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Política

Por que Lula foi derrotado pela Lava Jato e sua perda de apoio popular: entenda os motivos

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É constrangedora a tentativa da imprensa de justificar o fato de Lula ter reunido só 1,6 mil pessoas, por aí, , supostamente uma comemoração do Dia do Trabalho.

As explicações, se é que se pode chamar assim, vão desde que fazia muito calor na capital paulista até a “dificuldade dos sindicatos de falarem com a base” por causa do “impacto do neoliberalismo entre dirigentes sindicais e trabalhadores, porque essa ideologia desresponsabiliza o Estado da produção do bem-estar e transfere a responsabilidade ao indivíduo, que vai provê-la da maneira que puder”.

Lula foi quem deu a senha de que era preciso encontrar uma desculpa para o fracasso. Ele disse que o ato foi “mal convocado”, e a responsabilidade foi logo atribuída por seu “entorno” ao ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macedo — que contra-atacou dizendo que não é “papel do governo mobilizar atos” e apontando o dedo para as centrais sindicais. Mas, coitadas, o que elas podem fazer diante do “impacto do liberalismo”?

Entre os petistas, há também quem tenha passado a recomendar que Lula “modernize a relação com os trabalhadores”, se quiser recuperar a capacidade de reunir multidões em manifestações das quais ele é a estrela.

Que o mundo mudou e só os petistas não viram, isso é evidência mais do que forense. Mas não são as grandes mudanças do mundo, entre as reais e as fictícias saídas das cacholas de “cientistas políticos” (profissão que não existe), que são a maior causa da perda de popularidade de Lula.

O fator de fundo, aquele que mais importa e que a imprensa deixa convenientemente de lado, é que Lula foi derrotado pela , apesar de ter sido solto pelo STF.

Boa parte do povão via em Lula um trabalhador que conseguiu chegar ao poder sem perder a sua essência popular e sem relegar ao terceiro plano a preocupação com os pobres. Com a descoberta pela Lava Jato do oceano de lama no qual ele submergiu, Lula passou a ser visto por muitos que o admiravam como mais um político igual a tantos outros ou até pior, porque nunca se esperou que ele fosse se comportar da maneira que se comportou.

A sua retórica, o seu jeito de falar, as sua piadas de mesa de bar, as suas esmolas com dinheiro público, nada disso embaça mais a visão sobre o verdadeiro Lula: ele é só outro político antigo, que arrancou uma vitória eleitoral apertadíssima em 2024, graças aos deméritos do concorrente Jair Bolsonaro — que, objeto de repulsa e atacado de todos os lados, ainda consegue se vender como novidade que não é para dezenas de milhões de cidadãos.

Lula é o sistema; Lula é um passado que insiste em reviver. Se vencer a próxima eleição, não será porque os brasileiros tenham voltado a ter a mesma consideração que tinham por ele até a primeira década deste século. Será em cima de eventual fraqueza da concorrência. Lula perdeu a empatia, o charme, o carisma, a capacidade de convencimento, a credibilidade. O mundo mudou, Lula permaneceu idêntico, mas como caricatura de si próprio, porque foi derrotado pela Lava Jato, que expôs o que ele sempre foi.

Fonte: revistaoeste

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