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Tecnologia

Por que as mulheres vão liderar as startups em 2025: Tendência em Ascensão

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Em um mercado no qual menos de 5% das startups no Brasil têm mulheres como fundadoras e apenas 2,3% dos aportes de venture capital globais são direcionados para negócios liderados por elas, de acordo com dados do Distrito, 2025 surge como um ano decisivo para quebrar paradigmas e consolidar a liderança feminina como um diferencial estratégico de performance e inovação.
Dados concretos estão ao lado das mulheres. De acordo com um estudo da Associação Latino-Americana de Private Equity & Venture Capital (LAVCA) em parceria com a Microsoft e a Bertha Capital, o volume de investimentos destinados a startups lideradas por mulheres na América Latina saltou de 16% em 2019 para 31% em 2022. No Brasil, um levantamento da plataforma Efund mostrou que o percentual de mulheres à frente de startups quadruplicou em 2022, atingindo 13,7%, contra apenas 3% no ano anterior.
Para Fabiane Pellegrino, Chief Product Officer e cofundadora da fintech Makasí, esse cenário tende a evoluir em 2025, com a chegada de fundos de investimento mais alinhados à equidade. “Estamos vendo a ampliação da presença feminina em empresas de VC e, quem sabe, até a criação de mais fundos específicos para startups fundadas por mulheres, como o Sororité. Aposto que mais startups femininas também apresentarão soluções que endereçam necessidades específicas de mulheres”, diz.
Redes e resultados: o caminho para o protagonismo
Redes de apoio e iniciativas direcionadas ao empreendedorismo feminino também desempenharão um papel decisivo no neste ano. Lívia Calandra, Líder da Vertical MB Startups no MB – Mercado Bitcoin, com 20 anos de experiência em investimentos e operações estratégicas, destaca a importância de ações focadas e planejadas.
“O fortalecimento de redes de apoio e programas específicos para startups lideradas por mulheres será essencial para reduzir as disparidades. Acredito que a integração de modelos de governança mais inclusivos também terá um papel central. O protagonismo feminino em iniciativas com impacto social e ambiental será um diferencial relevante, consolidando as mulheres como líderes em áreas que dialogam com sustentabilidade e inovação”, explica.
Essas redes têm funcionado como catalisadoras de mudanças. Martha Rodrigues, CEO e fundadora da Guapeco, vivenciou isso na prática ao participar da Rede Mulher Empreendedora, uma das maiores plataformas de apoio ao empreendedorismo feminino no Brasil. “Essa experiência foi incrível. Logo no início, pude me conectar com outras mulheres empreendedoras que também buscavam ocupar lugares de destaque no mundo dos negócios. Isso fez toda a diferença, porque não me senti sozinha. Partimos de um lugar coletivo, no qual havia muitas outras mulheres compartilhando a mesma jornada”, afirma.
Tecnologia e humanização marcam nova liderança
Na interseção entre inovação e liderança, o equilíbrio entre resultados financeiros e humanização será outra marca das mulheres no ecossistema de startups em 2025. Camila da Silva, CSO da CashWay, reforça que a liderança feminina está criando um modelo de gestão que prioriza pessoas, inovação e tecnologia.
“O empreendedorismo feminino será definido pelo equilíbrio entre a inovação tecnológica e a humanização nas relações de negócios. Mulheres estão cada vez mais à frente de grandes empresas e pequenos negócios, o que reflete não só competência, mas também uma mudança cultural que valoriza a diversidade de perspectivas. Essa evolução será impulsionada por resultados concretos, ampliando o reconhecimento do papel feminino em um mercado dinâmico e competitivo”, pontua.
Para Daniela Martins, CMO e CHRO da Franq, essa transformação cultural deve ser amplificada com políticas corporativas mais inclusivas e com o enfrentamento de desafios estruturais. “Vejo dois grandes desafios da mulher que ocupa posição de liderança. Um deles, para aquelas que decidem ter filhos, é a maternidade. Se não estão trabalhando em empresas com culturas nas quais isso é tratado com a naturalidade que lhe é devida, podem sentir-se julgadas, por exemplo, quando têm que levar o filho ao médico. Outro desafio é elas se sentirem à vontade em ambientes onde tradicionalmente a maior parte das posições é ocupada por homens”, afirma.
2025 será um ano de escolhas estratégicas
As líderes do ecossistema de startups concordam que 2025 será um ano de mudanças mais consistentes, mas o avanço dependerá de ações deliberadas e comprometidas por parte de investidores e empresas. Lívia Calandra destaca: “Essa mudança depende de ações consistentes, muito mais do que um ou outro projeto, embora tenha clareza que ações pontuais também são importantes para chamar a atenção para a questão.”
Na mesma linha, Camila da Silva aposta em iniciativas embasadas por resultados. “Aumentar a visibilidade de mulheres que já ocupam posições de destaque, oferecer mentorias, incentivar lideranças e construir ambientes colaborativos devem continuar sendo o foco. A igualdade de oportunidades não é apenas uma demanda, mas uma consequência natural quando o ecossistema valoriza performance e mérito”, afirma.
Para Martha Rodrigues, criar editais e metas específicas para mulheres no mercado de inovação faz parte da solução ao reduzir o viés inconsciente da seleção. “A grande maioria das pessoas responsáveis por analisar quem será investido ou selecionado em programas de aceleração ainda é composta por homens. Como resultado, a tendência é que eles escolham perfis similares aos deles. Quando estabelecemos um número mínimo de vagas para empresas lideradas por mulheres, eliminamos parte desse viés logo de início. Além disso, a divulgação desta iniciativa envia uma mensagem importante para mulheres”.
A CEO complementa que “os fundos de investimento deveriam realizar análises de gênero dentro de seus portfólios, porque os que já fazem isso conseguem identificar um padrão: empresas lideradas por mulheres têm um crescimento mais consistente e uma maior geração de receita. Com incentivos baseados nesses dados e análises internas, ficará cada vez mais evidente que essa não é uma política que ‘bbaixa a régua’, como alguns afirmam, mas sim uma estratégia focada em negócios”.

Fonte: gazzconecta

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo