Sabe aquele jogo que você jogou quando era criança e ficou anos aguardando uma sequência que nunca veio? Há vários títulos excelentes em praticamente todas as plataformas que acabaram esquecidos pelos desenvolvedores.
Muitos games tinham potencial para serem franquias, mas foramdeixados no passado por diversas razões, como problemas corporativos, falência da empresa desenvolvedora ou apenas falta de vontade. Outros ficaram menos esquecidos e tiveram remakes após anos, porém sem apresentar uma nova história, mecânica ou jogabilidade.
Conheça 10 games esquecidos que definitivamente merecem uma sequência.
10. Shadow of the Colossus
Shadow of the Colossus foi uma baita surpresa quando chegou ao PlayStation 2 em 2005. Os cenários são áridos e cheio de pequenos detalhes, com uma atmostera solitária nada amistosa. É considerado por muitos como uma obra de arte, uma pintura em forma de jogo graças à interface limpa.
O game fez muito sucesso ao misturar a simplicidade de uma aventura solo e batalhas de tirar o fôlego contra os colossos. Muita gente o considera como o melhor título da geração PS2, tendo em vista a quebra de paradigmas, como a ausência de NPCs e cidades. Poucas vezes na história se viu inimigos tão gigantescos, que mal cabiam na tela, e com habilidades únicas.
O título recebeu uma remasterização em 2018 para permitir aos recém-chegados aos consoles da Sony desfrutar dessa maravilha. É claro que, para os dias atuais, o jogo pode ficar bem atrás em termos de exploração e controles, mas não deixa de ser uma das melhores aventuras já criadas em todos os tempos.
Uma sequência com mais quebra-cabeças, inimigos em 4K e jogabilidade remodelada para o PlayStation 5 certamente tirariam Shadow of Colossus do esquecimento para figurar entre as grandes franquias da modernidade. Infelizmente, não há indícios de que o game possa ganhar uma continuação.
9. Diddy Kong Racing
Diddy Kong Racing foi um dos poucos games de corrida a rivalizar de igual para igual com a franquia Mario Kart. Quando foi lançado para o Nintendo 64, muita gente não imaginava o sucesso de um jogo estrelado pelo irmão de Donkey Kong.
A aventura se passa em Timber’s Island, na qual Diddy Kong e seus amigos precisam derrotar um vilão intergaláctico, um porco bruxo chamado Wizpig. Para isso, é necessário coletar balões, enfrentar desafios e vencer uma série de corridas.
O título inovou com um modo história muito divertido e com a possibilidade de controlar os personagens fora das corridas — coisa que Mario Kart nunca fez em 30 anos de franquia. Além dos gráficos bonitos para a época, ainda era possível jogar com hovercraft ou avião, sendo que ambos mudavam completamente a jogabilidade.
Uma sequência, chamada Donkey Kong Racing chegou a ser planejada para o Nintendo GameCube, mas acabou cancelada após a compra da Rare pela Microsoft em 2002. É improvável que haja um novo game, tendo em vista que os personagens são da Nintendo e os direitos de produção da Microsoft, mas sonhar não custa nada.
8. Manhunt
Manhunt é um game de furtividade com toques de survival horror com um estilo ultraviolento. A jogabilidade exigia a execução de ações sem fazer barulho para não alertar os inimigos, sempre se esgueirando pelos cantos do cenário ou usando a falta de luz como aliada.
Essa mistura inusitada gerou um dos melhores games dos anos 2000. A série, criada em 2003 pela Take Two Interactive Software, vendeu mais de 1,7 milhões de cópias. O game até ganhou uma sequência em 2007, chamada Manhunt 2, mas a franquia morreu ali. Não porque o título fosse ruim, embora ele esteja abaixo do primeiro, mas porque o gênero furtivo foi deixado de lado para dar lugar à ação e aos shooters modernos.
Os dois jogos da franquia foram controversos porque exploravam a violência como o centro das atenções. A história do primeiro já diz muito sobre a série: James Earl Cash é um prisioneiro supostamente executado no corredor da morte, mas que acaba forçado a participar de uma caçada para um diretor de filmes snuff — aqueles nos quais as pessoas são mutiladas e mortas de verdade.
Em 2003, os gráficos não eram lá grandes coisas, mas o game chegou a ser proibido na Nova Zelândia por conta das cenas explícitas. Também foi envolvido em uma polêmica no Reino Unido, quando um assassinato teria ocorrido por causa do game, embora isso tenha sido descartado pela polícia depois. Imagine então o que um título como esse poderia fazer com gráficos ultrarrealistas. É, talvez seja melhor deixar o jogo esquecido, sem uma sequência…
7. Bully
Bully é um típico game desenvolvido pela Rockstar: divertido, imersivo, violento e extremamente detalhista. O estilo lembra muito Grand Theft Auto (GTA), colocando o jogador na pele de um antagonista que faz bullying com os colegas de escola. Jimmy Hopkins é um garoto que precisa atazanar a vida dos alunos do Ensino Médio de Bullworth.
