A (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira, 19, a vereadora , de João Pessoa, capital da Paraíba, durante a segunda fase de uma operação que combate o aliciamento violento de eleitores.
Raíssa, candidata à reeleição, é acusada de liderar um esquema que usava violência e outros métodos ilegais para forçar moradores de determinados bairros a votarem nela. Além dela, outras três pessoas foram detidas. Um quinto envolvido está sendo procurado.
Em nota, a assessoria de Raíssa Lacerda afirmou estar perplexa com a prisão e defendeu a inocência da vereadora. Segundo o comunicado, a parlamentar não tem envolvimento com os indivíduos mencionados no processo da Operação Território Livre.
“Raíssa é inocente e tem como provar”, disse a assessoria. “Ela está sendo vítima de uma ardilosa perseguição eleitoral.”
Entre os envolvidos estão Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, suspeita de pressionar eleitores no bairro São José, e Taciana Batista do Nascimento, que teria atuado sob as ordens de Pollyanna para influenciar a comunidade. Taciana é ligada ao centro comunitário Ateliê da Vida.
Kaline Neres do Nascimento Rodrigues, outra suspeita, atua como articuladora de Raíssa no bairro Alto do Mateus e pode estar ligada a facções locais, segundo a investigação da PF.
A operação também cumpriu sete mandados de busca e apreensão em diferentes bairros. Os agentes da PF estiveram no Ateliê da Vida, no bairro São José, onde recolheram documentos que podem auxiliar nas investigações e servir como provas.
Por meio da Procuradoria-Geral, a Câmara Municipal de João Pessoa emitiu uma nota em que informa que acompanha de perto os desdobramentos da operação e confia no trabalho da Justiça.
“A Casa de Napoleão Laureano e seus representantes defendem de forma intransigente o direito constitucional de ir e vir das pessoas e vão acompanhar de perto o desenrolar das investigações”, afirmou a nota da Câmara.
A Operação Território Livre alude à liberdade dos eleitores de exercerem seu direito ao voto sem coação. No dia 10 de setembro, a operação começou com o cumprimento de três mandados de busca e a apreensão de R$ 35 mil.
As investigações sobre o aliciamento violento de eleitores dominaram o cenário eleitoral em João Pessoa. Opositores acusam o prefeito e candidato à reeleição, Cícero Lucena (PP), de envolvimento com o crime organizado.
Recentemente, os candidatos a prefeito Ruy Carneiro (Podemos), Luciano Cartaxo (PT) e Marcelo Queiroga (PL) solicitaram à Justiça Eleitoral o envio de tropas federais para a cidade.
Como resposta, o prefeito Cícero Lucena defendeu eleições limpas e acusou seus adversários de tentarem prejudicar sua imagem com mentiras e ataques às instituições.
Diversos candidatos de oposição relataram dificuldades em suas campanhas. Em 15 de agosto, Ruy Carneiro, deputado federal e candidato, registrou um boletim de ocorrência que mostra que teve que suspender uma atividade no bairro Cristo Redentor devido a ameaças de criminosos.
Depois do incidente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), pediu à Polícia Federal que garantisse escolta para Carneiro.
Durante uma entrevista, Carneiro relatou outras ameaças. Ele mencionou que criminosos advertiram uma apoiadora a não gravar propaganda a seu favor, sob pena de expulsão do bairro.
Por outro lado, Cícero Lucena declarou que acatará a decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba sobre o envio de tropas federais. No entanto, ele expressou desapontamento com seus adversários, acusando-os de ir contra as tradições democráticas da Paraíba.
Fonte: revistaoeste