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Política

Senado aprova urgência de projeto para restringir saídas temporárias de detentos

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Em votação simbólica, o plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira, 7, um requerimento de urgência relacionado ao Projeto de Lei (PL) 2253/2022, que acaba com as saídas temporárias de presos em datas comemorativas, as chamadas “saidinhas”.

Votaram contra a urgência os senadores Paulo Paim (PT-RS), Jorge Kajuru (PSB-GO), Zenaide Maia (PSD-RN) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo no Congresso.

Como mostrou , o PL da “saidinha” . Pelo trâmite normal, o texto seguiria para a Comissão de Constituição e Justiça e, se aprovado, seria levado ao plenário.

Contudo, após a aprovação na Comissão de Segurança, o relator do texto, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), propôs um requerimento de urgência para que o projeto fosse levado diretamente ao plenário.

Agora a proposta passará por duas sessões de discussões no plenário, e, só depois, os senadores analisaram o mérito do texto. A expectativa é que o mérito seja apreciado apenas depois do feriado de Carnaval, na semana de 20 de fevereiro. Um senador membro da CCJ também deverá ser escolhido para relatar o texto em plenário.

Uma vez aprovado pelo plenário do Senado, o PL da “saidinha” retornará para a Câmara dos Deputados, pois o texto foi alterado na Casa Revisora.

As “saidinhas” são concedidas pela Justiça a presos do sistema semiaberto que já cumpriram pelo menos um sexto da pena, no caso de réu primário, e um quarto da pena, em caso de reincidência, entre outros requisitos.

Como mostrou , havia a expectativa de manter o mesmo texto que veio da Câmara em 2022. No caso, a matéria acabaria com todas as hipóteses de saída no semiaberto, até mesmo para estudo e trabalho — direito garantido há quase 40 anos pela Lei de Execuções Penais.

Contudo, de todas as emendas apresentadas pelos membros da comissão, Flávio acatou apenas a emenda do senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR). Desse modo, o texto aprovado pela comissão mantém a saída temporária, mas com aplicação restrita aos presos em regime semiaberto que frequentem curso supletivo profissionalizante ou de instrução do ensino médio, ou superior.

“Nesse caso, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes’”, continuou o relatório. “Além disso, propõe que esse benefício, bem como o trabalho externo sem vigilância direta’, não seja concedido ao condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo ou com violência, ou grave ameaça contra pessoa.”

A legislação brasileira, atualmente, já nega a “saidinha” para condenados por crimes hediondos com resultado de morte. O texto aprovado busca aumentar essa restrição aos casos de crimes cometidos com violência ou grave ameaça.

assassino do sargento roger dias cunha - protesto
Protesto Em Cartaz Sobre O Túmulo Do Sargento Roger Dias Cunha: O Assassino Dele Estava Na Rua Graças A Uma Decisão Judicial | Foto: Reprodução/Instagram/@Paulomartins222

A morte do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, que (MG), trouxe o debate sobre o fim das saidinhas à tona nos últimos dias. O projeto recebeu o nome de Lei Sargento Dias em homenagem ao agente.

O assassino de Roger da Cunha tinha 18 registros por crimes como roubo, tráfico, falsidade ideológica, receptação, ameaças e agressão. O criminoso desfrutava da saída temporária de fim de ano. Ele não teria retornado à prisão depois de ter desfrutado do benefício.

No Estado de São Paulo, somente na virada do ano, dos 34.547 presos beneficiados com a saída temporária,1.566 não retornaram aos presídios. No Rio de Janeiro, 1.785 presos saíram das penitenciárias, e 253 não retornaram.

Desses, três são chefes do Comando Vermelho, considerados criminosos de alta periculosidade: Paulo Sérgio Gomes da Silva, o “Bin Laden”, responsável pelo tráfico de drogas no Morro Santa Marta, em Botafogo; Saulo Cristiano Oliveira Dias, conhecido como “SL”, do Complexo do Chapadão; e Willian da Silva.

Fonte: revistaoeste

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