“A IA é apenas um reflexo de nós mesmos. É o resultado da nossa própria busca pela eficiência, pela evolução e pela perfeição. E, ao mesmo tempo em que nos permite alcançar novos patamares, também nos obriga a enfrentar novos desafios e a repensar nossa própria existência. (…) Espero que vocês, caros leitores, estejam prontos para embarcar nessa jornada.”
O parágrafo acima foi escrito pelo . Pedi “um texto para a seção ‘carta ao leitor’, da revista Superinteressante, sobre inteligência artificial”, e esse foi o melhor pedaço. Um texto adequado ao estilo da Super.
E inédito. A frase mais inspirada ali, “a IA é apenas um reflexo de nós mesmos”, não aparece em português no . Em inglês (AI is just a reflection of ourselves), são só duas menções. O ponto é que o algoritmo sabe reconhecer palavras que costumam aparecer no mesmo contexto com muita frequência, caso do trecho “apenas um reflexo de nós mesmos” (zilhões de menções no Google, em qualquer idioma). E consegue aplicá-las a um assunto aleatório (l, nesse caso) de forma lógica – graças ao poder de examinar instantaneamente bilhões de textos produzidos ao longo da história da humanidade e mapear as relações entre as palavras dentro de cada um deles.
O resultado é indiscernível de mágica, como bem sabe quem tem usado o bichinho. Peça uma Carta ao Leitor sobre IA escrita por Machado de Assis e você terá:
“Leitor amigo, venho escrever sobre um assunto que tem despertado a curiosidade e a imaginação de muitos: a inteligência artificial. Como um jovem aprendiz, sou espantado com a velocidade e a profundidade do avanço desta tecnologia. Ao mesmo tempo, porém, sou atemporalmente cético. Será que não estamos correndo o risco de criar monstros que nos devorarão? (…)”
Ou Camões:
“Oh, leitores, vejam a maravilha que se apresenta ante nossos olhos! A inteligência artificial, que antes era apenas um sonho dos homens, agora se torna realidade (…). É verdade que há temor em algumas mentes. (…) Mas eu digo-vos, esta é a chave para o futuro da humanidade.”
A real é que o ChatGPT escreve sobre basicamente qualquer assunto, em qualquer estilo. E cada pedido entrega um resultado distinto. Requisite mil vezes um soneto sobre a relatividade geral, e você terá mil poemas diferentes a respeito da teoria de Einstein, já que cada resultado nasce de um novo mergulho no arcabouço do conhecimento humano.
, o editor Bruno Garattoni disseca as entranhas dos novos sistemas de inteligência artificial e mostra com lucidez os próximos passos na evolução deles. Como diria o ChatGPT, hora de embarcar nessa jornada.
Fonte: abril