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Os jogos de hack and slash estão tendo uma ressurgência no mundo do videogame graças a jogos como Bayonetta, Devil May Cry 5 e Nier Automata, e Soulstice agora vem juntar-se a esse grupo de jogos como uma aventura num mundo decadente cheio de adversários perigosos e combates com estilo. Mas será que esse jogo vale a pena?
Em Soulstice, você conhece a história de Briar e Lute, duas jovens que foram renascidas como uma Quimera. Nesse processo de renascimento, as armas de Briar e Lute foram unidas, e com isso Briar ganhou força e resistência sobre-humanas, e Lute, que agora só existe junto à irmã, tornou-se um espírito com poderes místicos.
As duas agora devem proteger o Reino Sagrado de Keidas quando poderosas e brutais criaturas conhecidas como Wraiths o reino delas ameaçando consumir os vivos.
Essa transformação de ambas é parte fundamental não só da história, como também da jogabilidade de Soulstice. Inicialmente, o jogo é um hack and slash bem padrão, onde você explora o cenário, enfrenta inimigos, destrói partes dele para ganhar orbes que podem ser usados para melhorar o seu personagem ou comprar itens e assim por diante, mas logo o jogo introduz a primeira mecânica original dele: uma mecânica de contra-ataque onde você aperta um botão no momento certo e então Lute usa uma magia que desacelera o inimigo para que você consiga vencê-lo antes dele completar o golpe em você ou para que você saia da frente desse ataque.
Como Briar pode executar apenas três esquivas em sucessão antes de ter que esperar por um instante de tempo para poder voltar a usar essa manobra, dominar essa mecânica é fundamental para sobreviver ao jogo, que começa bem fácil, mas vai pisando no acelerador constantemente e aumentando cada vez mais a quantidade de inimigos que ele vai colocando diante de você.
Além disso, Lute ainda tem duas habilidades que são campos de força que permitem a Briar acertar inimigos etéreos como ela (ou seja, fantasmas) que não poderiam ser atingidos normalmente, além de cristais vermelhos que podem estar bloqueando o seu caminho ou que sirvam apenas para que você ganhe mais orbes vermelhos para comprar itens e subir suas habilidades.
Estes dois campos de força funcionam apenas por uma quantidade limitada de tempo, e se você não estiver usando seus ataques constantemente em quem for vulnerável a eles, esse tempo se esgota mais rapidamente ainda. Caso isso aconteça e você não desative o campo a tempo, Lute perde seus poderes por alguns instantes, impedindo assim que você consiga usar as habilidades de contra-ataque dela, adicionando assim uma camada de complexidade ao jogo.
No geral, eu achei o combate de Soulstice bom, ainda que ele seja muito monotônico, ou seja, com pouca variação de inimigos e que depois de um tempo, geralmente o que você leva para completar uma ou duas fases, ele acabe cansando exatamente por essa falta de novidades. O jogo até vai introduzindo novas mecânicas, como novas armas para Briar lutar contra inimigos que já estavam aparecendo e que são mais adequadas contra eles, por exemplo, mas por ser cru demais e sem grandes cenas de ação, como nos jogos que eu citei no começo da nossa análise.
Além dos momentos em que você enfrenta inimigos, as fases também são compostas por colecionáveis escondidos, que servem para aumentar a sua vida, o poder de Lute e a quantidade de tempo que você usa os campos de força. Outro detalhe é que cada fase conta com ou mais desafios bônus, onde você vai para outra dimensão cumprir um desafio em específico para ser recompensado com itens como os colecionáveis para aumentar os seus atributos.
Para completar, o jogo oferece alguns desafios de plataforma que funcionam usando tanto os pulos duplos de Briar quanto as habilidades de campos de força de Lute, mas nada que seja muito difícil, e na maioria dos tempos o caminho que você precisa seguir é bem linear.
Graficamente, Soulstice é um jogo bonito se a gente parar para lembrar que ele foi desenvolvido por um time pequeno, mas como ele se passa numa área pequena, os cenários apresentam pouca variação, então isso também ajuda a cansar um pouco ao invés de servir para amenizar a monotonidade da experiência.
A trilha sonora do jogo é boa, e a dublagem executada pela atriz Stefanie Joosten, que também deu voz a Quiet de Metal Gear Solid V, é um destaque do jogo. Outro destaque, aliás, é que ele possui legendas e menus em português.
Mas e aí, Soulstice vale a pena?
Soulstice é um jogo legal, mas que pode acabar sendo meio monótono em alguns pontos. Uma das coisas que a gente espera num hack and slash são batalhas épicas, cenas exageradas e tudo mais, e é exatamente isso o que acaba faltando aqui, talvez por falta de orçamento ou pelo fato do jogo ser feito por uma equipe pequena. No fim, temos algumas ideias interessantes para oferecer algo de novo ao gênero, mas como parece que a gente sempre está repetindo o mesmo combate, o jogo acaba tornando-se um pouco cansativo.
Review elaborado com uma cópia do jogo para PS5 fornecida pela Publisher.
Resumo para os preguiçosos
Soulstice é um jogo legal, mas que pode acabar sendo meio monótono em alguns pontos. Uma das coisas que a gente espera num hack and slash são batalhas épicas, cenas exageradas e tudo mais, e é exatamente isso o que acaba faltando aqui, talvez por falta de orçamento ou pelo fato do jogo ser feito por uma equipe pequena. No fim, temos algumas ideias interessantes para oferecer algo de novo ao gênero, mas como parece que a gente sempre está repetindo o mesmo combate, o jogo acaba tornando-se um pouco cansativo.
Prós
- Sistema de combate com diversas ideias interessantes
- Belos gráficos
Contras
- Cenários repetitivos
- Pouca variação de inimigos
- Personagens pouco carismáticos
- Faltam cenas grandiosas nos combates