O empossou, na última semana, Luciane Bortoleto como desembargadora. Ela é a primeira magistrada escolhida em uma lista composta exclusivamente de mulheres.
“Não há melhores palavras para definir o meu sentimento na data de hoje do que entusiasmo, alegria e realização”, afirmou Luciane. “Os mesmos de 25 anos, seis meses e 19 dias atrás, quando ingressei na magistratura. A posse no cargo de desembargadora nesta tão honrada Corte de Justiça é a coroação da carreira de todos os magistrados.”
Luciane foi promovida pelo critério de merecimento pelo Tribunal de Justiça do Paraná. A lista exclusiva de mulheres segue a normativa do Conselho Nacional de Justiça, que alterou a Resolução nº 106, de 2010, para “promover a equidade de gênero” nos tribunais de segundo grau.
“É um momento histórico para o nosso tribunal, pois, pela primeira vez, a lista de inscritas para o cargo de desembargador foi formada apenas por mulheres”, declarou o presidente do tribunal, desembargador Luiz Fernando Tomasi Keppen. “Sem dúvidas, é um grande avanço para a paridade de gênero nos tribunais brasileiros.”
“Toda posse tem um significado especial”, afirmou o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Marcel Ferreira dos Santos. “No entanto, hoje, há um elemento que torna esta solenidade ainda mais especial. É um marco de avanço civilizatório no âmbito do nosso respeitado Tribunal de Justiça.”
Durante seu discurso, a nova desembargadora homenageou magistradas aposentadas que marcaram a história do TJ-PR. “É especial trazer à memória a trajetória daquelas que, antes de mim e de tantas outras magistradas, foram as precursoras guerreiras e corajosas a descortinar um universo que não era familiar e muito menos comum para o gênero feminino”, disse.
Regina Helena Afonso de Oliveira Portes, Anny Mary Kuss, Maria Mercis Gomes Aniceto, Lélia Samardã Monteiro Negrão Giacomet, Dulce Maria Sant’Eufemia Cecconi e Sônia Regina de Castro, desembargadoras aposentadas do Paraná, participaram do evento em posição de destaque e foram homenageadas com flores por seus serviços prestados na Corte paranaense.
Natural de Curitiba, Luciane graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná em 1995 e foi aprovada no concurso para a magistratura em 1998. Atuou nas comarcas de Jacarezinho, Matelândia, Assis Chateaubriand, Foz do Iguaçu e Curitiba.
Na capital do Paraná, foi designada para instalar o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, e, posteriormente, nomeada juíza titular, sendo a primeira magistrada do Estado a atuar nessa área.
Desde 2015, atuava como juíza de Direito substituta em segundo grau, exercendo o cargo de juíza auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça no biênio 2021/2022.
Fonte: revistaoeste