Sophia @princesinhamt
Tecnologia

Silent Hill: O que a franquia tem de tão especial?

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Recentemente uma notícia envolvendo o aparecimento de um suposto novo Silent Hill em uma lista de classificação indicativa da Coréia do Sul causou furor na internet. Assim como já havia acontecido com Suikoden, o provável retorno de uma importante franquia da Konami animou os fãs da marca, que outrora já foi uma das grandes referências em termos de jogos clássicos.

Agora, a produtora japonesa anunciou uma transmissão no YouTube, que acontecerá no dia 19 de outubro, para revelar várias novidades sobre a cultuada franquia de terror. Grande sucesso da virada dos anos 1990 para 2000, Silent Hill surgiu e sumiu como um dos devaneios presentes nas sombrias tramas de seus games.

“Nos seus sonhos sem descanso, você vê aquela cidade?”, diz o anúncio da transmissão. A frase é uma referência ao cultuado Silent Hill 2.

Relembre a trajetória de Silent Hill e entenda o que os jogos de horror da Konami têm de tão especial!

Da luz…

Em 1999, o mundo dos games vivia uma fase intensa. O Dreamcast, último console da Sega, foi lançado alguns meses do ano anterior, ao passo que a Capcom e a Square sacudiram o mercado com pesos-pesados como Resident Evil (que àquela altura já estava na terceira edição) e Final Fantasy VII. A Konami não ficou para trás, e depois de entregar clássicos como Castlevania: Symphony of the Night (1997) e Metal Gear Solid (1999), “respondeu” ao game da Capcom com o terror psicológico de Silent Hill. 

Se o “terror de sobrevivência” exibido por Resident Evil foi inspirado pelos filmes de horror viscerais da década de 1970/80 como “Massacre da Serra Elétrica” e “Despertar dos Mortos”, temos um Silent Hill uma pegada mais à “Carrie, a estranha” e a série “Twin Peaks”, que exploram as fobias humanas e situações surrealistas para envolver o espectador em suas tramas. 

Comparado a Resident Evil, Silent Hill foi um jogo focado em envolver psicologicamente o jogador. Se nos jogos da Capcom, o jogador sabia onde estava e sua maior preocupação era sobreviver, em Silent Hill, o jogador sabe apenas que o protagonista, Harry Mason, sofreu um acidente de carro e sua filha está desaparecida. Silent Hill é um lugar sinistro, vazio e desde o início hostil, ao mesmo tempo sem revelar o porquê. Personagens são apresentados aos poucos, e sempre de uma forma reticente, como se estivessem escondendo algo do jogador. Além de lutar para permanecer vivo, o jogador vai desenrolando uma trama com toques sobrenaturais e com viradas de impacto. Se Resident Evil é o inferno, Silent Hill é um pesadelo.

A tensão é constante. A Konami trabalhou bem as capacidades do PS1, entregando um mundo com cenários mórbidos, aterradores e uso de bom efeito de luz nos ambientes mais escuros. O som é um grande destaque do jogo, com efeitos sonoros perturbadores e a trilha densa composta por Akira Yamaoka mantém o jogador sempre em suspense.

…À escuridão!

O sucesso do primeiro título levou a Konami a já trabalhar uma sequência para a próxima geração, cujo primeiro console foi o PlayStation 2, lançado em 2000. Com muito mais recursos técnicos à disposição, a equipe de desenvolvimento pôde entregar um Silent Hill 2 com uma atmosfera e clima muito mais misterioso e sinistro que a do primeiro game. Acostumados a assistir filminhos pré-renderizados e depois encarar gráficos muito mais modestos, os jogadores da época se impressionaram com cenas feitas com os gráficos reais do jogo, o que fez da cena inicial com James Sunderland parecer um “filme jogável”. 

Silent Hill 2 também foi o game que apresentou alguns dos vilões mais memoráveis da franquia, como as enfermeiras-zumbis e o temível Pyramid Head. Ainda mais sinistro e surreal que o game anterior, Silent Hill 2 apresenta 5 finais diferentes, que variam de acordo com certas escolhas feitas durante a campanha. Em resumo, é o game mais assustador e divertido da série.

Infelizmente, a partir daí a franquia Silent Hill entrou em uma espiral de decadência, perdendo qualidade a cada novo título lançado. O ponto baixo desse processo foi o pavoroso “Silent Hill HD Collection”, compilação lançada em 2012 para PlayStation 3 e Xbox 360 que apresentou sérios problemas de performance, muitos bugs, e uma apresentação inferior às versões originais dos games presentes. Um ponto de luz nessa escuridão foi Silent Hill: Shattered Memories, uma “reimaginação” do game original lançado em 2009 para Nintendo Wii (com conversões para PS2 e PSP).

O último suspiro da série foi “P.T”, um demo de terror desenvolvido por Hideo Kojima e dirigido em parceria com o cineasta Guillermo del Toro. Porém, desentendimentos entre a Konami e Kojima, que levaram a sua eventual saída da companhia, fizeram com que o projeto fosse cancelado, e desde então a série Silent Hill permanece na escuridão. 

O que haverá além da bruma de Silent Hill? Acompanhe a transmissão da Konami no dia 19 de outubro e participe do canal do Game On no Discord para ficar por dentro de todas as novidades!

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.