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Jogamos: Gotham Knights é surpreendentemente bom

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Gotham Knights, novo game da WB Montreal, parte de uma premissa curiosa: Batman, o mais popular super-herói da DC Comics, está morto, e  ojogador controla seus quatro pupilos: Asa Noturna, Batgirl, Capuz Vermelho e Robin, que precisam trabalhar juntos para impedir que Gotham City seja tomada pelos vilões insanos e pelo crime que se espalha pelas noites da metrópole mais violenta do universo DC.

O Game On teve a oportunidade de testar esta nova aventura algumas semanas antes do lançamento e já posso adiantar: Gotham Knights é uma das surpresas de 2022. Um jogo grande e cheio de coisas para fazer, com uma narrativa envolvente e muita varidade no gameplay, que vai deixar os fãs dos quadrinhos de super-heróis com um sorriso no rosto. E o melhor, tudo devidamente dublado e legendado em português.

O jogo não é um ‘live game’ e nem um RPG nos moldes de Marvel’s Avengers. Também não é exatamente um game nos moldes dos adorados Batman Arkham, embora tenha muitas inspirações na cultuada franquia do Morcegão. O sistema de combate lembra mais o de um RPG de ação, em que os socos, chutes, agarrões e esquivas importam tanto quanto o uso de super-poderes – e os níveis dos personagens fazem muita diferença.

Também há muitas finalizações, que dependem do contexto e dos golpes anteriores. Certos ataques ajudam a interromper movimentos fortes dos oponentes e durante as lutas, é preciso estar sempre atento para não ser sobrepujado pelos adversários, que aparecem em grande quantidade.

É possível jogar com qualquer um dos quatro vigilantes de Gotham, alternando entre eles no Campanário, torre que serve de QG para a equipe no lugar da Batcaverna. É lá também que o jogador desbloqueia novos poderes, troca de uniforme e aceita missões, saindo para patrulhar as ruas todas as noites. No Campanário rolam umas cenas bem legais entre os personagens e alguns de seus aliados. Aliás, o jogo é cheio de cenas caprichadas e o melhor, com diálogos diferentes dependendo do personagem controlado pelo jogador.

Não é só pancadaria

Como eu disse, o jogo se inspira em elementos de Batman Arkham, mesmo que siga caminhos diferentes. Além do combate, há também momentos de investigação e resolução de puzzles. Um quebra-cabeça envolve encontrar a senha para abrir uma porta secreta em um laboratório – e na real, descobrir que o teclado mais óbvio não é o que abre essa porta. E caso o jogador não consiga resolver e queira só continuar a aventura, basta clicar na opção para “Mostrar a Solução” e pronto.

Nas ruas de Gotham há várias missões secundárias, tanto encontros aleatórios com quadrilhas de bandidos ou vândalos arruaceiros, quanto outras situações que envolvem furtividade e uma resolução mais complexa. Dá para navegar pelas ruas tanto a pé (saltando de prédio em prédio com um arpéu) ou com a Batmoto (que é a opção mais irada).

Também há alguns báus de loot, que na versão de teste guardavam recursos que, imagino, devem ser usados para desbloquear os vários trajes alternativos e equipamentos aprimorados. Gotham Knights é um RPG e portanto, itens de nível mais alto dão melhores bônus para os personagens. Mas o bom mesmo são as skins, que incluem desde variações de trajes clássicos dos personagens (com uma pegada um pouco mais realista) até uniformes temáticos. O look Shinobi de Asa Noturna é um dos meus favoritos desde já.

Uma missão secundária, por exemplo, envolvia salvar um grupo de reféns presos com bombas. É preciso eliminar os inimigos furtivamente ou eles vão ativar o timer das bombas e aí, a situação vira uma corrida contra o tempo, praticamente impossível de vencer sozinho. Certamente, é mais fácil em dois ou mais jogadores – o modo cooperativo é uma das grandes atrações de Gotham Knights,  mas neste preview, só pude contar com minhas próprias habilidades.

RPG de super-heróis

Uma coisa muito legal em Gotham Knights é que embora seja um RPG, nenhum personagem começa a aventura como um completo fracote, muito pelo contrário. Desde os momentos iniciais do jogo, cada um dos heróis tem seu próprio arsenal de movimentos e bat-equipamentos e consegue lidar com os criminosos com bastante variedade de golpes e técnicas furtivas e de combate direto ou à distância.

Conforme o jogo progride, é possível habilitar poderes especiais, que diferenciam mais os personagens e também dão aquela dose mais épica de ação ao jogo. No teste, pude jogar o game em diferentes momentos da progressão e no mais avançado, era possível executar quatro golpes especiais únicos com cada vigilante – o game acompanha essa evolução aumentando tanto a quantidade de bandidos quanto o poderio destes adversários.

E não seria uma aventura em Gotham City sem um bom leque de super-vilões. O primeiro arco da história, que foi o que experimentei, tem como principal vilã a Arlequina. E ouso dizer, foi a melhor representação da personagem que vi em um videogame. Harley Quinn não está em Gotham Knights como uma antiheroína, embora sua passagem pelo Esquadrão Suicida seja até comentada pelo quarteto protagonista. Aqui, a ex-psiquiatra e ex-namorada do Coringa é uma super-vilã completa, tanto em suas intenções quanto nos planos mirabolantes que arma para espalhar o caos pela cidade desprovida de um Batman.

A luta contra a Arlequina é uma missão longa e que culmina em uma batalha cheia de etapas, em que é preciso compreender os padrões de ataque da inimiga e explorar a arena para conseguir qualquer vantagem para derrotá-la. O mais legal é que tanto antes quanto durante a batalha há interações com a personagem e elas mudam de acordo com o herói selecionado: um bom motivo para jogar de novo, já que as personalidades dos integrantes da Bat-família estão muito bem caracterizadas.

Como um bom arco de quadrinhos, o teste de Gotham Knights termina depois da vitória sobre Arlequina, deixando um gancho para quem é o próximo vilão na mira dos vigilantes. Mas esta próxima luta, só verei quando o jogo final chegar em 21 de outubro, com versões para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.

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