Sophia @princesinhamt
Política

Relato chocante: Ex-usuário de drogas revela abuso sexual cometido pelo padre Júlio Lancellotti

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

A sexta-feira 1º de março parecia mais um dia comum no gabinete do vereador paulistano (MDB). Até que um homem de meia-idade bateu à porta da sala, apresentou-se como ex-usuário de drogas e revelou os traumas da época em que andava pelas ruas da Mooca, na zona leste da capital paulista. Uma das histórias tem como protagonista o Júlio Lancellotti.

O homem, cuja identidade está sob sigilo, conheceu o padre em julho de 2008. À época, Júlio Lancellotti era um dos líderes da (ONG) Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), que ajuda moradores de rua e dependentes químicos.

Em uma das visitas à Bompar, durante a manhã, . Sob efeito de crack, o homem aceitou a oferta.

Ato contínuo, Júlio Lancellotti orientou que o homem fosse até a casa paroquial ao lado da Igreja São Miguel Arcanjo, por volta das 16 horas, quando o local já estaria sem a presença dos funcionários. O dinheiro foi entregue ao ex-usuário logo depois do ato.

A cena se repetiu semanalmente, durante dois anos. O ex-usuário disse que nunca chantageou o padre Júlio Lancellotti porque sempre recebeu dinheiro em troca dos favores sexuais.

O homem alega que o pároco se relacionava frequentemente com dependentes químicos do sexo masculino. Isso era sabido pelos usuários de drogas que vagueavam pela região. Júlio Lancellotti conhecia os alvos enquanto prestava serviços às ONGs.

Assim como ocorreu com o ex-usuário que relatou seus traumas ao vereador Rubinho Nunes, os abusos contra dependentes químicos ocorriam na maioria das vezes na casa paroquial.

O homem disse que a preferência do padre Júlio Lancellotti era sempre por jovens, de no máximo de 20 anos. Um desses exemplos é o “G”, conhecido usuário de drogas da Mooca que prestava favores sexuais ao padre. Na época, “G” era menor de idade. Ele decidiu parar de ter relações com o pároco tempos depois e passou a chantageá-lo, sob ameaça de tornar público o relacionamento.

Esse tipo de conduta era comum na região, segundo o ex-usuário de drogas. Alguns dependentes químicos mantinham relações sexuais com o padre, mas depois desistiam e passavam a chantageá-lo.

O homem que fez esse relato assinou termos de responsabilidade e apresentou os detalhes do à Cúria Metropolitana de São Paulo, nesta segunda-feira, 4. Assim como outras testemunhas do caso, que preferem manter sua identidade em sigilo, o ex-usuário de drogas não terá seu nome divulgado. As autoridades competentes sabem seu nome, sua idade, seus documentos e sua história.

apurou que pelo menos três cidadãos depuseram à Arquidiocese de São Paulo. A instituição religiosa mantém a investigação sob sigilo e não passa informações sobre o número total de testemunhas.

Em 20 de janeiro deste ano, publicou com exclusividade uma reportagem sobre o padre Júlio Lancellotti. . As cenas são de 2019.

No mesmo dia, . Ao longo de 81 páginas, a dupla analisou o estado de conservação dos arquivos, observou os frames dos filmes, realizou os exames prosopográficos (técnica que identifica as características faciais), inspecionou os áudios e, ao fim, comprovou sua integridade.

. “Contratem um profissional da polícia e vejam se há algo errado”, disseram aos reticentes.

Em 21 de janeiro, , realizada em 2020. .

As denúncias movimentaram os bastidores da política. Em virtude da gravidade do caso, .

Em 22 de janeiro, . Ainda não há informações sobre o andamento da denúncia nesses três órgãos.

Três dias depois, a reportagem trouxe a informação de que o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, .

Em 30 de janeiro, entrevistou com exclusividade o jornalista Cristiano Gomes, de 48 anos. . A cena teria ocorrido na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, bairro da zona leste de São Paulo. Na época, o jovem era coroinha.

Já em 3 de fevereiro, a reportagem informou que o perito Mario Gazziro, contratado pela revista Fórum para analisar as cenas pornográficas, . A nova conclusão descarta a validade da perícia anterior, que via indícios de deepfake na gravação.

A versão atualizada do documento trabalha com a seguinte teoria: criminosos teriam contratado um sósia do padre, construído um estúdio idêntico à sua residência e gravado as cenas. “Diminuíram ao máximo a exposição do impostor no vídeo, para evitar quaisquer aspectos que possibilitassem identificar a fraude de forma simples”, justificou Gazziro.

No mesmo dia, . A mudança na conclusão da análise motivou o vereador Rubinho Nunes (União-SP) a acionar o Ministério Público para acusar Gazziro de falsidade ideológica. .

Nesta terça-feira, 5, .

Fonte: revistaoeste

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.