Parlamentares da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram nesta terça-feira, 28, uma notícia-crime contra o deputado federal André Janones (Avante-MG). O requerimento foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Com mais de 40 assinaturas, o documento foi liderado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). No material, os congressistas acusam Janones de improbidade administrativa, pela prática de “rachadinha” — termo utilizado para descrever a devolução de salários dos assessores para o parlamentar contratante.
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Segundo Bilynskyj, a denúncia é grave e, se comprovada, pode resultar na cassação do mandato de Janones e na inelegibilidade dele por ao menos oito anos. Isso porque o crime pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
“são denúncias gravíssimas e podem levar à inelegibilidade”, enfatizou Bilynskyj. “Queremos uma investigação séria e célere para que o culpado seja devidamente responsabilizado.”
Rachadinha: Janones pede a assessores que destinem parte de seus salários para auxiliá-lo
Em áudios divulgados pelo site Metrópoles, Janones solicita parte dos salários de seus servidores para o pagamento de despesas pessoais. A justificativa do deputado seria a “reconstrução” de seu patrimônio, que foi gasto na campanha eleitoral de 2016 para a Prefeitura de Ituiutaba (MG).
O deputado reuniu-se com seus assessores para reivindicar parte do salário deles para si. O dinheiro seria destinado ao pagamento das despesas pessoais do parlamentar, como casa, carro, poupança e previdência.
O áudio foi gravado em fevereiro de 2019, pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, e veio à tona na segunda-feira 27. Ele pretende levar a gravação à Polícia Federal, juntamente com outras provas de irregularidades que afirma possuir. “Sei de muita coisa que acontecia por lá”, afirmou Cefas.
Na gravação, Janones tenta convencer seus assessores a entregarem a quantia, alegando ter tido seu patrimônio “todo dilapidado”.
“Perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 mil”, afirmou Janones. “Acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso.”
Enriquecimento ilícito
Uma decisão do de 2021 definiu que a “rachadinha” — apropriação de parte do salário de servidores — configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público. Com essa prática, o político corre o risco de se tornar inelegível.
Fonte: revistaoeste