Sophia @princesinhamt
Política

Senado aprova projeto que acaba com ‘saidinhas’ em datas comemorativas: entenda as mudanças.

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Por 62 votos a favor e 2, o plenário do Senado aprovou o projeto de lei (PL) 2253/2022, que acaba com as saídas temporárias de presidiários em datas comemorativas, as chamadas “saidinhas”. Houve uma abstenção. O relatório é de autoria do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Agora os senadores analisam os destaques ao texto. Depois, a matéria segue para a Câmara dos Deputados. O PT e o PSB liberaram a bancada durante a votação.

Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o deputado federal licenciado relator do projeto na Câmara em 2022, assistiu de dentro do plenário a votação da matéria.

O texto foi apreciado pelo plenário após ser na terça-feira Constituição e Justiça pois Flávio apresentou um requerimento de urgência, aprovado em 7 de fevereiro pelos senadores.

As “saidinhas” são concedidas pela Justiça a presos do sistema semiaberto que já cumpriram pelo menos um sexto da pena, no caso de réu primário, e um quarto da pena, em caso de reincidência, entre outros requisitos.

Como mostrou , havia a expectativa de manter o mesmo texto que veio da Câmara em 2022. No caso, a matéria acabaria com todas as hipóteses de saída no semiaberto, até mesmo para estudo e trabalho — direito garantido há quase 40 anos pela Lei de Execuções Penais.

Contudo, de todas as emendas apresentadas, Flávio acatou apenas a emenda do senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), apresentada na Comissão de Segurança.

Desse modo, o texto mantém a saída temporária apenas aos presos em regime semiaberto que usem o benefício para realizarem um curso supletivo profissionalizante ou de instrução do ensino médio, ou superior.

“Nesse caso, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes’”, continuou o relatório. “Além disso, propõe que esse benefício, bem como o trabalho externo sem vigilância direta’, não seja concedido ao condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo ou com violência, ou grave ameaça contra pessoa.”

A legislação brasileira, atualmente, já nega a “saidinha” para condenados por crimes hediondos com resultado de morte. O texto aprovado busca aumentar essa restrição aos casos de crimes cometidos com violência ou grave ameaça.

O PL da “saidinha” também prevê o exame criminológico, que alcança questões de ordem psicológicas e psiquiátricas, como requisito para a progressão de regime.

Durante a discussão de hoje no plenário, Flávio rejeitou duas emendas apresentadas pelo líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES). Uma emenda aumentava a concessão do benefício, nos casos de regimes semi abertos, para estudo no ensino fundamental.

Já a outra emenda incluía no rol de proibição das saídas para estudos e trabalho os presos por crimes inafiançáveis, o que inclui aqueles que cometeram crimes contra o Estado Democrático de Direito — como os presos pelos ataques de vandalismo em 8 de janeiro.

Contudo, Flávio rejeitou as duas sugestões. Apesar disso, foi apresentado um destaque contemplando a emenda relacionada ao ensino fundamental, além de outro destaque contemplando a emenda sobre crimes inafiançáveis. Agora os senadores analisam os destaques, que, se aprovados, mudam o texto-base.

assassino do sargento roger dias cunha - protesto
Protesto Em Cartaz Sobre O Túmulo Do Sargento Roger Dias Cunha: O Assassino Dele Estava Na Rua Graças A Uma Decisão Judicial | Foto: Reprodução/Instagram/@Paulomartins222

A morte do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, que (MG), trouxe o debate sobre o fim das saidinhas à tona nos últimos dias. O projeto recebeu o nome de Lei Sargento Dias em homenagem ao agente.

O assassino de Roger da Cunha tinha 18 registros por crimes como roubo, tráfico, falsidade ideológica, receptação, ameaças e agressão. O criminoso desfrutava da saída temporária de fim de ano. Ele não teria retornado à prisão depois de ter desfrutado do benefício.

No Estado de São Paulo, somente na virada do ano, dos 34.547 presos beneficiados com a saída temporária,1.566 não retornaram aos presídios. No Rio de Janeiro, 1.785 presos saíram das penitenciárias, e 253 não retornaram.

Desses, três são chefes do Comando Vermelho, considerados criminosos de alta periculosidade: Paulo Sérgio Gomes da Silva, o “Bin Laden”, responsável pelo tráfico de drogas no Morro Santa Marta, em Botafogo; Saulo Cristiano Oliveira Dias, conhecido como “SL”, do Complexo do Chapadão; e Willian da Silva.

Fonte: revistaoeste

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