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Análise: Xenoblade Chronicles 3 é RPG essencial no Switch

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Xenoblade Chronicles ainda é uma franquia relativamente nova e vem encontrando sua identidade a cada . O terceiro capítulo da saga, lançado recentemente no Nintendo Switch, dá continuidade à evolução e abandona elementos que não funcionaram no passado, além de elevar sua qualidade narrativa e ampliar as opções do jogador em sua parte mais divertida, o combate.

Embora existam referências aos dois primeiros jogos da franquia por todos os lados, não é preciso ter vivido as anteriores para entender Xenoblade Chronicles 3. A narrativa acompanha um elenco novo de personagens e conta uma história que se sustenta sozinha, mostrando os lados de uma guerra interminável que pune os jovens para dar ainda mais recursos aos poderosos. 

Os soldados que defendem as duas nações em guerra, Keyes e Agnus, são treinados desde a juventude para as batalhas e vivem em colônias isoladas que dependem de recursos de sua capital. De acordo com o desempenho no campo de batalha, esses soldados recebem mais ou menos provisões ao longo do tempo. Para piorar ainda mais o cenário, eles são praticamente crianças e êm um tempo pré-determinado de vida de apenas dez anos.

Neste mundo triste e arrasado por anos de conflito, o maior orgulho de alguém é conseguir sobreviver por todo o ciclo e acumular vitórias em combate para se desfazer em um ritual na presença da rainha.

A comparação com os do mundo real é óbvia, mas a guerra é apenas um dos temas de uma história emotiva e repleta de momentos marcantes. Ao contrário do que foi visto no jogo anterior, Xenoblade Chronicles 3 traz um tom mais sóbrio e os personagens são tratados de forma bem mais madura – a quase completa ausência da sexualização de personagens femininas e diálogos sem os exageros característicos de um anime são apenas dois exemplos disso.

O jogador acompanha um grupo rebelde com seis membros, três de cada nação. Cada um deles possui seus próprios conflitos e personalidades bem exploradas. A luta pela vida daqueles que já estão próximos do fim do ciclo, a relação com cada colônia e os personagens secundários são detalhes que acrescentam muito à narrativa e garantem ainda mais imersão por uma boa dezena de horas.

As cutscenes ajudam a criar uma sensação de pertencimento ao mundo de Xenoblade Chronicles 3. As animações estão belíssimas, principalmente em lutas com vários personagens e altíssima velocidade na tela. Vários desses momentos lembram animes do estilo Shonen e chamam atenção pela qualidade enquanto aumentam a expectativa para o que vem a seguir na história.

História que tem um apego inegável ao clima de mistério. O verdadeiro plot é revelado com bastante calma em uma narrativa onde descobertas e reviravoltas acontecem a todo momento. Embora exista um certo exagero nos desvios de curso e uma pequena quantidade de “conteúdo descartável”, que acaba comprometendo um pouco o ritmo em alguns momentos, não há erros graves.

Combate é o maior destaque

Mesmo com uma história marcante e a possibilidade de explorar enormes mapas, o combate é quem rouba a cena em Xenoblade Chronicles 3. Mesmo com as limitações impostas pelo hardware do Nintendo Switch, que se esforça para segurar a qualidade do jogo a cada momento, a Monolith não abriu mão de aprimorar sua melhor arma com ainda mais variações.

Desta vez, os seis membros do grupo, além de um herói, ficam ativos durante todos os momentos, sendo possível selecionar a classe de cada um deles – são 23 opções no total – e trocar o personagem controlado a qualquer hora.

Cada um destes personagens têm vários espaços para equipar gemas, acessórios, seis ataques diferentes – que podem ser alterados no menu -, transformações e um ataque especial em conjunto. Após cerca de 30 horas de jogo, ainda surgem novas possibilidades para explorar quando o assunto é combate, sempre muito tático e experimental com suas dezenas de opções de abordagem diferentes.

Impressiona como todo esse poder de fogo nas mãos do jogador não torna o combate desbalanceado, que se mantém desafiador – mas nunca punitivo – desde que não haja um uso exagerado da experiência opcional, um recurso que parece existir para para eliminar a necessidade de matar monstros repetidamente para subir de nível.

O fica nas mãos da interface, que não consegue suportar tanta informação ao mesmo tempo: números subindo na tela a cada ataque, linhas indicando quem está atacando quem, uma barra de especial circular, o retrato de quase uma dezena de personagens, mini mapa e até um resumo opcional das quests. Não são raras as vezes em que letras e números ocupam mais espaço que cenário e personagens em tela, o que incomoda e torna a experiência complexa.

Também é impossível não criticar a performance do jogo. A resolução base é extremamente baixa e deixa quase inviável o modo Dock em uma TV de alta resolução. Mesmo que os cenários sejam bonitos e vastos, os detalhes acabam se tornando serrilhados, com texturas em baixa resolução e embaçadas. Parece que o híbrido da Nintendo alcançou seu limite.

Considerações

Xenoblade Chronicles 3 acerta em sua proposta e é um jogo indispensável no Nintendo Switch, mesmo ficando restrito ao hardware que não é capaz de acompanhar sua ambição. A história mais madura e o combate refinado são motivos suficientes para mais de uma centena de horas de diversão.

Lançado em 29 de julho, Xenoblade Chronicles 3 está disponível exclusivamente para Nintendo Switch.

Essa análise foi feita em um Nintendo Switch com uma cópia digital gentilmente cedida pela Nintendo.

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