Parlamentares de oposição ao governo Lula defenderam na manhã desta segunda-feira, 29, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), . Para os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, há uma “perseguição política” e uma “tentativa de silenciamento” contra o vereador.
Mais cedo, a PF deflagrou mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Carlos. O filho do ex-presidente é acusado de participar de um suposto esquema de monitoramento ilegal que teria sido praticado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato de Bolsonaro.
O deputado Abílio Brunini (PL-MT) classificou a ação da PF como “perseguição”. Nas redes sociais, ele publicou a notícia da operação com a frase “O Brasil da perseguição”.
+ Leia mais sobre Política em Oeste
Para o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS), a direita está sendo “perseguida”. Além disso, ele cobrou uma ação dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente.
“A única saída, se é que existe alguma, seria os presidentes da Câmara e do Senado reagirem, mas essa omissão talvez demonstre que tanto Lira quanto Pacheco fazem parte do plano para calar os conservadores”, disse Marcon.
O deputado estadual de Minas Gerais (PL) relacionou a operação da PF com uma live realizada por Bolsonaro, Carlos e seus dois irmãos: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na noite do domingo 28. “Carlos Bolsonaro e Jair fazem uma live colocando 500 mil pessoas ao vivo. Oito horas depois, mandam a PF nos endereços de Carlos”, disse.
O deputado estadual do Rio de Janeiro Márcio Gualberto (PL) declarou que a “brutal perseguição política visa a silenciar” os que estariam combatendo o “marxismo” no Brasil.
O segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), prestou “solidariedade” a Carlos Bolsonaro, afirmando que ele foi alvo de uma “perseguição insana dos inquéritos ilegais”.
“Após o sucesso da live de ontem, o desespero do ‘consórcio’ devem estar desesperados [sic]. Quanto mais perseguição a direita, mais nós vamos nos fortalecendo, 2026 é logo ali”, escreveu no X/Twitter.
Como mostrou Oeste, a PF deflagra desde a semana passada uma série de buscas e apreensões no âmbito da Operação , que diz respeito ao suposto monitoramento ilegal feito pela Abin na gestão Bolsonaro.
Na quinta-feira, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — delegado da PF e foi diretor-geral da Abin entre 2019 e 2022 — foi alvo de busca e apreensão em seu gabinete na Câmara dos Deputados e no apartamento funcional. Além do parlamentar, três servidores da Abin e sete policiais federais foram alvo da operação.
Hoje, desde cedo, a PF cumpre mandados de busca e apreensão em endereços relacionados a Carlos Bolsonaro. Ao todo, são cumpridos oito mandados: cinco no Rio, um em Brasília, um em Formosa (Goiás) e um em Salvador.
Entre 2019 e 2022, um programa secreto chamado First Mile teria sido usado para monitorar a localização de políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro. Os dados estariam armazenados fora do Brasil. Conforme o diretor-geral da PF, Andrei Passos, a espionagem atingiu 30 mil brasileiros.
Fonte: revistaoeste