O objetivo é fazer com que o valentão suba de nível desafiando qualquer um que entre no seu caminho. No início, ninguém o respeita por ser novo na escola, mas o garoto-problema começa a arrumar confusão até ganhar o medo dos demais. Você precisa enfrentar várias figuras clichês das escolas, como os jogadores de futebol americano, gangues de bikes e até a “revolta dos nerds”.
O game chamou a atenção por ter um humor afiado, situações absurdas e uma jogabilidade muito imersiva. Por outro lado, chegou a ser proibido em alguns países, inclusive no Brasil (por oito longos anos), razão pela qual a Rockstar deve ter desistido de trazê-lo de volta do esquecimento. Rumores de uma sequência surgiram na última década, o mais recente data de fevereiro de 2022, mas até agora não há nada de concreto.
6. Half-Life 3
Tudo bem que Half-Life 3 nunca foi esquecido de fato, já que a comunidade gamer faz piada há muitos anos sobre o seu lançamento. Mas a Valve certamente deixou o projeto de lado durante muito tempo, afinal fazem 14 anos desde a chegada de Half-Life II: Episode Two, que deixou várias pontas soltas na história justamente para a sequência.
Os desenvolvedores parecem ter focado no trabalho para desenvolver Counter Strike Global Ofensive e Half-Life: Alyx, um jogo em realidade virtual (VR), estilo prequel, que se passa entre os eventos do primeiro e do segundo títulos da franquia. Antes disso, correm rumores de que a empresa tem medo de o terceiro título ser um fracasso, tendo em vista a necessidade de se lançar uma nova engine (Source 3) e do apelo multiplayer na atualidade.
A verdade é que os fãs mais antigos anseiam por Half-Life 3 há muitos anos. Os mais jovens podem nunca ter colocado as mãos no primeiro Half-Life e na sua sequência, o que pode ser um ponto negativo para a Valve. Fato é que HL3 parece esquecido, mas ainda segue vivo na lembrança dos usuários e na mente do próprio Gabe Newell — como afirmou em entrevista em 2021 —, embora seja impossível saber quando (ou se) será lançado.
5. Earthbound (Mother)
Earthbound é um RPG japonês desenvolvido pela Ape e HAL Laboratory e publicado pela Nintendo. Foi o segundo game da franquia Mother, com o primeiro lançado exclusivamente no Japão, e fez um baita sucesso no Super Nintendo graças a uma jogabilidade fluída, temática moderna e gráficos bonitos.
A história segue o jovem Ness e seus amigos em uma viagem pelo mundo na busca por oito melodias que ajudariam a derrotar uma força maligna chamada Giygas. Chamou a atenção pela criatividade, como o uso de uma borracha de lápis para apagar estátuas, experiências com alucinógenos e batalhas contra pilhas de vômito, carros, animais, palhaços e objetos humanizados.
Earthbound teve um longo período de desenvolvimento, que durou cerca de cinco anos. Mesmo não tendo sido um sucesso de público e crítica no lançamento, despertou a curiosidade dos jogadores anos depois, ganhando status de cult. O game nunca teve uma sequência confirmada, em que pese as petições e pressão dos fãs.
Em se tratando da Nintendo, e sua pegada conservadora de games para a família, é difícil imaginar um game mais ácido na atualidade. Quem sabe se algum dia o criador Shigesato Itoi se junta a Akihiko Miura e Kouichi Ooyama para criar uma continuação do jogo esquecido, ambientado nos dias (e com gráficos) atuais.
4. Parasite Eve
Na época em que Resident Evil revolucionou os games de terror, um título se destacou em meio à avalanche que veio na sequência. Parasite Eve misturava elementos de RPG com toques de terror em um cenário urbano e contemporâneo, inspirado pelo livro de Hideaki Sena, lançado em 1995.
O lado de role playing estava garantido pela SquareSoft, a principal produtora do gênero naquela época, responsável por Final Fantasy, Chrono Trigger, Secret of Mana e Xenogears. Faltava a atmosfera mais assustadora, que Parasite Eve acertou em cheio na dose, oferecendo uma mistura incomum de sobrevivência e gestão de itens.
O game conta a história de Aya Brea, uma jovem agente policial que descobre sobre seu passado após um incidente em um teatro em Nova York. Como o nome sugere, existe uma espécie de entidade parasita que desperta após mitocôndrias “ganharem consciência” para tentar dominar a espécie humana. Se soa confuso, é porque realmente é.
