A janela de cerca de um mês, encerrada no sábado 6 e permitida pela legislação eleitoral, mudou a feição da Câmara Municipal de São Paulo. A Casa passou a ter uma nova configuração, com maioria do MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes, e sem nenhum representante do PSDB, antes o detentor da maior bancada, com oito. O partido, agora, vive uma crise, segundo a Folha de S.Paulo.
Nunes já conseguiu o apoio de outros dez partidos na corrida para a reeleição. Segue com maioria na Casa, apoiado por 37 entre os 55 vereadores (67%).
O próprio presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), é aliado do prefeito e cogita, inclusive, ser candidato a vice em sua chapa.
O desejo dos vereadores, que eram do PSDB, de apoiarem Nunes gerou um conflito no partido. A executiva municipal votou para rejeitar a aliança com o prefeito. Mesmo assim, na janela, a bancada tucana migrou para MDB, PSD, PL e União Brasil.
O MDB passou de seis vereadores para 11, com quatro ex-tucanos. O vereador Sidney Cruz, do Solidariedade, foi outro que ingressou no MDB e deixou seu partido sem representante no Legislativo paulistano. O MDB perdeu a vereadora Janaina Lima para o PP.
Segundo Enrico Misasi, presidente do MDB na capital e secretário da gestão Nunes, o plano de desenvolvimento do partido foi “capaz de unir diferentes lideranças e visões políticas”.
Para ele, de acordo com a Folha, além da reeleição do prefeito, o MDB poderá obter “forte representatividade no Poder Legislativo local, não apenas em quantidade, mas sobretudo na qualidade”.
O principal adversário de Nunes na eleição, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), tem o apoio da segunda maior bancada da Câmara dos Vereadores, a do PT, com nove representantes. A janela deu ao partido um vereador a mais, Adriano Santos, que estava no PSB.
O Psol, por sua vez, perdeu um e passou de seis para cinco, com a ida da vereadora Jussara Basso para o PSB.
Os partidos de esquerda, na Câmara, possuem 14 vereadores.
A terceira maior bancada é a do União Brasil, que se manteve com sete. O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) é pré-candidato à prefeitura. Milton Leite, porém, deve barrar a candidatura e levar o União para uma coligação com Nunes.
A saída de tucanos também deu ao PSD, do secretário estadual Gilberto Kassab, e ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, maior fôlego. As siglas que estão em expansão em São Paulo, dobraram para seis vereadores cada, acrescentou a Folha.
Dois secretários estaduais que deixaram o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para tentarem a reeleição como vereadores se filiaram ao PL.
São eles: Sonaira Fernandes, que comandava a pasta de Políticas para a Mulher e estava no Republicanos, e Gilberto Nascimento Jr, que comandava o Desenvolvimento Social e estava sem partido. Sonaira, aliada de Bolsonaro, é cotada para a vice de Nunes.
O vereador Thammy Miranda, que deixou o PL, e o ex-secretário municipal Carlos Bezzerra Jr., que retomou o mandato e saiu do PSDB, foram para o PSD.
As outras siglas siglas são as seguintes: Republicanos (três), Podemos (dois), PP (dois) e PSB (dois). Novo e PV têm um vereador cada.
reflete a instabilidade e o declínio do PSDB na capital paulista, desde o último ciclo eleitoral, depois da morte do então prefeito Bruno Covas (PSDB) em maio de 2021.
A grande novidade, na busca de recuperar terreno, foi a filiação do apresentador José Luiz Datena, que pode ocupar a vice de Tabata ou concorrer à prefeitura.
Fonte: revistaoeste