Tales from the Borderlands foi lançado em 2014 e é ao mesmo tempo o melhor jogo da finada Telltale Games e o melhor jogo no universo de Borderlands. Não é pouca coisa e a nova investida da Gearbox Software no reino dos adventures vai sempre ficar à sombra deste clássico moderno.
Dito isso, New Tales from the Borderlands é um jogo muito divertido e fiel às origens, que traz novos personagens e expande a mitologia da série tal qual o game episódico de 2014 com seus pontos de vista e histórias malucas e pessoais. Há um charme especial em encarar o mundo caótico de Borderlands sem sair atirando o tempo todo em qualquer coisa que se mova.
Novos aventureiros
No game, o jogador controla um novo trio de protagonistas: a cientista sabichona Anu, seu irmão adotivo e malandro, Octavio, e a furiosa Fran, dona de uma loja de iogurte. Pois é. O grupo é acompanhado pelo robô assassino L0u13, ou “Louie” para ficar mais fácil. A máquina de matar está passando por uma fase de crise existencial, questionando seu propósito e é genuinamente engraçado. Lembra Marvin, o robô depressivo de ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’.
O grupo disfuncional se une para buscar por um tesouro guardado em uma Vault, enquanto encara a oposição de uma megacorporação maligna. É o tipo de história que se espera de Borderlands. A trama é pontuada de bom humor, violência exagerada e personagens secundários cativantes, capturando muito do que fez Tales from The Borderlands tão legal oito anos atrás.
Há um soldado sem nome da corporação Tediore, obcecado por action figures, e Brok, uma arma falante chamada Brok com problemas de codependência. Os diálogos são muito bons e arrancam risadas mesmo dos jogadores mais sérios – e não parecem tão ‘cringe’, como se diz hoje em dia, quanto algumas das conversas de Borderlands 3.
Talvez o maior problema desse novo Tales é não ser dividido em episódios. O jogo original era apreciado em cinco partes de mais ou menso 2 horas cada, deixando sempre o jogador esperando por mais – e sempre com ótimas montagens musicais na abertura de cada episódio. É a mesma duração de New Tales, mas ao jogar tudo de uma vez, o humor acaba ficando um tanto cansativo.
Além das conversas e Quick Time Events, em New Tales de vez em quando o jogador explora os cenários, examina objetos, abre caixas e pode passar um tempo com minigames ou experimentando itens cosméticos. São adições que poderiam ser mais desafiadoras e envolventes, mas pecam na simplicidade.
Por fim, a última parte da história deixa a desejar, independente das escolhas finais do jogador – um problemão para um jogo que gira em torno da narrativa e dessas escolhas. A trama de New Tales from the Borderlands vale mais pela jornada do que pelo resultado final.
Considerações
New Tales from the Borderlands não é tão fascinante quanto o primeiro jogo, mas que outro adventure é? Ainda assim, é muito bom ver que a Gearbox não abandonou o formato de aventura narrativa para sua franquia de tiroteio e violência descerebrada.
É um bom jogo para fãs de Borderlands que querem viver novas experiências neste universo e pode ser o começo (ou seria retorno?) de mais histórias divertidas e, quem sabe, emocionantes.
New Tales from the Borderlands está disponível para PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no Xbox Series X, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela 2K Games.
Fonte: terra.com.br/gameon