O elemento narrativo que move a trama de The Last of Us é imunidade de Ellie diante da infecção do Cordyceps que devastou a humanidade. Afinal, é a partir disso que toda a trama se desenrola, e é como ela vai parar no caminho de Joel.
Mas afinal, como e por que Ellie é imune? Ela é realmente a única pessoa imune em The Last of Us? Essas são perguntas constantes para qualquer um que entre em contato com o game ou com a série, embora não exista uma resposta clara. Mas no vídeo de hoje, analisamos algumas das teorias mais significativas a respeito da imunidade de Ellie, e que podem trazer alguma luz sobre o assunto.
Através da mãe
Ellie nasceu na primavera de 2019, época em que a infecção por cordyceps se espalhou pelos Estados Unidos e levou ao colapso da civilização. De acordo com o que sabemos a respeito de sua história de origem, Ellie é filha de uma mulher chamada Anna, uma enfermeira ligada aos Vaga-lumes e amiga da Marlene, a líder do grupo. E é a partir daí que surge a primeira teoria a respeito da imunidade de Ellie.
Em The Last of Us, descobrimos através de uma carta deixada por Anna para Ellie, que ela morreu um dia depois de dar a luz à filha. E embora as circunstâncias de sua morte não fiquem claras, é sugerido que ela foi mordida por um infectado – um elemento crucial para que nossa teoria faça sentido.
Essa teoria é a de que a mãe de Ellie foi infectada quando estava grávida dela, o que significa que Ellie foi exposta à infecção por Cordyceps quando ainda era um feto. Isso pode significar que sua imunidade foi incutida nela antes de seu nascimento e, portanto, quando ela foi exposta à infecção do Cordyceps por meio de uma mordida… isso não teve efeito sobre ela. Essa teoria ganhou mais força com a confirmação de que Ashley Johnson, intérprete de Ellie no jogo original, estará interpretando Anna na série do HBO.
No trailer, Ashley Johnson pode ser vista segurando um bebê recém-nascido, no que aparentemente é um flashback do nascimento de Ellie. Essa sequência pode confirmar que Anna, a mãe de Ellie, foi infectada durante sua gravidez, o que por sua vez causou sua imunidade. Porém, embora essa seja a teoria mais amplamente aceita pelos fãs há anos, ela também é a que oferece mais problemas narrativos, conforme falaremos a seguir.
Imunidade natural
Existem alguns fatores que descredibilizam a teoria da imunidade através da mãe de Ellie. Porque se Anna foi mordida enquanto estava grávida de Ellie, ela teria que estar nos últimos estágios da gravidez para dar à luz antes de morrer – o que seria tarde demais para qualquer imunidade ser desenvolvida.
Além disso, assim que descobriu que Ellie é imune, Marlene teria ligado os pontos. No entanto, tanto no game quanto na série, Marlene fica tão surpresa quanto qualquer um a respeito da imunidade da garota.
E um terceiro aspecto de que descredibiliza essa teoria é que isso significaria que Ellie tinha o fungo mutante em seu sistema desde que nasceu. Portanto, nos escaneamentos de rotina da ZQ de Boston, ela já teria acusado como infectada e seria sumariamente executada há anos. E é aí que entramos na teoria da imunidade natural.
Vale a pena notar que no game de The Last of Us, o gravador de um cirurgião indica que a contagem de glóbulos brancos de Ellie não aumenta, apesar da presença de Cordyceps em sua corrente sanguínea. A partir dessa informação, podemos inferir que o sistema imunológico da personagem não está lutando contra o vírus da mesma forma que nossos corpos combateriam uma gripe após uma vacina, por exemplo.
O caso de Ellie é comparado com “a descoberta da penicilina”, sugerindo que sua imunidade é simplesmente o resultado de uma mutação. Isso tornaria Ellie naturalmente imune, pondo fim às teorias que sugerem que talvez ela tenha sido infectada quando feto, desenvolvendo uma resposta imune.
Mutação do Infectado
Uma terceira teoria vem do fato de que o infectado que mordeu Ellie não foi o mesmo que mordeu Riley na expansão “Left Behind”, abrindo espaço para algumas conjecturas a respeito de uma possível cepa mutante que levou a uma infecção inerte. Considerando que o Cordyceps no universo de The Last of Us se trata de uma mutação que afeta humanos, a infecção de Ellie seria apenas… outra mutação.
Essa teoria aponta que o infectado particular que mordeu Ellie estaria carregando uma cepa mutada inativa, que portanto não se desenvolveria no sistema de qualquer pessoa, não apenas em Ellie. Se ele tivesse mordido Riley por exemplo, teríamos uma protagonista bem diferente em The Last of Us.
Mas no caso dessa teoria, uma segunda mordida, esta de um infectado comum, poderia matar Ellie? A resposta é não. Afinal, a cepa mutante também mutou o seu próprio sistema imunológico, algo sugerido lá no diálogo da contagem de glóbulos brancos. É por isso que Ellie podia respirar os esporos normalmente no game, sem se contaminar, afinal. Na série, como os esporos não existem, criaram o artificio narrativo de uma “segunda mordida”.
Mas afinal, se a teoria do infectado com uma cepa mutada for real, deveriam haver outros infectados do tipo por aí, certo? Assim como outras pessoas imunes além de Ellie. O que explica então o conceito de Ellie ser considerada única?
Bem, acontece que a FEDRA matava imediatamente qualquer pessoa que fosse escaneada como infectada, sem qualquer questionamento. Existe uma cena no jogo onde uma mulher é detectada como infectada pelo scan, mesmo que grite com convicção que não estava, e é eliminada imediatamente. Levando em consideração a teoria das cepas mutantes, isso nos faz pensar: quantos imunes foram mortos pela FEDRA simplesmente porque seus scans apontavam infecção?
Isso sem levarmos em consideração as pessoas que são mordidas e imediatamente tiram a própria vida – ou pedem que outros o façam – para não se transformarem em monstros.
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Fonte: terra gameon