O ano de 2024 ficará marcado por alguns dos maiores tropeços do setor de tecnologia. Enquanto avanços notáveis continuam a transformar o mundo, as falhas dos últimos 12 meses revelaram os desafios éticos, técnicos e financeiros que acompanham a inovação.
Do fiasco da inteligência artificial ao colapso de startups ambiciosas, aqui estão os oito principais episódios de fracassos tecnológicos de 2024, segundo a revista MIT Technology Review.
Em fevereiro, o Google lançou o Gemini, uma ferramenta de inteligência artificial que prometia inclusão e diversidade em imagens geradas.
Contudo, ao solicitar imagens históricas de soldados alemães da Segunda Guerra Mundial, usuários se depararam com representações imprecisas, como soldados negros — algo historicamente incorreto.
A tentativa de promover diversidade acabou desativada, o que restringiu a função para versões pagas do sistema.
A Boeing acumulou uma sequência de problemas que expôs falhas em sua gestão e segurança. O incidente mais notável envolveu a Starliner, uma nave projetada para transportar astronautas.
Depois de uma série de vazamentos e problemas nos propulsores, durante uma viagem ao espaço, a nave voltou vazia à Terra — e deixou dois astronautas presos na Estação Espacial Internacional. Além disso, a empresa enfrentou greves, multas milionárias e a renúncia do então CEO, Dave Calhoun, em março.
Em julho, milhões de computadores com Windows foram afetados por uma atualização defeituosa da CrowdStrike, o que resultou na temida “tela azul da morte”.
O caos deixou companhias aéreas, hospitais e até emissoras de TV paralisados. A Delta Airlines, que cancelou 7 mil voos, processou a empresa em US$ 500 milhões. A CrowdStrike culpou a gestão da Delta, aumentando ainda mais as tensões.
A Bowery, startup que prometia revolucionar a agricultura com fazendas verticais, entrou em colapso depois de levantar mais de US$ 700 milhões.
A promessa de alta produtividade enfrentou a realidade de infecções resistentes e custos elevados. O fracasso expôs os desafios de equilibrar tecnologia avançada com viabilidade econômica.
O uso de pagers pelo grupo terrorista Hezbollah no Líbano teve um desfecho trágico, quando aparelhos equipados com explosivos foram detonados.
O ataque, supostamente coordenado por Israel, reacendeu debates sobre o uso de tecnologias obsoletas em contextos de segurança.
A empresa pioneira em testes genéticos enfrentou uma crise sem precedentes. Vazamentos de dados sensíveis minaram sua credibilidade, o que levou à desvalorização quase total de suas ações.
A preocupação dos clientes agora se volta para o destino de seus dados genéticos em caso de falência.
Imagens geradas por IA com fins absurdos ou enganosos dominaram 2024, um fenômeno apelidado de “AI slop”.
Exemplos incluem o viral “Jesus Camarão” e imagens fictícias de desastres, como a menina que treme em um barco durante o furacão Helene.
Empresas como a Nori e a Running Tide, que buscavam lucrar com mercados de créditos de carbono, encerraram suas operações em meio à baixa demanda e a questionamentos éticos.
A credibilidade do setor foi abalada por esquemas fraudulentos. Em outubro, por exemplo, promotores dos EUA acusaram dois homens de organizarem um esquema de US$ 100 milhões que envolvia a venda de economias de emissões inexistentes.
Fonte: revistaoeste