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Free Fire: Garena ‘abandona’ clubes e gera incerteza sobre futuro da LBFF

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O clima é de incerteza entre os participantes da Liga Brasileira de Free Fire (LBFF). Após a agência de notícias internacional Reuters relatar nos últimos dias dificuldades financeiras na sede da desenvolvedora do game em Singapura, o escritório brasileiro sofreu nesta segunda-feira uma onda de demissões. Mas estes são só alguns dos ingredientes na névoa que cerca o futuro de uma das principais competições de esportes eletrônicos do país.

A reportagem do LANCE! conversou com seis fontes entre donos de organizações e pessoas ligadas à Garena. O clima é de profunda incerteza, inclusive no curto prazo. Ou seja, a temporada 2023. Os clubes se sentem abandonados e não conseguem planejar com clareza o próximo ano.

Após a saída de altos executivos que cuidavam do esport da Garena, entre eles Vinícius Lima e Philipe Monteiro, o “PH Suman”, nenhum novo líder foi apresentado aos clubes. A comunicação neste momento, apontam dirigentes, está cortada.

– Muito preocupante (a situação). Estamos cegos – diz um ex-campeão do torneio, que inclusive não consegue garantir a próxima temporada.

Um outro importante dirigente do esporte eletrônico brasileiro diz que perdeu a capacidade de enxergar um projeto de longo prazo para a LBFF. Taxativo, diz que o torneio tem prazo de validade no Brasil.

– Tenho certeza (que a LBFF corre riscos com a situação da Garena). Não dou nem mais um ano e meio. Está feio – disse.

Parte dos ouvidos concordam que a Liga passa por um bom momento comercial, com dados sustentados de audiência e de venda comercial – com patrocinadores fortes e em boa quantidade. Porém, a falta de diálogo e de clareza de planejamento são pontos que geram preocupações.

– O Free Fire tem números. Gosto da ideia do sistema de franquias, mas pelo jeito que foi organizada a Série B – confirmando uma semana antes – não deve rolar. O layoff (demissões em massa) não me preocupa porque parece ser de algum projeto que caiu ou reposicionamento. Preocupante se não tiver novidades em três meses – disse um outro dirigente.

Além das demissões recentes na Garena, o ano também da empresa também foi marcado por debandada de altos funcionários, que procuraram posições de gestão em outras empresas.

GARENA MANTÉM POSTURA DE SILÊNCIO

Procurada pela reportagem para se manifestar, a Garena até o momento não respondeu aos questionamentos. Aliás, este é um padrão da desenvolvedora, que presta poucas informações ao público e também desestimula os funcionários a tratar temas de forma pública.

NOVA POLÊMICA UM ANO DEPOIS DE ESCÂNDALO

A nova crise da Garena acontece praticamente um ano depois do escândalo de fraude de equipes durante a Fase de Acesso da LBFF 4 e 5. Naquela ocasião, duas equipes, NewXGaming e Alt Gamers, recebiam um link de transmissão sem delay, que permitia antecipar jogadas e saber exatamente o posicionamento dos adversários. Quem compartilhava o link ilegal era um caster oficial da Garena, Marcos “Solotov”.

A Garena tentou abafar o caso, mas André Costa, ex-CEO da Alt Gamers, alegou que a empresa descumpriu o acordo feito nos bastidores e decidiu revelar o esquema ilegal com exclusividade ao Blog do Chandy, do ge.globo. Após o estouro do escândalo, a Garena se recusou a admitir o caso e não promoveu punições, o que gerou protestos de equipes e jogadores.

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