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Política

Zelensky critica possível encontro de Lula com Putin: ‘grande erro’

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Em entrevista nesta quinta-feira, 18, para um grupo de jornalistas brasileiros em Kiev, capital da Ucrânia, o presidente afirmou que seria “um grande erro” se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunir com o líder russo, Vladimir Putin, em outubro, durante a cúpula dos Brics, programada para acontecer em Kazan, na Rússia.

Zelensky argumentou que tal encontro daria legitimidade a Putin, que, segundo ele, deveria ser politicamente isolado devido às suas ações agressivas contra a Ucrânia.

“Temos de isolar Putin politicamente”, disse à CNN. “Ele precisa sentir que cometeu erros históricos ao atacar a Ucrânia e iniciar a guerra. E, quando um líder se reúne com ele, dá legitimidade [a Putin].”

Ele afirmou que Lula recusou diversos convites para visitar a Ucrânia e, conforme teria sugerido ao colega brasileiro, compreender de perto a realidade da guerra em seu país.

O líder ucraniano aproveitou a oportunidade diante dos jornalistas brasileiros no presidencial para convidar publicamente Lula a participar da Cúpula da Paz, na Suíça, organizada pela Ucrânia e seus aliados, marcada para junho.

“Ficarei feliz em vê-lo na Ucrânia”, afirmou. “Vou convidá-lo para vir, mas serei inteligente e o convidarei para a Cúpula da Paz, antes dos Brics. Primeiro ele se encontraria conosco”.

Ucrânia
de guerra em cidade ucraniana |Foto: Reprodução/@zelenskyy_official

O presidente ucranino expressou de que Lula aceite o convite, destacando que seria um momento oportuno para um encontro e diálogo, e reconheceu uma melhoria nas relações entre Ucrânia e Brasil desde o encontro dos dois líderes na Assembleia-Geral da ONU, em setembro do ano passado.

No entanto, Zelensky expressou dúvidas sobre se o Brasil adotará uma postura mais crítica em relação à Rússia.

Classificando como um “erro estratégico” a proximidade do governo brasileiro com o Kremlin, Zelensky sugeriu que o Brasil poderia obter mais benefícios fortalecendo suas relações com parceiros ocidentais, como a (EU).

O mandatário ucraniano prevê que eventualmente seu país fará parte da EU e influenciará suas decisões estratégicas.

Em relação à America Latina, Zelensky reconheceu erros, destacando a falta de laços econômicos e culturais. Ele enfatizou a necessidade de corrigir esses equívocos e ampliar o escopo das relações internacionais do país.

“A política da Ucrânia, por décadas, foi distante de vocês”, disse ele, “havia poucos laços econômicos entre os Estados, sem uma relação . Foram oportunidades perdidas, podemos corrigir se tivermos isso como prioridade. Não precisamos olhar só para a Europa porque nós estamos aqui, é preciso ampliar o olhar.”

Durante a entrevista, Zelensky mencionou sua visita à Argentina, onde participou da posse do presidente Javier Milei em dezembro. Ele comentou que tinha planos de visitar o Brasil naquele momento, mas que isso não foi possível.

“Quando fui à Argentina, falei com Chile, Paraguai, Uruguai, Equador”, contou. “Estava pronto para ir ao Brasil, talvez Lula tenha outras prioridades, não sei.”

Fonte: revistaoeste

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