Seguindo a orientação do PP nacional, a empresária e suplente de senadora Margareth Buzetti (PP-MT) apoia a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e vai trabalhar para diminuir a rejeição do presidente junto ao eleitorado feminino neste segundo turno das eleições. Pesquisa do Ipec sobre intenção de voto mostrou que o ex-presidente Lula (PT) tem a preferência de 53% das eleitoras, enquanto Bolsonaro tem 40%.
Para Margareth Buzetti, a rejeição de Bolsonaro se deve a falas antigas do presidente. A propaganda eleitoral de Lula tem mostrado alguns destes momentos, dentre eles o que mostra Bolsonaro discutindo com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS)
“Eu acho que foram por declarações passadas, a forma como se fala às vezes chega no ouvido de uma forma diferente e ele teve essa forma no passado de falar, que talvez as mulheres se sentiram ofendidas”, analisou.
Para reverter a situação, ela disse que vai falar sobre as várias leis criadas pelo presidente que beneficiam as mulheres.
“O presidente Bolsonaro fez inúmeras leis beneficiando as mulheres, porém, precisa chegar às mulheres de uma forma prática para que elas entendam. Por exemplo, eu relatei uma medida provisória que se tornei lei que é o SIM Digital [Programa de Simplificação do Microcrédito Digital], em que obrigatoriamente 50 por cento do recurso deveria ser destinado às mulheres. Quando virou lei, 53 por cento dos recursos já eram para as mulheres”, explicou Margareth.
Para minimizar a situação, a campanha de Bolsonaro criou um núcleo para combater a rejeição coordenado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro e que é composto por parlamentares eleitos como a ex-ministra Damares Alves (eleita senadora pelo DF) e a ex-ministra Tereza Cristina (eleita senadora pelo MS). Bolsonaro, inclusive, gravou um vídeo dançando com mulheres.
“Todo o mundo conhece o Bolsonaro. Da forma como ele é, para chegar a fazer um vídeo pedindo desculpa pela forma como ele falou, da forma como se portou no passado, acho extremamente positivo. Espero que isso chegue realmente às mulheres e que surta efeito”, disse Margareth Buzetti, que é a primeira-suplente do senador Carlos Fávaro (PSD-MT).
Divisão no PP
Margareth disse não acreditar que exista um racha dentro do PP em Mato Grosso. Isso porque o presidente estadual Neri Geller apoia Lula na eleição para presidente. Ela reiterou que segue a orientação nacional, cujos líderes, como o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), presidente nacional do PP licenciado, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), são aliados de Bolsonaro. Ela aposta no diálogo para manter um bom relacionamento.
“O diálogo sempre tem que estar presente, é necessário. Eu não posso falar pelos outros, tenho que falar por mim. Eu penso que é uma decisão que tomaram, um rumo diferente do que o meu, que desde o primeiro momento eu disse que não ia seguir, não iria acompanhar. Mas eu vejo como normal, na política as pessoas tomam rumos diferentes”, analisou. “Eu não pretendo deixar o partido, eu segui o PP nacional e não pretendo deixar. Se eles não me quiserem, me convidem a me retirar que eu saio”, concluiu.