Meses de tensões antecederam o encontro em que o governador Tarcisio de Freitas (Republicanos), recebeu representantes da Fundação Padre Anchieta, que administra a , em , para uma reunião descrita pelos participantes como uma “reaproximação”.
O encontro ocorreu em 30 de julho, no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do governador, da secretária de Cultura, Marilia Marton, e do presidente da fundação, José Roberto Maluf.
Desde o ano passado, integrantes do conselho da Fundação Padre Anchieta manifestam preocupação com uma possível interferência do governo estadual na programação da emissora. A gestão do Estado, por sua vez, defende a necessidade de reduzir despesas e buscar maior eficiência nas áreas sob sua responsabilidade.
Em uma reunião realizada duas semanas depois do encontro com o governador, a secretária Marilia Marton e José Roberto Maluf compartilharam os principais pontos discutidos. A sessão ocorreu durante uma reunião do conselho curador da fundação.
Segundo a ata da reunião, Maluf relatou que Tarcísio enfatizou o objetivo de aumentar a eficiência. O governador também explicou que o orçamento atual não permite ampliar o financiamento da TV Cultura.
Ele sugeriu que a fundação busque alternativas de captação, como o setor privado e incentivos pela .
Durante o encontro, Marton afirmou que o governador esclareceu não existir qualquer ação pessoal contra a Fundação ou outras instituições estaduais. A secretária mencionou ainda uma proposta apresentada por Maluf sobre a criação de uma taxa voluntária para os contribuintes, semelhante ao modelo de financiamento da BBC no Reino Unido.
Essa ideia teve início no governo Mário Covas, em 1998, mas nunca passou por implementação. No entanto, fontes indicam que a atual gestão estadual não considera a viabilidade dessa taxa no momento.
A situação financeira da TV Cultura foi descrita de forma preocupante na reunião do conselho, especialmente quando se considera um contingenciamento de quase R$ 13 milhões, valor que a gestão de Tarcisio liberou recentemente.
Nesse cenário, o conselho discutiu a necessidade de um plano de comunicação para informar o público sobre possíveis cortes de programas motivados por limitações orçamentárias.
Marton comentou sobre a importância da publicidade para a sustentabilidade da emissora. Ela destacou que, embora a TV Cultura não deva depender exclusivamente de anúncios comerciais, precisa reconhecer o valor desse recurso. Segundo a secretária, essa percepção é essencial em um momento que prioriza a eficiência.
Em nota, a Secretaria de Cultura informou que o orçamento de 2024 da Fundação Padre Anchieta teve um aumento real de aproximadamente 10% em relação ao de 2023. Além disso, declarou que todos os recursos já foram liberados, sem contingenciamentos.
Maluf confirmou que discutiu a ideia da taxa inspirada na proposta de Covas com o governador. No entanto, afirmou que a TV Cultura ainda está em fase de estudo de alternativas de financiamento.
Fonte: revistaoeste