Políticos brasileiros criticaram, nesta terça-feira, 30, o posicionamento do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a eleição na Venezuela. Em nota, a legenda classificou o pleito — que tem desconfiança de fraude por parte da oposição local — (Confira a íntegra da ao final da reportagem).
Na segunda-feira 29, . Mas, conforme os opositores do regime chavista, o principal candidato contra Maduro, Edmundo González, venceu, com 70%.
“O que esperar do PT depois da nota reconhecendo a fraude na Venezuela?”, questionou ACM Neto, vice-presidente do União Brasil. “Por que será que o PT e sua presidente, Gleisi Hoffmann, na contramão das democracias mundiais, classificaram como ‘jornada democrática’ o processo eleitoral que não traduz a vontade da maioria dos venezuelanos? Chancelar o autoritarismo de Maduro é uma vergonha internacional e um grande desserviço à democracia. Nada pode ser maior do que a soberania popular.”
A oposição venezuelana e demais candidaturas independentes não aceitaram de forma consensual o resultado. A comunidade internacional também criticou. Após a reação negativa de sete países latino-americanos, Maduro expulsou o corpo diplomático da Argentina, do Chile, da Costa Rica, do Panamá, do Peru, da República Dominicana e do Uruguai.
“Com o PT é assim: nada é tão ruim que não possa piorar”, escreveu no X/Twitter a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-PR). “O PT aplaude a democracia do faz de conta na Venezuela.”
Na nota oficial, o PT destacou a importância de Maduro continuar o “diálogo” com a oposição, de maneira a superar os desafios enfrentados pela Venezuela. Apesar das declarações do partido, a ditadura venezuelana prendeu dezenas de opositores e excluiu os principais concorrentes da disputa eleitoral. Assim como a Corte Suprema da Venezuela, os órgãos responsáveis por promover e fiscalizar as eleições estão sob o comando de Maduro.
Ex-deputado federal, Deltan Dallagnol (Novo-PR) classificou a nota do PT como “vergonhosa”. “Parece piada, mas não é”, escreveu no X/Twitter. O deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) explicou que a atitude do partido é de “fechar os olhos para a realide de um regime opressor”.
“Precisamos nos unir em defesa da democracia e contra qualquer tentativa de legitimação de fraudes eleitorais”, avaliou.
Apesar da nota da executiva nacional do PT, o governo federal tem adotado um tom diferente sobre a eleição venezuelana. Mesmo saudando o processo eleitoral da Venezuela,
“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela. Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais. O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa.”
Fonte: revistaoeste