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Política

Vereadores que assinaram a CPI das ONGs que investiga o padre Júlio Lancellotti

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O nome do padre Júlio Lancellotti monopolizou o noticiário nesta semana. Isso porque o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na cracolândia teve o apoio inicial de 22 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. Esse número é suficiente para dar início à CPI, que tem como um dos alvos o líder religioso.

Pelo menos quatro, porém, anunciaram que vão retirar seus nomes. Além do autor da proposta, Rubinho Nunes (União Brasil), de nove partidos assinaram o requerimento no dia 6 de dezembro.

O documento mostra, entre outras assinaturas, a do líder do governo, o vereador Fábio Riva (PSDB), responsável pela articulação do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na Câmara. Ao todo, seis vereadores tucanos, de um total de oito, concordaram em apoiar o pedido. O PSDB é o maior fiador da empreitada, seguido pelo União Brasil e pelo PL, com três cada; e pelo Republicanos, com dois entusiastas. Podemos, MDB, Solidariedade, PSD e Progressistas também cederam assinaturas.

Veja a lista dos signatários da CPI das ONGs

  • Adilson Amadeu (União Brasil)
  • Beto do Social (PSDB)
  • Fábio Riva (PSDB)
  • Fernando Holiday (PL)
  • Gilson Barreto (PSDB)
  • Isac Félix (PL)
  • João Jorge (PSDB)
  • Jorge Wilson Filho (Republicanos)
  • Major Palumbo (Progressistas)
  • Milton Ferreira (Podemos)
  • Nunes Peixeiro (MDB)
  • Rodrigo Goulart (PSD)
  • Rubinho Nunes (União Brasil), autor da proposta
  • Rute Costa (PSDB)
  • Sansão Pereira (Republicanos)

Vereadores explicam por que Júlio Lancellotti é passível de investigação

Outros quatro vereadores assinaram o requerimento, mas confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que decidiram retirar seus apoios e devem votar contra a instalação do colegiado. Eles alegam que foram enganados, pois o requerimento não falava em investigar o padre Júlio Lancellotti. São eles: Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL), Sandra Tadeu (União Brasil) e Xexéu Tripoli (PSDB).

Estadão obteve a lista de nomes por meio do requerimento de abertura da CPI, disponível publicamente no site da Câmara Municipal de São Paulo. As assinaturas contam com uma identificação informal, feita à mão, abaixo delas. Não foi possível identificar três grafias. O documento não garante a instalação do , que precisa ser aceito na pauta pelo Colégio de Líderes e aprovado por maioria simples, de 28 votos, em plenário.

O autor do pedido de CPI das ONGs, Rubinho Nunes, acusa organizações como a Craco Resiste e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, de promoverem uma “máfia da miséria”, que recebe dinheiro público para “explorar os dependentes químicos do centro da capital”. O padre já foi conselheiro do Bompar e desenvolve um dos principais trabalhos sociais na capital paulista.

Segundo o vereador, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como de redução de danos. Ele alega ter o apoio necessário para emplacar a ação em fevereiro.

A Craco Resiste, um dos alvos do vereador, informou que não é uma ONG, e sim um projeto de militância que atua na região da cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer.

O que o padre

A Arquidiocese de São Paulo reagiu com indignação à proposta. Em nota divulgada nesta quarta-feira, 3, a instituição afirmou que o padre Júlio Lancellotti “exerce importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em na cidade”.

Já o padre declarou ao Estadão que a instalação de CPIs para investigar o uso de recursos públicos pelo terceiro setor é uma ação legítima do Poder Legislativo. Contudo, isso não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura de São Paulo, e sim da Paróquia São Miguel Arcanjo.

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A oposição já manifestou a intenção de barrar a CPI das ONGs. Em nota, o PT, que conta com uma bancada de oito vereadores, afirmou que a iniciativa é uma perseguição ao padre, “símbolo da luta pelos direitos humanos, que tem sido uma voz incansável na defesa dos mais vulneráveis” e promete obstruir a proposta.


Revista Oeste, com informações da Agência Estado

Fonte: revistaoeste

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