Algumas conversas e entrevistas ficam marcadas na gente. E falar com Raquel Motta e Marcos Silva teve esse efeito. Poderia ter ficado mais algumas horas ali na sala, mas eles tinham compromisso e ficou marcado pra outro dia com mais tempo e em lugares propícios – tipo alguma mesa de bar.
Ambos são fundadores da Sue the Real, estúdio focado em contar narrativas afro-brasileiras e elevar outras potências conforme vão subindo também. A Tainá Félix, do nosso sexto episódio, bem que avisou que eles “são o presente e futuro do gamedev nacional preto”. “É bom crescer em comunidade e eles são um elo forte da nossa”, ela me escreveu.
Essas quase uma hora e meia de episódio passaram voando pela história dos dois. Do jogo terapêutico para pessoas com dificuldades motoras feito como TCC à viagem mais recente de ambos para Angola com um de seus últimos projetos, passando por jogos, conceitos de game design e pelo fato de um joguinho de matemática ter mudado a vida da Raquel.
Tudo com sorrisos incansáveis, muito carisma e um extremo respeito e atenção a tudo que eu perguntava. Raquel inclusive começou a entrevista pedindo pra gente fazer um episódio às avessas, pra que eles também conheçam mais do Lucas. Fica praquela mesa de bar também.
Bom, elogios emocionados a parte, enquanto Sue the Real, Raquel e Marcos correm ao lado do artista talentosíssimo José Wilson, o Zé, do músico-trapper-trilheiro Tivin e da produtora Yasmin Torritesi – e de muitas outras pessoas – pra dar vida a projetos como Angola Janga: a Picada dos Sonhos, adaptação do quadrinho de mesmo nome do premiadíssimo Marcelo D’Salete; Aya e seu lindo Black Power um “dream defense” em que você precisa proteger a coroa de uma menina enquanto ela busca sua ancestralidade; e o mais recente One Beat Min, mistura de jogo de luta com jogo rítmico regado a batalhas de beatbox. Além da animação Sankofa Trem, que levou o casal a uma primeira e inesquecível viagem a Angola.
Definitivamente ouça o podcast pra conhecer e entender melhor a grandeza desses dois e desse estúdio pra lá de incrível porque às vezes um áudio de uma hora e vinte quatro minutos falam mais do que algumas palavras aqui nesse texto.