Mario + Rabbids: Sparks of Hope deve ser um jogo bastante diferente do primeiro, Kingdom Battle, lançado em 2017. Os desenvolvedores resolveram dar uma repaginada no projeto, criando um combate menos truncado e mais livre, mundos maiores para explorar e deixando a trama o menos linear possível.
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O Canaltech foi convidado pela Ubisoft e pela Nintendo Brasil a testar o game antes do lançamento durante a Brasil Game Show (BGS) 2022 e a conversar com Cristina Nava, produtora associada sênior do game. O resultado parece bastante promissor, conforme já dizemos antes no nosso primeiro preview.
Nós pudemos jogar a introdução do game, que levou cerca de 30 minutos. Tudo começa com o Reino Cogumelo vivendo mais um dia de paz e tranquilidade, e Mario recebe a tarefa de encontrar o macacão azul de Mario Rabbid, que está escondido em um arbusto. Aqui, o jogador perambula pelo cenário, conversa com outros personagens e coleta moedas.
Depois de encontrar o bendito macacão, uma arraia cósmica ataca o Reino de repente. O monstro “engole” e sequestra a Rabbid Peach, que estava ocupada demais tentando tirar uma selfie com a arraia. Mario decide pular na arraia para salvá-la, e assim começa o tutorial de combate.
Combate em turnos dá mais liberdade ao jogador
Aqui, a primeira mudança fica evidente: o fim do movimento em grade. Agora, os personagens podem se movimentar livremente por uma área delimitada por turno. Os jogadores também podem dar investida em inimigos e usar um personagem de trampolim para o outro, alcançando ainda mais posições. Essa mudança causou bastante medo na equipe. “Eu estava aterrorizada”, disse Nava ao Canaltech. “Mas eu e o resto da equipe estamos muito feliz com o resultado”, contou.
Isso ocorreu, principalmente, por dois motivos. O primeiro foi a tentativa de alcançar mais jogadores, tornando o combate em turnos um pouco menos complexo e mais próximo ao combate em tempo real. “O combate em turnos sempre foi considerado um nicho pela comunidade, e poderia causar um atrito a novos jogadores.”
O segundo motivo foi a busca de tentar algo novo. “Poderíamos fazer apenas um Kingdom Battle 2, com o mesmo gameplay e alguns personagens inéditos. Para que mudar o que já está bom, o que funcionou, certo? Mas não queríamos fazer isso. Fizemos muitos protótipos para chegar neste combate que criamos. Foi um movimento ousado”, concluiu.
Infelizmente, não jogamos o suficiente para nos aprofundarmos nas novidades, mas já deu para perceber que as Sparks (as estrelas em formato de coelho do game) poderão ajudar os jogadores no combate. Elas carregam poderes elementais, como fogo, trovão e gelo, podendo influenciar o campo de batalha.
Por falar em Sparks, elas estão no centro da história (e do título do game). Após o tutorial de combate, descobrimos que há uma força maligna chamada Calamita, que quer consumir todas essas estrelinhas e destruir tudo e todos. Caso valha a comparação, a vilã me parece uma mistura de Malígula, de Psychonauts 2, com Ravena, de Jovens Titãs.
A identidade de Calamita é um mistério, mas nós temos um palpite: ela é Rosalina. Vamos explicar o motivo: até o momento, a identidade de Calamita é um mistério; nós vimos apenas o olho esquerdo da personagem, na cor avermelhada. No entanto, um trailer recente mostrou o mesmo olho, assustado, com uma coloração azul-clara.
Rosalina corre perigo em Sparks of Hope
Além disso, quase todos os personagens de Super Mario têm uma versão equivalente no mundo de Rabbids — como o Rabbid Mario, Rabbid Luigi, Rabbid Peach, todos com personalidades bem distintas dos originais. Em Sparks of Hope, teremos uma nova personagem: a Rabbid Rosalina, uma adolescente rabugenta, que anda quase se arrastando, sempre bufando e com os olhos revirados.
Oras, se temos uma Rabbid Rosalina, também teremos uma Rosalina, certo? E o olho azul de Calamita seria um indicativo de que ambas são a mesma pessoa?
Questionada, Nava disse o seguinte: “Não quero entregar spoilers da história, mas você presumiu bem. Rosalina está no jogo, e ela está em perigo devido à Calamita”, disse. “Estamos felizes com as teorias, porque significa que as pessoas estão falando sobre o jogo.”
Sobre Rabbid Rosalina, Nava descreveu bem o espírito da personagem: “ela representa todos nós na segunda-feira de manhã, quando acordamos para ir ao trabalho”. Não sei você, mas eu, particularmente, já me identifiquei 100% com a personagem.
Game terá localização em português do Brasil
Outro detalhe importante é a localização em português do Brasil. Diferentemente do antecessor, Sparks of Hope terá legendas no nosso idioma. Isso significa que o jogo está muito mais acessível a todos os jogadores, que poderão entender melhor o que é para fazer em uma determinada missão e, claro, todas as piadas e sutilezas do texto. E convenhamos: Mario + Rabbids é cheio de piadinhas gostosas.
Novamente, não pudemos testar muito o jogo. Mas já foi possível perceber as bençãos de ler o texto em português do Brasil com uma personagem chamada Gena: trata-se de uma robô nada simpática ou com jeito para palavras, que prefere ser direta que amigável. Pela única cena que vi, ela lembra Marvin, o Androide Paranoide dos livros O Guia dos Mochileiros da Galáxia.
Inclusive, o nome da vilã, Calamita, é localizado no nosso idioma, brincando com a palavra “calamidade”. No inglês original, o nome dela é Cursa, que remete à palavra “curse”, que significa “tradução”. Se esse nível de carinho e atenção aos detalhes se estender ao jogo inteiro, as chances de termos um jogo excelente são bastante altas. Estamos na expectativa.
Quem visitar a BGS 2022 também poderá testar o jogo gratuitamente; basta passar pelo estande da Nintendo (ao lado do da PlayStation) e esperar em uma fila. Não é permitido gravar ou tirar fotos do jogo.
Mario + Rabbids: Sparks of Hope chega em 20 de outubro para Nintendo Switch.
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