Os investigadores apontaram que a quantidade de envolvidos poderia dificultar um eventual pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário de Nunes.
Na época dos supostos desvios, Nunes era vereador na capital paulista. Procurado pelo Folha de S.Paulo, ele lamentou a decisão e disse se tratar de uma investigação de cinco anos concluída em agosto sem indiciá-lo.
“Não tem nada de errado da minha parte ou da minha empresa, mas tudo bem, como eu já havia esclarecido isso será novamente arquivado”, disse. “Ruim esse desgaste.”
A decisão do tribunal também autoriza a investigação de um contador suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro. Ele prestava serviços a creches em São Paulo.
Em nota, a gestão municipal reiterou que a apuração da Polícia Federal não incluiu nome de Nunes entre os 116 indiciados. “Portanto, é de se estranhar tal decisão num processo em que o prefeito já prestou todos os esclarecimentos às autoridades”, afirma o texto.
A defesa de Nunes sustenta que a continuidade das investigações possui um viés político, e que os delegados federais não apresentaram justificativas suficientes para o desmembramento do inquérito.
Uma das investigadas no caso acusou Nunes de receber R$ 31.590,16 em fevereiro de 2018 de uma gestora de creche. O valor teria sido pago à empresa de dedetização da família do prefeito, e outro repasse feito diretamente para sua conta pessoal.
A defesa de Nunes nega a acusação e afirma que não foram encontradas irregularidades no período que justificassem a necessidade de quebra de sigilo fiscal e bancário, solicitada pela PF na argumentação pelo desmembramento do processo.
Em depoimento à Polícia Federal, Nunes explicou que os pagamentos estavam relacionados a serviços de dedetização prestados a uma das empresas investigadas, que mantinha contratos com a administração municipal.
Fonte: revistaoeste