A , um dos maiores grupos educacionais do Brasil, firmou uma parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT. O objetivo, segundo do jornal Folha de s.Paulo, é desenvolver uma ferramenta de inteligência artificial (IA) destinada a adaptar conteúdos escolares para estudantes com deficiência e transtornos de aprendizagem.
A colaboração, que será anunciada oficialmente em 16 de setembro, também inclui uma ferramenta que permite aos professores utilizarem a IA para corrigir questões dissertativas e criar planos de aula personalizados.
O fundador e presidente da Arco Educação, Ari de Sá Cavalcante Neto, destacou à Folha que os sistemas de ensino da Arco estão presentes em 10 mil escolas brasileiras e atender cerca de 3 milhões de alunos.
As plataformas do grupo terão acesso às novas funcionalidades de IA a partir de 2025 — uma delas, a Geekie, já começou a utilizar a correção de questões dissertativas.
As ferramentas foram desenvolvidas com base em uma pesquisa realizada pela Arco com professores.
A principal demanda identificada foi a necessidade de adaptar conteúdos para alunos com deficiências e transtornos de aprendizagem, que somam 6 milhões no Brasil, representando 12,8% do total, segundo estudo da Equidade.info, ligada à Universidade Stanford.
A adaptação por IA pode ser utilizada para estudantes com ou sem diagnóstico formal, desde que apresentem dificuldades observadas pelos professores.
Entenda como vai funcionar nova IA
Para que a IA adapte o conteúdo, o professor ou um profissional especializado deve inserir na plataforma um questionário de anamnese com 23 perguntas. As perguntas incluem se o estudante possui diagnóstico e qual é, se acompanha os conteúdos da série e se tem compreensão de leitura.
Além disso, pode-se incluir o Plano Educacional Individualizado (PEI), que detalha as habilidades e as dificuldades do aluno e define diretrizes para a adaptação pedagógica necessária. O professor, então, seleciona o conteúdo a ser adaptado.
Em um exemplo mostrado à Folha, uma questão de biologia do Enem foi adaptada para um aluno com transtorno do espectro autista nível dois, reduzindo o enunciado de 12 para três linhas e as alternativas de cinco para três, mantendo o objetivo da pergunta.
O uso da IA é opcional e deve ser validado pelo professor, explicou o presidente da Arco. “Vemos a tecnologia como uma forma de potencializar o professor, não de substituí-lo”, afirmou Sá Cavalcante Neto à reportagem.
Na versão aberta do ChatGPT, essas operações já são possíveis, mas a ideia é que dentro da plataforma o acesso seja mais fácil para o professor, já com o acesso a dados sobre o conteúdo de cada série e o desempenho dos alunos pela IA.
A Arco também destaca que a plataforma oferece maior segurança de dados.
Todas as escolas que utilizam as plataformas da Arco são particulares. A empresa não possui contratos nem parcerias com redes públicas de ensino.
Fonte: revistaoeste