficas no ultra e o DLSS ligado no modo Qualidade. Jogar as sequências de ação, tanto nos níveis mais fechados de Uncharted 4 quanto nas áreas abertas de The Lost Legacy, com essa responsividade é bem mais divertido e a resolução maior e nativa garante ainda mais impacto visual dos cenários, o que é sempre uma marca dos jogos da franquia.

Na quantidade de opções para customização da experiência faltou um pouco mais de cuidado. Além dos poucos efeitos de pós-processamento que podem ser diminuídos ou aumentados, há pouco informação visual no menu para ajudar quem for mais leigo na plataforma. Ao menos há um slider que indica quanta memória cada efeito vai consumir, mas é pouco comparado com os lançamentos mais recentes da marca. Outro defeito é a ausência de um modo Tela Cheia que permita editar a resolução manualmente dentro do jogo. Há apenas as opções janela e janela sem borda, que impedem de fazer downscale e upscale com o DLSS ligado.

Eu gosto de utilizar meu PC na TV 4k da sala, por exemplo, para utilizar HDR e a maior densidade de pixels. Infelizmente foi necessário recorrer a meios fora do jogo para conseguir descer a resolução do modo janela sem bordas para conseguir atingir 1440p e aproveitar o ganho de FPS. Também senti falta de opções gráficas mais modernas, como o Ray Tracing, que está presente em outros jogos do Playstation e daria um upgrade incrível em várias cenas do jogo.

Durante o tempo que joguei, não encontrei bugs em grande quantidade, crashs, problemas com saves nem quedas bruscas de FPS por falta de otimização, o que no fim das contas são sempre o que se deve evitar em um bom port. Quem optar por essa versão não deve ter problemas técnicos maiores e vai poder aproveitar tranquilamente as duas jornadas. Vale destacar também a possibilidade de utilizar o Dual Sense com todos os efeitos presentes no PS5, o que é sempre um atrativo a mais para quem abre mão da precisão do mouse em jogos deste tipo.

Considerações

Algumas coisas inevitavelmente começaram a envelhecer em Uncharted 4 e The Lost Legacy. Quem jogou The Last of Us 2 recentemente, por exemplo, pode torcer um pouco o nariz para o combate mais “bagunçado” e menos preciso de Nathan Drake e seus companheiros. Pessoalmente, também não gosto muito das sessões de escalada, mas há quem ame. Já os visuais e animações dos personagens, bem como as atuações de quem os dublou, continuam incríveis e oferecem uma experiência saborosa para quem nunca experimentou os dois jogos no PS4.

O port tem alguns pormenores, mas, no geral, entrega uma experiência sólida e acima da média. Talvez valha a pena esperar o preço dar uma reduzida. No momento a coletânea está saindo por R$199,90 no Steam, cinquentão mais caro que no PS5 e bem mais salgado que os jogos separados em mídia física no PS4. Conhecendo a plataforma, uma promoção não deve demorar a vir.

Uncharted: Legado dos Ladrões está disponível para PC e PlayStation 5.

*Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Sony PlayStation.

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