Se eu colocasse notas em meus reviews aqui no Tecnoblog, Bayonetta 3 com certeza seria um 9/10. Com pouco mais de 10 horas para terminar esse jogo de ação, os capítulos oferecem muito estilo, variedade e diversão. Contudo, após anos de espera, eu gostaria que o título alcançasse níveis muito mais altos do que o game anterior, mas dessa vez a protagonista não conseguiu alçar esse voo.
Let’s Dance, Boys
Com cerca de 20 capítulos (entre principais e side quests) em sua aventura, a obra da Platinum Games promete combos insanos e muito carisma. A boa notícia é que a desenvolvedora entrega tudo isso com a maior das facilidades, segurando a atenção do jogador por todos os desafios que surgem na jornada da personagem e de seus amigos.
Quando jogamos com a Bayonetta, realizar golpes certeiros e combinações malucas adicionam uma sensação de poder em nossas mãos. Além disso, a novidade de controlar as criaturas demoníacas durante o combate também traz aquele “tcham” de inovação, mesmo que nunca ultrapassando os limites definidos pela jogatina.
O sistema de combate continua afiado e divertido. É fácil aprender a derrotar os inimigos, mas é difícil dominar longos combos sem cometer erros. Esse fator continua sendo um ponto positivo, pois agrada tanto a pessoa que quer apenas curtir a brincadeira quanto a pessoa que quer dominá-la.
Por outro lado, a nova leva de vilões é apenas funcional. Em momento algum consegue se destacar, ainda mais quando fazemos a comparação com os dois primeiros games da série. A meu ver, humanos e homúnculos simplesmente não são tão interessantes quanto anjos e demônios.
Now it’s time to be naughty
Assim como os títulos anteriores, a história de Bayonetta 3 é maluca. Ela traz a noção de multiverso e de uma ameaça que quer destruir diversos mundos. Nada fora do padrão da franquia, mas que dessa vez demora para engatar.
Temos que passar por mais de cinco capítulos para começar a entender o que realmente está em jogo para a protagonista e seus amigos. É verdade que não são todos os jogadores que se importam com esse quesito em um game de ação, no entanto, ele funciona muito bem quando finalmente jogamos com Viola.
A nova personagem traz um equilíbrio muito bacaninha na jogatina. Ela é tridimensional, oferece momentos hilários e sentimentais em suas aparições. Sendo assim, é muito fácil se conectar com a portadora de espada e dardos. Infelizmente, não jogamos muitas vezes com a otaku.
Há algumas pequenas missões que jogamos com Jeanne, mas dessa vez o foco é o stealth. A jogabilidade se torna 2.5 D com objetivos de infiltrações em certos lugares. Sem dúvida alguma, a mudança é bem-vinda e consegue sair da tensão dos combos para uma tensão de entrar e sair sem ser visto.
Mesmo assim, depois que terminei todos os capítulos, tive dificuldade para lembrar de algum que me marcou. Algo que consigo fazer facilmente ao pensar no segundo título, seja com o capítulo de abertura ou até mesmo com a fase que faz menção ao clássico After Burner.
Aw, don’t be scared!
Uma pessoa precisaria se esforçar muito para não gostar de Bayonetta 3. O jogo entrega com grande qualidade tudo o que se propõe. A jogabilidade é refinada, a trilha sonora é empolgante e a variedade é excelente.
Há um alto nível de dificuldade para quem busca por isso, mas também há muita diversão para quem quer curtir a jornada de maneira mais casual. A narrativa é insana, porém oferece reviravoltas interessantes durante suas mais de 10 horas.
O desempenho do Switch não é tão ruim, mas traz momentos desagradáveis. A taxa de fps, por exemplo, promete 60 quadros por segundo. No entanto, frequentemente esse número cai, ainda mais em partes com muita ação. Jogadores exigentes vão torcer o nariz e eles não estão errados.
Mesmo com tantas qualidades, a verdade é que o game é ótimo, porém não é memorável. Ao passar por todos os capítulos, eu não tive vontade alguma de revisitar a aventura. Só para ilustrar, eu terminei o antecessor três vezes seguidas apenas para reviver certas fases.
Pode ser cruel comparar com a obra-prima que é Bayonetta 2, mas isso é o que acontece quando uma desenvolvedora define um nível tão alto que fica difícil de alcançar. E, no fim do dia, o terceiro jogo não consegue voar tanto, mesmo sendo indispensável no console da Big N.
Bayonetta 3 foi lançado no dia 28 de outubro de 2022 exclusivamente para Nintendo Switch.
Fonte: terra.com.br/gameon