Saints Row (2022) vale a pena? Análise – Review

• Resumo para preguiçosos
• Nota
• Prós e Contras

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A franquia Saints Row sempre foi conhecida como um “GTA que não se leva a sério” e depois de conquistarem não só o mundo mas também o espaço e até mesmo o inferno, a série meio que chegou a um ponto onde não tinha mais para ir, mas como prosseguir então? Recomeçando tudo do zero, e é exatamente isso o que o Saints Row traz, um recomeço da série. Mas será que o jogo vale a pena?

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Em Saints Row, você começa o jogo como um jovem ou uma jovem que faz parte da Marshall, uma companhia de segurança privada de Santo Ileso, cidade em que o jogo se passa, e que está em seu primeiro dia de trabalho.

O seu personagem é colega de apartamento de mais três personagens, Neenah, uma jovem que faz parte da gangue dos Panteros, uma gangue focada em carros tunados, Eli, um jovem startupeiro que parece o Linkedin ambulante e Kevin, um jovem que faz parte da gangue dos Idols, uma gangue de anarquistas que ouvem música synthwave.

Num belo dia, os colegas de quarto resolvem começar a própria gangue ao invés de continuarem trabalhando para seus respectivos chefes, e assim começa a sua trajetória para construir o império dos Saints. Como você já deve imaginar, você será o principal motor dessa construção, e ela vai acontecer desde o comecinho mesmo, com você e seus colegas escolhendo o lugar onde será a sua base, um novo nome, recrutando seguidores e assim por diante.

A campanha toda de Saints Row gira em torno da construção do seu nome dentro do mundo do crime de Santo Ileso, e a maioria esmagadora das missões da dela são focadas nisso. Além dessas missões, o jogo ainda tem algumas (porém poucas) missões opcionais como combater uma força-tarefa da polícia que está tentando tirar você das ruas e uma missão onde você deve ajudar Eli a vencer no mundo do LARP, aqueles RPGs Live Action.

No geral, a campanha de Saints Row é divertida, e felizmente a Volition não perdeu o seu senso de humor nesse novo jogo. Os diálogos são muito bem humorados e cada um dos personagens tem características próprias fortes. O desenrolar da campanha no geral é que deixa um pouco a desejar. Ela é composta basicamente de quatro atos ao todo que não são tão longos assim, e quando você se dá conta, você já está fazendo a missão final do jogo e pensando “sério que é só isso mesmo?”.

Cada um dos seus colegas de time tem umas duas missões de desenvolvimento apenas, e a sua escalada no mundo do crime é rápida demais. Em um certo ponto da campanha, o jogo vai te dar a opção de começar a colocar empreendimentos ilícitos no mapa do jogo para aumentar o seu faturamento.

Esses empreendimentos sempre têm algum jeito de ganhar dinheiro de formas não lá muito dentro da lei, e você poderá ajudá-los concluindo missões para eles. Essas missões geralmente são bem simples, como roubar carros para um desmanche, ou foodtrucks com drogas para a sua rede de lanchonetes, fraudar seguros de saúde com aquele minigame clássico de ragdoll de outros jogos da série Saints Row e assim por diante.

O problema é que vai chegar num certo ponto da campanha, próximo ao fim dela, em que você será obrigado a concluir dois empreendimentos para avançar. E aí você vai descobrir que fazer 10 roubos a carro em sequência acaba ficando chato em um certo ponto.

Além das missões da campanha principal e dessas tarefas para os negócios ilícitos, Sants Row ainda oferece um mapa repleto de atividades, mas nenhuma delas é uma missão com história em si, apenas tarefas bem parecidas, como ajudar uma dona de casa em fugas da polícia ou deixar reviews ruins em estabelecimentos usando um aplicativo de reviews e depois matar todos os gangsters que vêm bater em você por ter feito isso.

A motivação para a maioria dessas atividades costuma ser bem humorada e seguir a linha de Saints Row de ser um “GTA que não se leva a sério”, mas os elementos de gameplay delas acabam cansando por não oferecerem quase nenhuma variação em si.

