Mal terminou o segundo turno da eleição presidencial, que deu vitória ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) contra Jair Bolsonaro (PL) e as especulações sobre nomes que poderão assumir ministérios já começaram a pipocar pelos bastidores da política. Mato Grosso é visto como um estado bastante importante neste quesito e é desejo do petista melhorar sua presença por aqui. E o nome que surge é um já velho conhecido tanto da população, quanto do novo chefe de Estado: Blairo Maggi (PP).
O nome de Maggi volta a surgir com força por conta de duas questões. A primeira delas é a impossibilidade do senador Carlos Fávaro (PSD) deixar seu cargo para ser ministro. Isso porque Lula terá que articular bastante para conseguir apoio de deputados federais e senadores para conseguir aprovar seus projetos. Uma saída de Fávaro, seria o mesmo que Lula perder um dos poucos apoios que já possui. A suplente, empresária Margareth Gettert Buzetti, é opositora ao sindicalista.
Outro nome que também seria cotado era o do deputado federal cassado, Neri Geller (PP). Ele já foi ministro da Agricultura, no governo de Dilma Rousseff (PT), e possui um bom trâmite em Brasília (DF). Porém, a questão judicial impede que ele assuma qualquer cargo público por oito anos e isso não deve se resolver tão rapidamente e uma reversão do atual quadro não parece ser alcançável dentro desta janela de tempo.
Sendo assim, as atenções retornam para o ex-ministro Blairo Maggi, que também possui ótimo trâmite político, goza de prestígio entre os colegas e possui grande poder de articulação tanto no Brasil, como no exterior.
Após a ‘Operação Carne Fraca’ ser desencadeada pela Polícia Federal, Maggi usou de todos seus recursos para provar que o produto brasileiro não tinha qualquer problema e garantir que as exportações não fossem cessadas, o que traria grande prejuízo econômico não apenas para Mato Grosso, mas para o Brasil.
Vale ressaltar que atualmente Maggi está aposentado da política, mas em diversas conversas com a imprensa, inclusive em informais, Maggi já deixou claro que o período que mais gostou de atuar foi o de quando era ministro, onde acredita ter conseguido contribuir bastante para o país e que a ideia talvez o animaria novamente.
Maggi inclusive foi citado pelo presidente Lula durante sua campanha, em entrevista ao Jornal Nacional, em agosto, quando o petista disse que grandes produtores podem coexistir com pequenos.
“O Brasil tem possibilidade de ter os dois. Um produz mais internamente, o outro produz mais externamente. Ou seja, eu digo sempre o seguinte: o Blairo Maggi, que é o maior plantador de soja do Brasil, talvez ele não crie a galinha caipira que ele gosta de comer. Talvez ele não crie o porquinho orgânico que ele gosta de comer. Talvez ele vá comprar em um pequeno proprietário. Então, é extremamente importante a convivência pacífica dessa gente”, pontuou.
Lula também foi questionado sobre a oposição entre o agronegócio e a sustentabilidade e nesse ponto o petista fez duras críticas. “O agronegócio que é fascista e direitista, que quer armas do Bolsonaro, são contra. Porque os empresários sérios que trabalham no agronegócio, que têm comércio com o exterior, que exportam para a Europa, para a China, esses não querem desmatar”.
Por enquanto, tudo ainda segue na base da especulação de bastidores, mas é bem verdade que Lula leva em conta ter alguém de Mato Grosso consigo.
Fonte: esportesenoticias