O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ao jornal O Globo que a proposta debatida no Senado de fixar mandatos para novos ministros da Corte é um “Cavalo de Troia para discutir outras questões”. Na entrevista deste domingo, 26, o magistrado defendeu o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para ocupar uma cadeira no STF.
Ao comentar a possível limitação de mandatos de ministros do Supremo, Gilmar disse que não vale a pena “reproduzir” o modelo de indicações para os magistrados do Tribunal de Contas da União (TCU). “Acho curioso, também, do ponto de vista de momento, que se escolha logo o STF como alvo da primeira reforma”, observou.
Em relação às duas vagas no Supremo que ficarão disponíveis com as saídas de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, Gilmar disse que “qualquer indicação pode alterar o perfil, dependendo do seu viés”.
O ministro criticou Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o ex-presidente “não seria jurista nem em Realengo”. No ano passado, o ex-chefe do Executivo disse que tinha 20% do Supremo e, se vencesse as eleições, teria mais duas vagas.
Gilmar atribuiu ao ex-presidente a responsabilidade pelos atos de vandalismo registrados em 8 de janeiro. “É inegável”, afirmou o decano da Suprema Corte.
O ministro também criticou a postura de Bolsonaro diante do resultado das eleições. “Tentou se impor um constrangimento ao Tribunal Superior Eleitoral”, disse. “Aquelas notas, aquelas cartinhas todos os dias, que nem eram tão amorosas, do ministro da Defesa, que cumpriu um papel lamentável, a todos os títulos. Isso era um tipo de bullying institucional.”
Fonte: revistaoeste