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Entenda a abertura de Anéis de Poder, segundo os livros

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No início de setembro, a Prime Video lançou os primeiros episódios da série Anéis de Poder, produção baseada no universo de Senhor dos Anéis. Produzida e criada por J.D. Payne e Patrick McKay, o seriado traz um plot original, mas que promete beber em diversos escritso de J. R. R. Tolkien. Aliás, já na abertura de Anéis do poder, os produtores mostraram que estudaram o material base.

Desde os rumores da produção da série, a comunidade de fãs do universo de Tolkien estava temerosa com o rumo que os criadores dariam e, desde seu lançamento, ficou dividida entre os que amaram a Terra Média estar de volta em uma produção audiovisual e os mais críticos com o novo original do streaming da Amazon.

Além da nova história e das novas personagens abordadas na série, muitos dos espectadores expressaram críticas e questionamentos à abertura de Anéis do Poder. Mas Payne e McKay demonstraram que sabem – e muito – sobre as obras de Tolkien e compilaram, logo na entrada da série, o início de tudo, literalmente.

O que significa a abertura de Anéis do Poder

Na abertura, vemos diversos grãos de areia que vão se agrupando e tomando formas variadas ao som da música tema. Com um esmero técnico, a sequência pode parecer aleatória, mas cada segundo da abertura possui significado para a História da Terra Média.

A sequência é inspirada no mito de criação da Terra-Média, descrito por Tolkien no livro O Silmarillion. No universo de Tolkien, tudo começa com o Deus Eru, que seria o Deus único. Segundo o autor, ao cantar uma música, a divindade gerou os Valar, criaturas poderosas nascidas para ajudar Eru com essa música da criação. Com a ajuda dos Valar, Eru continua sua canção e cria Arda, o planeta que abriga a Terra Média e Valinor, lar dos primogênitos de Eru, os elfos. Nesse momento, já podemos começar a compreender melhor os grãos de areia se juntando ao som de uma música harmoniosa.

A partir dessa criação, Yavanna, uma das Valar, cantou com tanto louvor essa música que sua voz fez surgir duas árvores de luz, a Telperion e a Laurelin, de prata e ouro, respectivamente, que iluminaram, inicialmente, Valinor e que gerariam os frutos do Sol e da Lua. Ambas as árvores aparecem, inclusive, tanto na abertura quanto nas paisagens da série.

Melkor e a inspiração biblíca

A canção de Eru e seus Valar caminhava de forma harmônica, até que uma de suas criações, considerado um dos Valar mais poderoso até então, decidiu criar sua própria cançaõ. Este foi Melkor, ou Morgoth. Para isso, Melkor cantava uma música em seu próprio tom, desafiando a harmonia de Eru e de seus irmãos.

Na metáfora dos grãos de areia, a canção de Melkor se torna os grãos escuros que se infiltram na criação e tomam um caminho divergente, enquanto uma música tema diferente começa a tocar, já em um tom bem mais sombrio. Qualquer semelhança com a história de Lúcifer pode não ser mera coincidência.

Assim, a abertura da série concretiza não somente o início da nova produção, de Anéis de Poder, por si só, mas também explana o início de toda a Terra Média e, consequentemente, de todo o universo de Tolkien. Pode ser que a série do Prime Video não agrade a todos, mas os produtores estão mostrando que fizeram seu dever de casa com a mitologia criada por J. R. R. Tolkien.

Anéis de Poder está disponível na Amazon Prime Video, com episódios novos todas as sextas-feiras.

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