O combate de Saints Row é o melhor da série até aqui sem sombra de dúvidas. O jogo tem uma assistência de mira que vai fazer você quase não errar tiros, é possível usar rolamentos para esquivar dos adversários e assim por diante. Conforme você avança de níveis no jogo, o seu personagem vai ganhando mais pontos de vida além de habilidades como granadas e socos flamejantes.

Aqui, entretanto, fica o registro de que os inimigos do jogo têm muito pouca variação. Cada uma das facções tem umas 3 ou 4 unidades que na verdade são as mesmas com skins diferentes, e os inimigos que você enfrenta na primeira hora de jogo são os mesmos do fim do game.

Um detalhe ainda que merece ser mencionado são os finalizadores, que o seu personagem pode usar em inimigos para recuperar vida. Eles são bem criativos e legais, mas nossa, há momentos em que o que você quer é que eles sejam o mais curtos o possível.

Outro ponto bem feito do jogo é a direção de carros e veículos aéreos em geral. Bater nos adversários para demolir com os veículos deles também é bem legal, e felizmente o seu carro sempre aguenta uma quantidade grande de porradas até ser destruído. Outro ponto que eu gostei no jogo foi que ele felizmente prioriza a qualidade de vida do jogador, ou seja, se você está roubando um carro para o desmanche e você consegue chegar no objetivo, não importa que tenha 30 carros da polícia atrás de você, você ganhou e a notoriedade é zerada. Se você vai começar uma missão e um tiroteio começa logo antes, não tem problema a missão começa igual. Uma das coisas mais chatas em outros sandboxes é exatamente quando o mundo do jogo se coloca diante da diversão do jogador, e felizmente Saints Row não faz isso.

Um ponto ainda que eu preciso abordar nessa análise é o fato de que o jogo ainda precisa de um pouco de trabalho para melhorar a parte técnica dele. Saints Row infelizmente tem bugs que incomodam bastante durante o jogo. Há momentos em que a IA dos NPCs não carrega, e você pode matar inimigos sem eles reagirem. Há momentos em que inimigos trancam no cenário e você precisa reiniciar o objetivo e torcer para eles aparecerem no local certo para serem mortos e você então poder avançar no jogo.

Além disso, há uma missão em especial na campanha de Saints Row onde eu tive que recorrer a uma solução criativa para conseguir passar dela pois o jogo tinha um bug que fazia inimigos aparecerem numa área inacessível para mim. O jeito foi ir de helicóptero até o local da missão, usá-lo para chegar onde os inimigos estavam rapidamente e acabar com eles antes do timer que dispara se você está fora do limite da missão acabar para conseguir passar dessa parte. Esses problemas, espero eu, serão resolvidos seja na versão de lançamento do jogo, seja logo após isso acontecer, mas como de costume, vale registrar pois a versão do jogo ao qual eu tive acesso tinham esses problemas.

Graficamente, Saints Row é um jogo com bons gráficos, mas nada que vá tirar o fôlego de ninguém. O jogo é competente no Xbox Series X e oferece opções de gameplay a 4K e 30 quadros por segundo e 2,5k e 60 quadros. Como eu prefiro toda vida jogar com o framerate alto, eu selecionei essa segunda opção, mas aqui vale a ressalva: as sombras dos personagens nesse modo são muito ruins, completamente quadriculadas, ficou bem feio.

Para completar, a trilha sonora e a dublagem de Saints Row são boas, e eu gostei das opções de rádio do jogo. Vale ressaltar ainda que Saints Row conta com legendas em português, mas diálogos apenas em inglês.

Mas e aí, Saints Row vale a pena?

Saints Row não é o melhor capítulo da franquia, mas é um bom jogo para se sentir ocupado, com missões divertidas e uma série de atividades que certamente vão despertar boas risadas de você. O jogo tem alguns problemas técnicos a serem resolvidos ainda, sendo que um deles quase que impede você de concluir uma missão da história principal e precisa ser corrigido o quanto antes, mas a minha experiência com o jogo foi positiva.

Review elaborado com uma cópia do jogo para Xbox Series X fornecida pela publisher.