A casa de leilões inglesa fez a primeira venda de um quadro pintado por inteligência artificial (IA) do mundo. Ai-Da, uma igualmente pioneira robô ultra realista, é a autora da obra, que arrecadou US$ 1,08 milhão (R$ 10,3 milhões) em lance final, na última quinta-feira, 7.
O quadro, intitulado AI God, é um retrato de Alan Turing, o matemático cujo trabalho lançou as bases da computação moderna e da inteligência artificial. O valor arrecadado no leilão supera em quase dez vezes o mínimo estimado inicialmente pela casa de leilões, de US$ 120 mil (R$ 691,7 mil).
Fundada em 1744, em , a Sotheby’s definiu o evento como “um evento histórico, que marca a inclusão da arte gerada por IA de um robô humanoide em um leilão de arte mundialmente renomado”. O quadro, diz o texto publicado no site da empresa, “ilustra que a arte pode ser produzida através da colaboração entre a intenção humana e os processos algorítmicos”.
🚨 Auction Update 🚨
With a current bid of $420,000 A.I. God. Portrait of Alan Turing by Ai-Da Robot (Aidan Meller) has more than 2X the high estimate!
Still 1 more day to bid: https://t.co/p8AAxXhpMy pic.twitter.com/rJn6XbNYNw
— Jacuelz.eth | Sothebys Digital Art (@jaclynlavy) November 6, 2024
A casa de leilões também acredita que a própria existência da robô Ai-Da deveria levar os espectadores a repensarem suas interações com a tecnologia. “Isso é particularmente pertinente à medida que tecnologias movidas por IA, como Siri e Alexa, se tornam mais integradas à vida cotidiana, levantando questões sobre identidade e autenticidade na era digital.”
O trabalho de Ai-Da já havia sido exibido no início de 2024, durante o evento AI for Good Global Summit, na sede da Organização das Nações Unidas, em Genebra, Suíça. Lá, houve a apresentação tanto da homenagem a Turing quanto de outros quadros pintados pela robô.
A curadoria incluiu uma pintura de Ada Lovelace, reconhecida hoje por ter escrito o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, e um autorretrato de Ai-Da. A robô, comentou a Sotheby’s, “faz a ponte entre o passado e o futuro da inteligência artificial”.
“Por meio de seu estilo fragmentado e emotivo, Ai-Da levanta um espelho para a sociedade, instando-nos a considerar os futuros que desejamos criar em um mundo onde as fronteiras entre humano e máquina estão cada vez mais tênues.”
Fonte: revistaoeste