Em 2010, Augusto Cury lançou o livro “Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século”, e suas palavras ressoaram profundamente em mim. Naquela época, me perguntei: será que tenho a síndrome do pensamento acelerado? Sempre pensei rápido, acompanhando múltiplos estudos e temas simultaneamente, enquanto percebia, com clareza, o impacto do estilo de vida acelerado e a pressão social na saúde mental. Mas a vida seguiu seu curso, e essa reflexão ficou em segundo plano até que uma nova obra chamou minha atenção: “Geração Ansiosa: Como a Infância Hiperconectada Está Causando uma Epidemia de Transtornos Mentais”, de Jonathan Haidt.
Este livro marca um ponto crucial em nossa história recente. Haidt revela que as mudanças significativas na saúde mental de crianças e adolescentes começaram a ocorrer a partir de 2012, um ano que coincide com a popularização dos smartphones e das redes sociais. O resultado? Um aumento alarmante nas taxas de ansiedade, especialmente entre os jovens. O excesso de estímulos da vida moderna, agora quase onipresentes, cria uma avalanche de informações que, embora nos conecte, também sobrecarrega nossa mente.
Era dos Estímulos e geração ansiosa
Vivemos em um ambiente saturado por informações incessantes. Notificações de redes sociais, e-mails e mensagens instantâneas criam um cenário propício para a ansiedade. Desde 2010, a velocidade e a quantidade de estímulos aumentaram exponencialmente, deixando muitos de nós incapazes de desconectar desse ciclo vicioso.
Os efeitos dessas pressões são palpáveis. A ansiedade, que se manifesta em sintomas físicos e emocionais, compromete a qualidade de vida. O FOMO (Fear of Missing Out) — o medo de perder algo — é um dos principais fatores que alimentam essa ansiedade. Somos constantemente compelidos a participar de tudo, a estar sempre atualizados, o que resulta em um estresse constante. Recentemente, o termo “brain rot” emergiu como expressão do ano de 2024, evidenciando a deterioração mental causada pelo excesso de conteúdos superficiais nas redes sociais.
6 insights para amenizar o FOMO
- Desconexão Programada: Estabeleça horários específicos para se desconectar das redes sociais. Reserve momentos do dia para estar presente no mundo real, longe das distrações digitais.
- Prática da Atenção Plena: Técnicas de mindfulness, como meditação e respiração consciente, ajudam a centrar a mente e reduzir a ansiedade, permitindo que você se concentre no presente.
- Filtragem de Conteúdo: Selecione cuidadosamente as informações que consome. Desative notificações desnecessárias e siga perfis que promovem positividade, evitando comparações que geram insegurança.
- Avalie O que é real e o que é fake: Desenvolva a sua clareza e consciência para compreender o que realmente é real daquilo que é sensacionalismo. Avalie fontes, escrita e desenvolva continuamente o seu pensamento analítico. Cada vez mais veremos fake News e precisamos nos munir de ferramentas que nos ajudem a ver a vida e as noticias com coragem.
- Definição de Prioridades: Crie uma lista de prioridades e foque no que realmente importa. Identificar seus objetivos pessoais facilita ignorar o que não se alinha com suas metas.
- Conexões Reais: Valorize interações face a face. Passar tempo com amigos e familiares, sem a mediação de dispositivos, proporciona um senso de pertencimento e apoio que as interações online muitas vezes não conseguem oferecer.
A Geração Ansiosa reflete os desafios do nosso mundo hiperconectado. Reconhecendo o impacto dos estímulos constantes em nossa saúde mental, podemos adotar medidas para mitigar a ansiedade e o FOMO. Com estratégias práticas e uma abordagem consciente, é possível encontrar o equilíbrio, promovendo um estilo de vida mais saudável e satisfatório.
Você está pronto para fazer parte dessa mudança?
Fonte: gazzconecta