Um jogo procedural é um tipo de game no qual cada partida é sempre diferente da outra devido a acontecimentos aleatórios. Normalmente, o desenvolvedor estabelece regras básicas e o motor do jogo automatiza a criação de ambientes, personagens e/ou itens.
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A técnica é usada há muito tempo para economizar tempo na criação dos ativos presentes nos games. Em vez de criar várias árvores diferentes, NPCs ou inimigos de modo individualizado, o que seria absurdamente trabalhoso, basta estabelecer um conjunto de regras para que o próprio algoritmo gere “proceduralmente” cada um deles.
A maioria dos jogos usa a técnica para criar ambientes estáticos, mas outros incluem a geração procedural na mecânica do jogo. Games como Spelunky, Spore e RimWorld, embora de gêneros diferentes, são ótimos exemplos de uso da geração processual de elementos para criar experiências únicas para o jogador.
Em termos de jogabilidade, os games procedurais nunca são iguais para as pessoas. Cada partida oferecerá uma experiência diferente, porque os cenários são distintos, a localização de itens é alterada, os personagens podem vir em ordem aleatória (e em níveis de dificuldade maiores ou menores), entre outros aspectos.
Como surgiram os jogos procedurais?
O uso da geração procedural em jogos teve origem com os RPGs de mesa, inspirado por Dungeons & Dragons. O Dungeon Master consegue criar calabouços e cenários como desejar, a partir do rolar de dados, para deixar a jogatina mais emocionante. Ele pode adicionar inimigos ou armadilhas para colocar os jogadores em risco, o que pode exigir atuação em conjunto ou união de poderes para superar a adversidade.
Com o passar do tempo, passou-se a usar tabelas processuais com ramificações complexas. Isso tudo era feito à mão, algo extremamente trabalhoso até para os mais habilidosos. Para facilitar, a empresa Strategic Simulations lançou um programa chamado Dungeon Master’s Assistant, que gerava as masmorras com base nas tabelas de modo automatizado.
Aproveitando o embalo, o game Tunnels & Trolls, da empresa Flying Buffalo, também começou a utilizar uma geração procedural semelhante para as masmorras. A partir daí, nunca mais os RPGs de mesa abandonaram os conceitos de criação aleatória de dungeons, inimigos e demais elementos do mundo. E com tanto sucesso no mundo físico, foi só uma questão de tempo até os desenvolvedores projetarem jogos digitais totalmente procedurais.
Como identificar um jogo procedural?
Todo jogo procedural compartilha características específicas que o diferencia dos demais. A maioria deles não possui um final único e fechado, já que um item ou NPC não encontrado pode afetar a chegada em certas áreas. Vários jogos procedurais sequer têm finais propriamente ditos: são infinitos, dando total liberdade para o player decidir quando parar.
Outra característica é a dificuldade variável: pessoas podem ter mais dificuldade de passar de uma parte do que outras, já que a construção procedural pode variar. Uma terceira especificidade são as possibilidades quase infinitas de se chegar a um objetivo, afinal o caminho vai variar sempre, assim como os elementos relacionados a ele — alguém pode usar uma corda para saltar um penhasco enquanto outro pode apenas dar a volta.
Para ficar mais fácil a compreensão, vale trazer um exemplo prático. RimWorld é um simulador de colônia conduzido por uma inteligência artificial que gera histórias de modo procedural. Todos os aspectos presentes, como psicologia, ecologia, tiroteios, combate corpo a corpo, clima, biomas, diplomacia, relações interpessoais, arte, medicina e comércio, são frutos de uma construção única para cada jogador. Você pode cuidar da sua colônia por dias ou ser dizimado em minutos.
Esse estilo pode ser usado em qualquer gênero, mas é mais popular em dois específicos: simuladores (sobrevivência ou gerenciamento de recursos) e roguelike. Os games roguelike são quase todos criados com técnicas procedurais, já que as masmorras são criadas aleatoriamente a partir do nível do protagonista ou do avanço na história.
Exemplos de games procedurais famosos
- Anarchy Online
- Astroneer
- Banished
- Campo Minado
- Core Keeper
- Crypt of the NecroDancer
- Deep Rock Galactic
- Descenders
- Don’t Starve
- Dome Keeper
- Dwarf Fortress
- Elite (1984)
- Enter The Gungeon
- Factorio
- Invisible, Inc.
- Islanders
- Left 4 Dead 2 (inimigos, caminhos, clima)
- Minecraft
- Mini Metro
- No Man’s Sky
- Pixel Piracy
- Proteus
- RimWorld
- Rogue Legacy
- The Sentinel
- Sir, You Are Being Hunted
- Série Borderlands (armas)
- Série Civilization (mapas e eventos da natureza)
- Spelunky 1 e 2
- Spore
- Starbound (planetas, masmorras e inimigos)
- Stardew Valley (eventos, cavernas, itens e inimigos)
- Terraria
- The Binding of Isaac
- Valheim
- World of Warcraft: Shadowlands (algumas masmorras e inimigos)
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Fonte: terra.com.br/gameon