O , de uso fundamental para serviços de localização, telecomunicações, emergência e transações financeiras, está sob risco de sofrer interrupções.
De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, o serviço de GPS apresenta-se cada vez mais vulnerável em razão de ataques que os sinais de satélite recebem na Terra. Ao contrário da China, os Estados Unidos não possuem uma alternativa para civis, caso esses sinais sofram interrupções no espaço ou em terra.
Em fereveiro, o governo norte-americano afirmou que a Rússia poderia lançar uma arma nuclear no espaço e reorientar a atenção para a vulnerabilidade dos satélites.
A Rússia, a China, a Índia e os EUA testaram mísseis antissatélites, e várias grandes potências mundiais desenvolveram tecnologia com o objetivo de interromper os sinais no espaço. Um satélite chinês, por exemplo, possui um braço robótico que pode destruir ou mover outros satélites.
Ataque de hackers russos ameaçam sistema de GPS
Na Terra, hackers russos atacaram a infraestrutura de um sistema de satélite na Ucrânia, ao cortar a internet no início da guerra no país. Ataques como jamming, que abafa os sinais de satélite, e spoofing, que envia dados enganosos, crescem. Essas ações desviam voos e confundem os pilotos que estão distantes dos campos de batalha.
Apesar de reconhecer os riscos, os EUA não têm fonte alternativa confiável de tempo e navegação para uso civil, conforme documentos. Enquanto o governo norte-americano não apresenta resoluções, a China avança e constrói o que diz ser o maior, mais avançado e mais preciso sistema de cronometragem do mundo.
Sem satélites, o mundo ficaria “cego”
Os sistemas de satélite (GPS, dos EUA; Beidou, da China; Galileo, da Europa; e Glonass, da Rússia) são fontes de tempo. A medida é a base da maioria dos métodos de navegação.
No sistema de GPS norte-americano, por exemplo, cada satélite carrega relógios atômicos e transmite sinais de rádio com informações sobre sua localização e a hora exata. Quando um receptor de celular capta sinais de quatro satélites, ele calcula sua própria localização com base no tempo que levou para esses sinais chegarem.
Outras infraestruturas também dependem de satélites. As empresas de telecomunicações usam o tempo preciso para sincronizar suas redes. As companhias de energia elétrica precisam do tempo dos satélites para monitorar o estado da rede, identificar e investigar rapidamente as falhas.
Outro exemplo são as ambulâncias. Sem o sistema de localização, elas podem se atrasar ao entrar em estradas perpetuamente congestionadas. As chamadas de celular devem cair, os navios se perderem. Até mesmo os alimentos podem custar mais caro. A locomoção seria muito mais difícil, entre outras consequências.
Bilhões de dólares perdidos
Essa dependência ao GPS pode ter consequências econômicas. Para um relatório recente do Reino Unido, uma interrupção de uma semana de todos os sinais de satélite custaria à sua economia cerca de US$ 9,7 bilhões. De acordo com um relatório anterior, de 2019, a estimativa de custo para a economia dos EUA é de US$ 1 bilhão por dia.
Por enquanto, as perdas mutuamente garantidas impedem grandes ataques. Os sinais de satélite são transmitidos em uma banda de rádio estreita, o que dificulta que uma nação bloqueie os sinais de satélite de outra sem interromper seus próprios serviços.
Fonte: revistaoeste