O game ganhou uma continuação no ano seguinte (e outra em 2010, para PSP), mas focou muito mais no combate, o que comprometeu elementos da identidade da série. É aquilo que dizem: os melhores jogos de terror são aqueles no qual você não pode enfrentar o seu inimigo — quando você coloca muitas armas ou pode combatê-los de igual para igual, a coisa perde um pouco da graça.
A Square Enix já registrou no escritório de patentes várias palavras que remetem à marca de Parasite Eve nos últimos anos, o que pode ser um indício de uma possível continuação. Por enquanto, a franquia segue esquecida lá no passado e sem previsão concreta de retorno.
3. Shadow Man
Shadow Man foi um game desenvolvido pela Acclaim, criado com base na série de quadrinhos homônima publicada pela Valiant Comics. O jogo foi lançado em 1999 para todas as plataformas da época e ganhou uma continuação em 2002 para Playstation 2.
O jogo fez sucesso por apresentar uma densa história, visual sombrio, inimigos macabros, ambientes infernais e muita exploração. Era um game pensado para um público mais velho, com uma pegada sobrenatural que reunia vários clichês dos filmes de terror. Muita gente tinha medo de se aventurar pelas terras sombrias devido ao estilo assustador.
Embora um remaster tenha sido lançado em 2022, a experiência original da década de 1990 foi mantida, o que obviamente não cai bem 20 anos depois. Se o game original fosse ajustado para o momento atual, adicionando mais mecânicas de sobrevivência e doses de terror espiritual, seria possível que Shadow Man fizesse muito sucesso.
Não há nenhuma previsão de sequência, então é provável que fique apenas na lembrança dos jogos esquecidos.
2. Grim Fandango
Grim Fandango é um dos maiores destaques do gênero point and click, além de um dos games mais divertidos de todos os tempos. Criado por Tim Shaffer, o jogo coloca o jogador na pele do ceifador de vidas (e agente de viagens) Manny Calavera em uma jornada épica pela Terra dos Mortos.
O game tem quebra-cabeças inteligentes, exigindo muita exploração dos ambientes para coletar itens, conversar com personagens e entender como tudo funciona. O maior desafio aqui é pensar fora da caixinha, já que a solução dos enigmas normalmente envolve situações pouco convencionais.
Mesmo tendo sido feito em 1998, o título é impecável em requisitos técnicos. A dublagem dos personagens é o ponto alto, desde o sotaque portunhol de Manny até a voz esganiçada do seu chefe, com muitas piadas inteligentes e trocadilhos. Os gráficos em 3D foram criados sobre fundos renderizados, um estilo que estava em alta na época graças a Resident Evil.
Uma remasterização foi lançada em 2014 e mostrou como o game envelheceu bem, mas, infelizmente, a LucasArts parece ter deixado a sequência entre os jogos esquecidos. Com tanto carisma e um mundo sem limites de exploração, Grim Fandango poderia ser perfeito nos dias atuais, ajudando até a resgatar os dias áureos do genêro de apontar e clicar.
1. Chrono Trigger
Chrono Trigger é um daqueles games clássicos que sempre entra na lista de melhores no seu gênero. Trata-se de um RPG que conta uma história épica de viagem no tempo por eras pré-históricas, Idade Média e até um futuro pós-apocalíptico, o qual você deve lutar para evitar.
A equipe de produção é considerada o “time dos sonhos”, pois reuniu nomes como Akira Toriyama (Dragon Ball), Hironobu Sakaguchi (Final Fantasy) e Yuji Horii (Dragon Quest). O protagonista Chrono pode escolher dois entre vários personagens como quiser para compor sua equipe ao longo da jornada, sendo que cada um tem suas próprias habilidades e equipamentos.
Um dos diferenciais foram os múltiplos finais (13 no total), algo inovador para a época, o que adicionou uma dose elevada de replay a um gênero em que isso é incomum. RPGs geralmente eram terminados e depois ficavam encostados na prateleira para sempre, mas esse conjunto de possibilidades fez com que as pessoas rejogassem inúmeras vezes para descobrir como a história terminaria.
O jogo até recebeu uma espécie de “sequência espiritual” para PlayStation: Chrono Cross. O problema é que o novo game foi bem diferente do primeiro, tanto em termos de mecânicas quanto na narrativa.
Mais de 27 anos após o seu lançamento, Chrono Trigger ainda segue como um dos melhores games de todos os tempos. Uma sequência faria com que os mais jovens conhecessem essa obra-prima esquecida e ainda deixaria uma legião de fãs em polvorosa.
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Fonte: terra.com.br/gameon