A Microsoft afirmou que a Sony está tentando impedir que jogos cheguem ao Xbox Game Pass. A declaração foi publicada em um documento oficial do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) nesta quarta-feira (10), conforme apontou o site The Enemy.
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O Brasil está no centro da disputa entre os criadores do Xbox e da PlayStation desde o início do mês, quando o CADE divulgou e-mails e documentos de várias empresas do setor. Isso acontece porque, assim como ocorre em outros países, o órgão está analisando a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft e, por isso, está questionando outras empresas — como Ubisoft, Riot Games e Warner Bros. — sobre como isso pode afetar o mercado no geral.
Primeiro, a Sony disse que o Game Pass quer monopolizar o mercado…
A Sony foi uma das empresas questionadas. A japonesa ressaltou a importância da franquia Call of Duty, de propriedade da Activision Blizzard, afirmando que sua exclusividade para a Xbox poderia ser grave. Na visão dela, o jogo “pode influenciar a escolha de console dos usuários”, impactando negativamente as vendas do PlayStation, justamente por não existir um concorrente à altura.
A japonesa também acusou a Microsoft de utilizar o Game Pass para tentar dominar o mercado. De acordo com a Sony, o serviço por assinatura da concorrente é responsável por entre 70 e 80% de todo mercado de assinaturas no Brasil — em âmbito mundial, o número é entre 60% e 70%. Os dados chamam a atenção, já que a Microsoft não divulga números publicamente.
“Uma das razões pelas quais o Game Pass da Microsoft cresceu tão rapidamente é porque, desde 2017, a Microsoft adquiriu vários estúdios de terceiros, incluindo Double Fine, Obsidian Entertainment, Ninja Theory e Bethesda, e adicionou seu conteúdo ao Game Pass. Tais aquisições conferiram à Microsoft uma maior massa de conteúdo – mesmo sem os jogos da Activision. Adicionar os jogos da Activision a esse conteúdo representaria um ponto de inflexão.”
Agora, a Microsoft respondeu aos ataques
A Microsoft respondeu os comentários ao CADE na quarta-feira (10), alegando que a concorrente “apresenta irresignação por ter de concorrer” com o Game Pass. A companhia também afirma que o crescimento do serviço é dificultado pela própria concorrente, que insiste em acordos de exclusividade com estúdios e publicadoras.
“A Sony paga por ‘direitos de bloqueio’ para impedir que desenvolvedores adicionem conteúdo ao Game Pass e outros serviços de assinatura concorrentes.”
O próprio Call of Duty é um exemplo disso: por anos, a Activision Blizzard manteve uma relação próxima com a Sony, lançando conteúdos exclusivos de Call of Duty para os jogadores de PlayStation. Parceria semelhante aconteceu em Marvel’s Avengers, de 2020, por exemplo.
“As manifestações públicas da Sony […] são claras: a Sony não quer que serviços por assinatura atraentes ameacem sua dominância no mercado de distribuição digital de jogos de console. Em outras palavras, a Sony se insurge contra a introdução de novos modelos de monetização capazes de desafiar seu modelo de negócios.”
Além disso, na visão da Microsoft, a chegada de jogos da Activision Blizzard ao Game Pass “não prejudica a capacidade de outros jogadores competirem no mercado de distribuição de jogos digitais”, pelo contrário: aumenta a concorrência graças ao “conteúdo de alta qualidade a custos imediatos mais baixos”.
Call of Duty continuará no PlayStation, afirma Microsoft
Uma das maiores dúvidas que surgiram após o anúncio da compra da Activision Blizzard pela Microsoft foi se Call of Duty se tornaria um exclusivo de Xbox. Em janeiro deste ano, o chefe da marca, Phil Spencer, assegurou que os lançamentos da franquia continuariam a chegar aos consoles PlayStation.
Neste novo documento, a Microsoft reforçou a mesma posição. Manter Call of Duty exclusivo para Xbox, simplesmente, não seria lucrativo.
“Independentemente do quão inusitadas sejam as críticas da Sony em relação à exclusividade de conteúdo – já que toda a estratégia do PlayStation foi centrada na exclusividade ao longo dos anos – a realidade é que a estratégia de reter os jogos da Activision Blizzard, não os distribuindo em lojas de console rivais, simplesmente não seria lucrativa para a Microsoft […] Tais custos, somados às vendas perdidas estimadas, significam que a Microsoft não seria capaz de compensar as perdas obtendo maiores receitas no ecossistema do Xbox como resultado da implementação da exclusividade”.
A compra da Activision Blizzard pela Microsoft segue em análise por órgãos reguladores mundiais.
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