A troca de mensagens entre o senador (União Brasil-PR) e o primeiro suplente de seu mandato, o advogado Luis Felipe Cunha, mostra que o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol estaria “desesperado”.
A conversa, registrada no aplicativo WhatsApp, foi flagrada pelo jornal Folha de S.Paulo e ocorreu pouco antes da aprovação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para uma vaga no (STF). A votação ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na noite da quarta-feira 13.
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Além da menção a Deltan, a mensagem cita uma suposta estratégia de Moro. Sem dizer qual seria o desespero de Deltan nem a estratégia do senador, a conversa começa com uma pergunta de Luis Felipe ao ex-juiz da Lava Jato: “Vai votar contra?”. A pergunta se refere à indicação de Dino ao STF.
Segundo a apuração da Folha, o fato de Moro não ter declarado o voto, que era secreto, contra a indicação de Dino ao STF, teria motivado a reação de Deltan. Isso sinalizaria, para o ex-procurador, que Moro votou pela aprovação de Dino.
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Moro não respondeu à pergunta, mas fez uma ligação de 5 minutos com o advogado. Em seguida, Luis Felipe manifestou a Moro a suposta reação do ex-procurador. “Deltan desesperado”, diz. “Me ligou, mandou mensagem etc.”
Moro disse que Deltan também mandou mensagem a ele e perguntou ao advogado o que ele deveria responder ao ex-deputado federal.
“Amigo, pela estratégia relatada, aparentemente, não há o que ser dito”, explicou Luis Felipe. “Disse ao Deltan que você sabe o que faz e que estarei ao seu lado sempre, por lealdade e por saber que você è uma [sic] cara correto.”
Moro recebeu conselho para não revelar voto a favor de Dino
Em outra troca de mensagens feita no mesmo dia, um interlocutor identificado como “Mestrão” aconselhou Moro a não revelar o voto favorável ao ministro Dino, em sabatina do Senado.
O conselho foi flagrado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que fotografou a tela do celular de Moro durante a aprovação de Dino, na quarta-feira.
Mestrão disse a Moro: “Sergio, o coro [sic] está comendo aqui nas redes, mas fica frio que já, já passa. Só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não [sic] isso vai ficar a vida inteira rodando”. O senador respondeu: “Vou manter meu voto secreto. É um instrumento de proteção contra retaliação”.
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Fonte: revistaoeste